Meus dias morando em uma guest house em Búzios

Victor Tohmé
Canal da Mundo
Published in
3 min readApr 17, 2021

Episódio 1 | Capítulo 13 — O Explorador

A casa onde fiquei meus dias em Búzios foi como um centro de treinamentos e refúgio, pois de lá eu tirei valiosas lições, experimentei coisas novas e recebi uma segurança que foi fundamental para encarar determinados dias.

Mas o que é a Como Em Casa?

Ela é uma guest house, ou seja, a dona do local aluga os quartos da casa para outras pessoas, que compartilham áreas comuns: cozinha, banheiro, sala, piscina, gazebo e por aí vai. Sim, a piscina do lugar é muito gostosa, mas minha parte favorita sempre será o gazebo, todo acolchoado e um perfeito refúgio de leitura para finais de tarde.

A anfitriã é a Selma, com uma história de vida muito profunda e que trouxe uma proposta sustentável para todo o ambiente: dessa forma, inseriu a sustentabilidade nos detalhes, pensando em cada canto da casa e cada processo com essa mentalidade.

  • Produtos de limpeza foram substituídos por vinagre.
  • A água para lavar roupa era reutilizada.
  • Hortas de todos os tipos ficavam espalhadas pelo quintal da residência (uma área bem grande).
  • Placas de aviso ficavam dispostas em pontos estratégicos, conversando sobre economia de água, reciclagem de lixo (até mesmo o orgânico) e as 17 ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) da ONU.
  • Fora toda a consciência e práticas sustentáveis que você acabava incorporando em suas ações e modos de pensar.

Tudo isso tornou aquela experiência mais rica. Não era apenas uma casa que você passava os dias, trabalhava e curtia. Ali existia uma troca, um aprendizado contínuo e uma evolução constante.

Um pouco da rotina

E não posso deixar de contar que a rotina que se instaurou fez como se eu me sentisse em casa mesmo. Primeiro que eu jamais imaginaria que fosse acordar tão cedo todos os dias. Naturalmente desperto umas 7h30 ~ 8h00, mas em Búzios o normal era 6h30. E ali sentia o poder da manhã me invadir. Acabava mais produtivo, trabalhando na gestão das redes sociais da guest house pela manhã, com uma vistinha meio chata: o mar de fundo e um céu azul estalando. Difícil, né?

O lado bom de focar na manhã é que eu terminava as tarefas na hora do almoço (pedindo uma marmitinha de lei), me dedicava na Mundo até umas 15h e dali em diante tirava meu tempo para conhecer Búzios: as praias, os cantinhos e as comidas locais.

Isso em dias normais, porque eles foram intercalados com momentos diferenciados: aulas de yoga com uma hóspede que passou, plantio e colheita de algumas leguminosas, almoços vegetarianos de dar inveja (pontos pra Selma, uma excelente cozinheira), mantras e até mesmo sessão de fotos (chegarei lá nos próximos capítulos). E claro, tudo sempre muito bem protegido pelo Tião, o cão de guarda velhinho e dócil que é um verdadeiro fiel da anfitriã. Aonde ela ia, existia o Tião atrás.

E eu acho que é aí o grande diferencial de viajar utilizando a Worldpackers: não é apenas sobre trocar seu trabalho por hospedagem. Toda a experiência de vida, as situações novas que se vive e as amizades que surgem tornam a viagem inesquecível. Até hoje lembro de partes do meu dia como se tivessem sido ontem. E as memórias que se criam parecem durar. É tipo aquele filme do Divertidamente, sabe? Viajar de forma voluntária produz uma enxurrada de boas memórias.

Quer ir pra Búzios? Dou total apoio, inclusive, me chame para trocarmos uma ideia a respeito. E recomendo demais a Como Em Casa, ainda mais se quiser sair daquela península com uma experiência rica e diferenciada.

Curtiu? Sintonize-se na Mundo para acompanhar os próximos capítulos (:

Esse foi o Episódio 1 | Capítulo 13 da Série “O Explorador”.

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