Mundo que gira
Ciclos e encontros consigo mesmo
Guarabira, 11 de novembro de 2017
Certa vez, algum tempo atrás, um rapaz de 19 anos escrevia sobre ciclos: “é minha vida que gira mais do que o mundo gira e a cabeça que vira pra uma nova vida que chega […]”. Na ocasião, em 2012, num 7 de julho, ele não fazia ideia do que isso representava.
Desde essa época, ele passou por vários deles, tendo a certeza do vaivém das coisas, mas somente agora, neste dia, quando eu me topei com este jovem que escrevera sobre sobre vida, mundos, cabeças… é que me veio a certeza do quanto ele girou.
Ele era um menino. Era um bom menino. Um sonhador que encontrava no significado de palavras bonitas, nas rimas improváveis, a definição do próprio ser. Ele era o que escrevia ou queria ser como se descrevia, talvez ele quisesse ser aquilo que sempre foi.
Hoje, me encontro com aquele menino, não para fechar o ciclo que ele abriu, esse se perdeu pelos tantos dias que vivera desde então, mas queria dá-lo o status de que vai ficar tudo bem.
Queria dizer que a cabeça — realmente — vira quando uma nova fase da vida chega, e esta é a certeza que um ciclo findou. Esse menino era eu. Era porque ele não existe mais, mas nesse encontro com ele, através da escrita, da memória, de um giro no mundo de minha cabeça, eu lhe dou uma sobrevida e emendo o que ele começou:
“[…] e a gente se entrega ao novo mundo que gira e se une num só tempo, no tempo que a gente quer”.