Lendo a biografia de uma das maiores artistas que já pisou no mundo e alguns apontamentos sobre um dos meus filmes favoritos, The Way We Were” (Nosso Amor de Ontem, o título nacional). O camalhaço de quase mil páginas escrito pela própria Barbra Streisand é um trabalho muito sincero e uma jornada que nos faz conhecer detalhadamente o nome feminino que por anos foi a mais poderosa da indústria do entretenimento e lhe demonstro uma das razões nesse capítulo sobre o filme em questão.
É neste capítulo falando de um dos seus trabalhos mais queridos, da relação incrível que teve com Robert Redford e o do diretor Sidney Pollack, a mesma revela que foi aqui que decidiu que teria que ser diretora e ter controle dos seus trabalhos. A revelação vem após Barbra detalhar que cenas importantes para o desenvolvimento da sua personagem e com forte contexto político foram cortadas mesmo depois dela implorar para que as cenas seguissem no corte final.
Um trecho traduzido por mim, perdoem qualquer erro, da forma como ela descreveu isso:
“Eu me senti absolutamente impotente. Minha mente voltou para aquele momento quando eu era uma menina, parada na porta do quarto da minha mãe e sendo ignorada. Mais uma vez, me senti invisível e inaudível. Implorei a Sydney para colocar aquelas duas cenas de volta. Mas ele não o fez…
Este foi o momento em que pensei: é isso. Sempre tive controle criativo sobre meus álbuns, especiais de TV e shows. Agora percebi que também preciso ter mais controle sobre meus filmes. Eu tenho que dirigir”.
A performance dela no filme lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor atriz e a razão dela não ter comparecido na cerimônia foi uma certa vergonha por parte cruciais da sua atuação nem estarem no filme. Barbra termina o relato muito feliz de que o filme é hoje um clássico e marcado como um dos seus melhores trabalhos.
Porém sendo Barbra a Barbra, ela contratou 50 anos depois o premiado editor Mike Arick para trabalhar nas cópias das tais cenas cortadas que ela guardou por anos e incluir elas na montagem do filme para a edição comemorativa em Blu-ray e teve o apoio total do seu parceiro de cena Robert Redford que pressionou executivos na Sony e enviou junto dela cartas de Sidney que já faleceu onde ele falava que gostava das cenas. Barbra conseguiu que a edição comemorativa agora tenha uma versão estendida com as cenas cortadas.
O trecho que descreve o final dessa sua história com o filme:
“Não consigo expressar o quão feliz estou porque as pessoas agora poderão ver este filme da maneira como foi originalmente concebido. Demorou apenas 50 anos, mas meu sonho finalmente se tornou realidade!
Como Hubbell disse a Katie: “Você nunca desiste, não é?”
Não…. Katie nunca fez isso, e nem eu”
