Lee Alexander McQueen

Bárbara Pimenta
capitubr
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2 min readFeb 11, 2021

Em 11 de fevereiro de 2010, o mundo perdeu um dos maiores gênios criativos do século.

Reprodução/ The Telegraph

Alexander McQueen, o londrino tímido e repleto de sonhos revolucionou o universo da moda não somente com suas criações, mas com as escolhas artísticas para representá-las nas passarelas.

A trajetória de um gênio é sempre exemplificada por uma linha narrativa com suas maiores criações ou grandes feitos, McQueen não pulou etapas de ascensão mas as fez em um curto prazo de tempo que só deixou explícito sua criatividade única e talento.

Em 1992 estava ele apresentando sua coleção de conclusão do curso de mestrado na renomada instituição St Martins, e na primeira fila do desfile estava a editora e ícone da moda britânica Isabella Blow, que pelo fascínio apresentado ao promissor talento, representou os olhos de encantamento da indústria da moda.

A apresentação de outono / inverno de 1995, Highland Rape, fez referência à violação da Escócia pela Inglaterra.

Em 1995, o ponto de virada na sua carreira, o feito de conceber uma das mais poderosas coleções de todos os tempos. A campanha de outono/ inverno da marca que leva seu nome foi apresentada de uma forma arrebatadora, intitulada Highland Rape, a coleção que poderia facilmente está atribuida ao estupro de mulheres na verdade estava referenciando os levantes jacobitas e os anos de conflitos entre ingleses e escoceses. Conflitos esses gerados pela invasão e dominação dos ingleses em terras escocesas, ou o estupro, como assim deixou explicito McQueen.

Os elementos que compõem um artista com sede por comunicar e instigar suas verdades, elementos definidores para um criador, estavam representados nessa coleção e sucederam suas outras coleções, seja na marca que carregava seu nome ou quando assumiu a Givenchy, entre 1996 a 2001.

A tradicional marca durante a passagem de McQueen estava diante de uma revolução. Os desfiles marcados por um conceito definido e por vezes controversos teve um criador que usava da teatralidade para conceber uma visão nada tradicional da moda e da arte. Revisitando a história, os corpos inconcebíveis, a saúde mental, os mitos e a religião.

As coleções e os desfiles criados por McQueen se tornaram os testamentos de uma revolução. A moda é herdeira do seu legado irrevogável.

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Bárbara Pimenta
capitubr

Jornalista, pesquisadora, roteirista e editora da @capitu.br