Lições sobre a vida que só uma viagem pode proporcionar

Episódio 1 | Capítulo 10 — O Explorador

Eram 6h da manhã quando um carro buzinou e minha amiga sorriu do banco da frente. Estava ela e o namorado. Fui recebido no Rio, logo de manhã, pela disposição e boa vontade dela de me receber, me acolher e me apresentar sua cidade.

Comecei a parar pra pensar: quantas pessoas no mundo fariam isso por alguém? Eles estavam sem carro e era um domingo. Quem alugaria um, acordaria 5h da manhã, prepararia um roteiro e pegaria alguém na rodoviária?

Não sei vocês, mas foi um gesto tão humano, tão daora que até hoje, escrevendo esse texto, sinto uma pontada gigantesca de gratidão. E resolvi dedicar um capítulo inteiro a eles.

E aqui vão 4 grandes lições de vida que aprendi com os 2.

Lição 1 — Existe bondade no ser humano

Eu sou mega brega e clichê em algumas coisas, então rufem os tambores, porque sim, consultei o Google para pegar a definição de “bondade” no dicionário.

Saca só: “qualidade de quem tem alma nobre e generosa e é naturalmente inclinado a fazer o bem”.

Eu vou tomar a liberdade de ampliar essa definição, porque acredito muito que atos como a bondade, ajudar uma pessoa e outros semelhantes podem ser feitos de uma maneira genuína à uma comunidade ou direcionados para pessoas específicas.

E não sei se o que a minha amiga fez vale para todas as pessoas ou apenas para selecionadas (já me achando hahaha), com quem ela se importa, mas o que eu tenho certeza é de que foi um ato muito nobre. Me senti acolhido, querido, importante.

Quando fazemos o bem pelo outro, sabemos que dedicamos uma energia poderosa para ajudar. Mas é no outro lado, quando recebemos essa energia do próximo, é que conseguimos sentir o quão poderoso é praticar o bem. Eu sei que da próxima vez que eu ajudar uma pessoa, terei certeza dos sentimentos afetuosos que provocarei nela. E isso é fantástico!

Lição 2 — A energia da transformação

Quando ligamos os noticiários absorvemos muita tragédia. São confusões num estado, esquemas políticos na nação, tragédias espalhadas pelas cidades. Já foram várias as vezes em que refleti o desequilíbrio jornalístico em expor muito mais notícias negativas em relação as positivas.

E estar em contato diário com isso pode te tornar uma pessoa mais amarga, menos esperançosa, mais fechada. Por isso evito ao máximo entrar em contato frequente com isso. Não acho que seja virar as costas, mas sim, dedicar a minha energia para coisas em que posso controlar. Para coisas com as quais me importo: seja o meu trabalho, meus amigos ou minha família.

Certos princípios são muito importantes para todo mundo ter e se cada um fizer o seu, ao somarmos esse ato bondoso comunitário, entregaremos uma energia positiva muito poderosa ao mundo.

Sim, pode ser batido isso, mas não adianta nada a gente apontar o dedo para coisas ruins que acontecem à nossa volta se nós, individualmente, somos parecidos com isso. Se nós temos aquele “jeitinho brasileiro” para resolver problemas. Se nós jogamos lixo na praia. Se nós viramos as costas para alguém que precisa. Se nós ignoramos seres humanos. Se nós cultivamos inveja, rancor, angústia ou raiva pelo outro.

E quando ajudamos um amigo, alguém querido, é uma forma muito bonita de transformar a vida de alguém e de contribuir com essa poderosa energia pro universo. Contribua mais. Faça mais. Pelo mundo. Quem faz o bem, recebe o bem. É a simples lei da Troca Universal.

Lição 3 — O networking evoluído

Esqueça o termo corporativo e simplista de olhar o networking como uma rede de pessoas que podem te ajudar, eventualmente, em uma escalada profissional, por exemplo. Vá um pouco mais adentro e pense em todas as pessoas que você se importa: um(a) amigo(a) de infância, algum familiar, sua/seu parceira(o) amoroso. Isso também é networking.

São pessoas pelas quais a gente pode contar, pessoas que estão ao nosso lado, gostam da gente e se importam conosco. Só pare e pense o quanto é gostoso ter uma rede de pessoas que tem suas próprias vidas e suas próprias batalhas diárias e que genuinamente também se importam com a gente.

Talvez seja isso a evolução do networking tradicional: é se orgulhar da rede poderosa de contatos que realmente te conhecem, fazem questão da sua presença, gostam do seu jeito e de quem você é. Porque é daqui que saem atos nobres e generosos definidos como “bondade” pelo dicionário. E isso aquece o coração.

Lição 4 — Nunca estamos sozinhos (ou o poder da amizade)

A solidão é uma palavra que dá medo, fala sério. Somos seres sociais e mesmo a pessoa mais antissocial do mundo tem poucos grandes amigos ao seu lado. Quem vive em completa solidão enlouquece. É da nossa natureza “viver em bando”.

Quanto antes entendermos isso mais cedo faremos as pazes com a palavra “dependência”. Hoje percebo uma crescente muito bonita do autoconhecimento, de nos amarmos e sermos autossuficientes. Mas não basta apenas gostarmos de nós mesmos, porque até a pessoa que mais se ama no mundo estiver sozinha, ela adoecerá. Não é porque somos dependentes de outra pessoa e sim, porque faz parte da natureza do ser humano se relacionar com o outro.

E aí que entra o poder dos familiares, dos parceiros de vida e dos nossos amigos. Eles completam a história da nossa vida. Permitem a gente aprender, evoluir e caminhar. Avançar, errar e se redimir. Sem eles não seríamos ninguém. E sendo ninguém não podemos ser a gente.

A vida é feita de um balanço muito bem orquestrado de muitas partes: do trabalho, dos hobbies, da saúde, do intelecto, da vida social, espiritual, da família e dos amigos. Tudo forma uma rede muito bonita de sustento para nos guiar.

E o pacote família, amor e amigos, de forma geral, são um mesmo pacote: o pacote da amizade. Cuide muito bem desse seu pacote. Nutra, ampare e se dedique ao máximo a ele. Assim, nunca estaremos sozinhos.

Acredito que seja isso. Não quis ser superficial, mas sim, dedicar um pouco de reflexão a tudo que senti sobre o que vivi naquele dia no Rio. Espero que mais pessoas façam isso pelo próximo, por quem amam. Cada um fazendo sua parte vai encher o mundo com mais bondade, energia de transformação, um networking evoluído e mais amizade.

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Esse foi o Episódio 1 | Capítulo 10 da Série “O Explorador”.