Crônica: Eu te acompanho

Tentou correr em pé, como estavam fazendo seu irmão e seu pai ao apostarem corrida morrinho acima.

A leve inclinação, porém, para ela era íngreme demais.

Decidiu usar também as mãos, mas ainda assim estava difícil.

Pensou em hesitar.

O irmão percebeu, abandonou a corrida e se aproximou.

Inclinou-se e também botou as mãos no chão:

— Ciça, eu te acompanho — falou, de igual para igual, sem forçar, sem apressar, sem ensinar, sem resolver nada por ela.

Apenas ficou ao lado, no ritmo dela, acompanhando cada movimento em que a pequena escalava o seu equilíbrio e a sua confiança.

Continuou difícil, mas ela conseguiu.

E todos nós saboreamos um gostinho de vitória.

Foto e crônica de Vinícius Cassio Barqueiro. São Paulo, 11 de setembro de 2021.