Estudantes da UFRGS ocupam reitoria contra medida que restringe acesso de cotistas

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2 min readSep 24, 2016

Texto e fotos: Janaína Marques/Canal Feminista

O parecer favorável do CONSUN (Conselho Universitário) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) à proposta que altera o modelo de ingresso no vestibular pelas cotas causou mobilização de alunos. A proposta encaminhada pela Pró-Reitoria da Graduação prevê que os estudantes cotistas devem escolher entre o ingresso por ações afirmativas e o ingresso universal. No modelo atual, o candidato ao vestibular que se inscrever na política de cotas e tirar nota superior ao ponto de corte nas ações afirmativas pode ingressar pelo acesso universal, liberando a vaga para outro cotista. A principal queixa dos estudantes contrários ao parecer é que o modelo proposto restringe o acesso de alunos cotistas.

Em protesto contra a decisão, dezenas de pessoas se mobilizaram frente a reitoria. A ação ocorre desde quinta-feira (22) e os manifestantes aguardam a decisão final do conselho.

Grupo contrário ao parecer permaneceu mobilizado em frente a reitoria

De acordo com Aline, estudante da UFRGS, que preferiu não revelar o sobrenome, a universidade não oferece nenhum subsídio aos cotistas. Na visão dela, a decisão não surpreende, pois a UFRGS mantém uma estrutura preconceituosa e não se importa em manter os alunos de baixa renda: “Há racismo dos professores, dos colegas e da própria assistência. Não é permitido fazer estágio até o terceiro semestre. São ações que afastam o cotista”, acredita.

Professores e líderes estudantis fizerem coro à ocupação, mas preferiram não dar entrevista. Em resposta ao ato dos estudantes, a reitoria divulgou comunicado onde defende que as ações afirmativas seriam mantidas e pediu a liberação da passagem no prédio. Até o final da tarde desta sexta-feira (23), os alunos seguiam mobilizados.

Coletivos estudantis organizaram ocupação

A decisão 268/2012, que seria alterada, abrange as ações afirmativas, facilitando o acesso à universidade para alunos negros, pardos e indígenas, com intuito de promover inclusão social. A Lei de Cotas 2012 é federal e prevê avaliação após 10 anos da entrada em vigor na legislação.

Representantes de faculdades da UFRGS manifestaram apoio ao protesto

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