Meus dias em Arraial do Cabo e Cabo Frio

Victor Tohmé
Canal da Mundo
Published in
5 min readApr 18, 2021

Episódio 1 | Capítulo 15 — O Explorador

O Estado do Rio de Janeiro é um pedaço do território brasileiro que é esticado: na parte sul, fazendo divisa com São Paulo, temos Paraty, Ilha Grande e Angra dos Reis, chegando, assim, na capital. E, por duas horas de carro, chegamos à região dos Lagos, uma zona composta por diversas cidades, dentre elas: Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios.

Como um bom turista, não podia sair do norte do Rio sem conhecer dois pontos extremamente famosos: Cabo Frio e Arraial do Cabo. Fiquei 1 dia em cada lugar, mas foram experiências positivas e alguns visuais de tirar o fôlego.

Arraial do Cabo

Como resumir, em poucas linhas, a minha experiência em Arraial?

Acho que o mais proveitoso dela não foram as belezas absurdas, aquela água azul claríssima que lembra o Caribe nem todos os corais e vida aquática abundante que permeia o local. Foi a minha iniciativa de me jogar nesse passeio sozinho, pela primeira vez.

Parece clichê falar isso, mas precisa viver isso para entender. É muito legal quando um amigo decide te acompanhar. É garantia de boas conversas e experiência compartilhada. E conheço muitas pessoas que optam por adiar seus planos só por não terem ninguém para ir junto.

Quase caí nessa armadilha. Era muito mais confortável ficar em casa, adiar a data da viagem e esperar alguma companhia. Mas também era uma oportunidade para experimentar algo novo. E esse chamado falou mais alto.

E foi sensacional: fechei um pacote de visita de 1 dia para Arraial. Me pegariam na pousada em Búzios, passariam o dia todo comigo, com almoço incluso e retornariam até a minha pousada. Eu só precisava realizar o Pix.

E porque decidi ir, acabei conhecendo um guia de turismo que vive em Búzios há anos e manja da história da região. Aprendi muito de Búzios com ele. Também encontrei com 2 casais mineiros que estavam a passeio. Vários cliques de fotos minhas foram eles quem tiraram. Experimentei a sensação de estar 100% sozinho em algo que queria muito fazer. O poder de realização, de fazer acontecer independente dos outros, se apossou em mim. E foi maravilhoso.

Acho que a grande lição de Arraial do Cabo que fica é: não se limite a concretizar suas vontades dependendo de uma segunda pessoa. Se permita vencer sua zona de conforto. Pode ser que a experiência seja horrível, mas também que seja maravilhosa. Independente de qual for, o importante é que fez algo por você. E isso já é muito poderoso.

Cabo Frio

Eu e um amigo, numa manhã de sol, resolvemos pegar um Uber de Búzios e ir direto para a Ilha do Japonês, uma praia de Cabo Frio. Não foi uma decisão que surgiu do nada, estávamos combinando há uns 3 dias, mas perceber, já dentro do carro, que eu visitaria mais uma “cidade famosa” do Rio me deixou feliz. E satisfeito. Queria sair do mochilão com essa sensação: de ter feito o que precisava fazer.

Com Arraial foi me jogar sozinho para um passeio. Sem conhecer ninguém. Com Cabo Frio estava mais para cumprir tabela. E foi muito melhor do que esperava.

Visitamos 2 pontos: a Ilha do Japonês e a praia do Forte.

A primeira é realmente uma ilha. De longe ela se destaca com sua areia branca e seu miolo verde, mas o que mais chama atenção é a forma pela qual você acessa o lugar: a pé, atravessando o mar. A água é clarinha, azul berrante, e extremamente rasa. Ao lado você é acompanhado por peixinhos e gaivotas em comboio, como se formassem uma rede de segurança para garantir sua travessia.

E chegando na ilha, dá vontade de estender uma canga debaixo da copa de uma árvore e ficar ali, deitado, relaxando, até o dia acabar. É uma energia diferente que te invade, como se trocasse com a sua e permitisse sentir mais gás, mais vontade de se conectar com a natureza.

Durou até a hora do almoço, quando a fome bateu e fomos caçar um local para nos abastecer. Encontramos um conjunto de estabelecimentos na frente da praia do Forte (fica à uns 10 minutos a pé da ilha). E foi lá que eu vi: uma extensão de areia branca quase infinita. Para a direita, eu não encontrava o fim. Para a esquerda enxerguei o forte: uma construção no meio do morro. O que a história conta é que, na época das capitanias, foi construído para que o exército pudesse enxergar quaisquer tipos de invasores que chegassem pelo mar. Hoje, é um patrimônio histórico que guarda uma vista surreal do alto mar.

Se tiver tempo em alguma visita a Cabo Frio, dedique um dia todo para explorar a praia do Forte. Fique um tempo nos guarda sóis, outro caminhando e não deixe de visitar o forte e as rochas que o cercam. Se tiver sorte, encontrará aves e até mesmo tartarugas visitando o lugar.

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Faltam, agora, 2 capítulos para eu terminar o episódio 1 e fechar o meu mochilão pelo Rio de Janeiro. E ele não foi apenas uma viagem turística: trouxe, também, muitos aprendizados e encontros e um deles foi muito especial, porque a partir disso ajustei minha régua e trouxe à tona uma parte mim que estava adormecida: meu contato com livros e escritas.

O que tudo isso tem a ver? Te conto na semana que vem!

Curtiu? Sintonize-se na Mundo para acompanhar os próximos capítulos (:

Esse foi o Episódio 1 | Capítulo 15 da Série “O Explorador”.

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