Mulheres recebem 24% menos que homens em Região Metropolitana de Porto Alegre, aponta pesquisa

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2 min readMar 13, 2017

Jéssica Enderle Sbardelotto/Canal Feminista

Após uma década, a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalhado teve aumento na Região Metropolitana de Porto Alegre, de acordo com o Boletim Especial — Mulher e Trabalho, divulgado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) em parceria com DIEESE e FGTAS. A crise econômica e a elevação do desemprego são apontadas como as principais causas do resultado negativo. A desigualdade entre a taxa de mulheres e homens desempregados passou de 0,7 p.p. para 1p.p., encerrando uma sequência de queda que teve início em 2004. O rendimento médio das mulheres é 24,6% inferior ao dos homens, e a média salarial do trabalhador masculino é de R$ 2.093,00 ante R$ 1.579,00 da mulher trabalhadora.

Ao analisar o rendimento, a disparidade ganha destaque no comércio, no qual a proporção de rendimento médio feminino em relação ao masculino foi de 82,9% para 77,9%, ou seja, a cada R$100 recebimentos por um trabalhador do gênero masculino, uma mulher recebe R$77,90. O setor com maior discrepância, porém, continua sendo o de indústria e transformação, onde o percentual é de 71%. A jornada de trabalho feminina teve acréscimo de uma hora, chegando a 40 horas semanais, enquanto a masculina se manteve estável, com 43 horas. A mudança da jornada fez com que a diferença no rendimento médio real por hora entre homens e mulheres, considerado o dado comparativo mais preciso, atingisse 86,3%, frente a 88%, em 2015. Conforme a FEE, “as mulheres continuam enfrentando maiores dificuldades de acesso e inserção no mercado de trabalho, principalmente nas ocupações de melhor qualidade, além de auferirem menor remuneração comparativamente à dos homens”.

Em números totais, a taxa de desemprego teve aumento em 2016, situação que repete o ano anterior, resultado atribuído pelaFEE, principalmente, à recessão econômica. O número de desempregados chegou a 202 mil na região metropolitana de Porto Alegre, 33 mil a mais do que em 2015,passando de 8,7% para 10,7% da população economicamente ativa (PEA). Entre os ocupados, a queda foi de 38 mil mulheres e 45 mil homens, diminuição de 4,7% em ambos os gêneros, a maior retração desde que a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA) teve início, em 1993.

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