Como foram meus dias vivendo em Búzios

Victor Tohmé
Canal da Mundo
Published in
4 min readApr 17, 2021

Episódio 1 | Capítulo 12 — O Explorador

Nos próximos 25 dias virei um cidadão de Búzios e finalmente entendi a importância de ficar mais tempo em um local durante uma viagem. Deixa eu te explicar: o Victor de 2019 era um cara fascinado por conhecer diversos lugares. Foi pra Europa, visitar o irmão durante o intercâmbio dele e a meta era conhecer o máximo de países possíveis em 20 dias. E isso virou um lema: é melhor passar menos tempo em cada local para conseguir estar em muitos outros.

E só fui experimentar o outro lado da moeda em Búzios. E a experiência foi 100% mais gratificante. Eu passei a reconhecer as avenidas principais, as ruelas escondidas, o clima ao longo do dia, a movimentação diurna e noturna da cidade. Passei a frequentar mercadinhos, conhecer nativos, praticar meu espanhol e inglês de vez em quando. Saber onde ficavam bons restaurantes, praias escondidas, hospedagens famosas. Conhecer histórias do passado da cidade, porque ganhava um nome e não outro. São tudo experiências que eu jamais teria contato com uma intenção de ficar não mais que 2 a 3 dias em cada lugar.

Pontos pro meu mochilão, que me ensinou mais essa.

A minha rotina

Eu fiquei hospedado na Guest House Como Em Casa (@comoemcasagreenhouse), em troca de trabalhar no marketing do local, mais especificamente na gestão de mídias sociais. Se o termo é novo para você, fazer gestão das redes sociais inclui produzir os posts para o Instagram (feed e stories), escrever sobre cada um e programar suas postagens (tutorial ultra básico).

A Selma (@selma.carvalho3313), dona do local, foi super receptiva comigo e com o outro voluntário, o Marcelo (@mais_pelomundo). Deixava a gente fazer nossos horários, era flexível e permitia uma liberdade que foi fundamental para me sentir em casa. E relaxado. Por conta disso, naturalmente uma rotina se instalou em mim: de manhã eu trabalhava pra guest house, chegava perto do almoço eu pedia uma marmita (sim, sou preguiçoso pra cozinhar), em seguida começava a trabalhar na Mundo, construindo posts, o site e futuros conteúdos para a minha empresa e quando chegava perto das 15h, ia bater pernas pra conhecer a cidade.

Acordar cedo

De noite eu acabava indo para o centrinho de Búzios ou ficava adiantando trabalho do dia seguinte, pra depois aproveitar mais tempo nas praias. E aconteceu, depois de uma semana, um fenômeno muito curioso a meu respeito: passei a dormir mais cedo e acordar mais cedo. Por que um fenômeno? Eu sempre odiei fazer isso. E acabou por se tornar minha vida em Búzios. Mas de um jeito poderoso e leve. Não era forçado e adquiria um gás e energia pra ser mega produtivo no dia. Poderia dizer que havia ganhado um novo superpoder.

Lembranças gostosas

E algumas experiências rechearam demais meus dias na cidade: fiquei bastante amigo do Marcelo e íamos direto para o centro da cidade, na Rua das Pedras, tomar açaí, conhecer praias e até mesmo fazer sessões de fotos. Sim, ele é fotógrafo. Um dia acabamos indo para um outro hostel, chamado The Search House, encontrar outros voluntários da worldpackers. Sem contar com os passeios que a Selma proporcionava, apresentando praias secretas e uma experiência imersiva em Búzios muito além do que o turismo contava.

O dia em que me aventurei sozinho pela cidade

E não posso deixar de fechar esse capítulo contando minha experiência de andar pela cidade sozinho. Eu ouvia várias histórias do quão gostoso era viajar sozinho e ficar apenas com a sua companhia, então resolvi testar. Em meu dia de folga, peguei minha malinha de costas, equipada com água, canga, óculos e carregador de celular e parti pra conhecer a cidade. E não queria que ninguém me acompanhasse.

Foi daí que surgiu uma experiência e tanto: conheci duas praias novas e meditei debaixo de uma árvore. A vista e a sensação desse momento foram únicas. Na hora do almoço acabei pedindo informação em uma loja de algum restaurante e virei amigo da vendedora e, de quebra, achei o restaurante pelo qual pediria minha marmita todos os dias. Na parte da tarde fui tomar um cafezinho em um bistrô de vista para o mar e uma francesa se sentou na minha mesa. Dali ficamos conversando durante 1 hora em inglês e saí muito orgulhoso por ter conseguido gastar bem meu outro idioma.

E, pra fechar o dia, voltei à praia da Azeda, que tinha ido de manhã, pra assistir um espetáculo de pôr-do-sol que superou aquele que presenciei em meu primeiro dia em Búzios. Era possível observar o sol sustentando nuvens e um horizonte inteiro em suas costas, antes de ser absorvido pela noite e as estrelas. O efeito disso em mim foi muito profundo.

Resultado? Valeu super a pena. Se você nunca fez isso, deveria tentar. A experiência pode te surpreender.

Curtiu? Sintonize-se na Mundo para acompanhar os próximos capítulos (:

Esse foi o Episódio 1 | Capítulo 12 da Série “O Explorador”.

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