As melhores e piores escolhas da 1ª rodada do Draft da NFL

Gabriel Martins
CaradosSports
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5 min readApr 24, 2020

Nunca precisamos tanto de um Draft como ontem. A transmissão televisiva desse evento é um pouco idiota se pararmos para pensar, basicamente Roger Goodell lendo uma lista de nomes e… audiência gigantesca. Literalmente ofusca os PLAYOFFS da NBA todo ano. Sem nenhum outro evento esportivo acontecendo, era palpável a animação do público para assistir a 1ª rodada nesta quinta-feira. E começou… chato.

As primeiras escolhas foram previsíveis, os times claramente adotaram uma postura conservadora no topo e a primeira troca saiu apenas na 13ª posição. A segunda metade foi mais agitada, com maior número de negociações e seleções questionáveis, mas o tempo de duração continua sendo um problemas. A transmissão começou às 21h e 1h10 da madrugada tuítei lamentando a saída de um running back para o Kansas City Chiefs, que matou minha aposta de que nenhum RB seria selecionado na 1ª rodada.

Com abundância de tempo disponível em minhas mãos, pude me preparar muito bem para a 1ª rodada do Draft, algo que não conseguia há anos. Como quero aproveitar esse conhecimento que será apagado do meu cérebro em questão de horas, resolvi provar que sim, meus dedos ainda funcionam, e escrever sobre minhas escolhas favoritas e as que não gostei. Cinco de cada, tá bom?

Gostei: Tua Tagovailoa, QB — Miami Dolphins (5ª)

Elogiaria mesmo se os Dolphins usassem múltiplas escolhas de primeira rodada para subir até a três e pegar Tua Tagovailoa, poder sentar na cinco e ver o quarterback havaiano cair no seu colo foi bom demais para ser verdade. Era um dos meus jogadores favoritos em todo o Draft, tanto que imediatamente após a seleção mandei uma mensagem para o Duzão pedindo que o proteja bem. O nosso representante brasileiro na NFL me respondeu com uma sequência de cinco emojis de fogo 🔥🔥🔥🔥🔥, então vou interpretar que ele gostou bastante do seu novo companheiro de equipe.

Não gostei: Jordyn Brooks, LB — Seattle Seahawks (27ª)

A única explicação para o que acontece com o Seattle Seahawks todo ano no Draft é que, após já ter conquistado um título, Pete Carroll e John Schneider se deram o desafio de vencer mais uma vez o Super Bowl sem ter bons jogadores selecionados na primeira rodada. Tipo quando eu começo um modo franchise no Madden e me proponho a ser campeão não correndo com a bola nenhuma vez. Enquanto isso Russell Wilson completará 32 anos durante a temporada e vê o seu auge transcendental sendo desperdiçado. Linebacker era literalmente a única posição que a equipe não precisava de reforços, ainda mais um jogador unidimensional que vai mal contra o passe.

Gostei: CeeDee Lamb, WR — Dallas Cowboys (17ª)

A defesa do Dallas Cowboys tem vários buracos, mas sabe qual a melhor forma de ajudar o grupo? Marcar 30 pontos por no ataque. Dak Prescott terá um trio formidável de wide receivers formados por Amari Cooper, Michael Gallup e agora o excelente CeeDee Lamb. Os Cowboys deixaram a NFC ainda mais disputada. E Lamb mostrou ser elite na capacidade de proteger a bola ao impedir que sua namorada pegasse o seu celular:

Não gostei: Derrick Brown, DT — Carolina Panthers (7ª)

Derrick Brown vai ser um bom jogador, mas em uma função que te ajuda muito pouco a vencer jogos que é parando o jogo terrestre. Draftar um cara que é especialista em algo (defender o jogo terrestre) esperando que ele vá se tornar especialista em outra coisa (pressionar o quarterback) não é muito inteligente, principalmente no top 7. Num vácuo essa escolha seria ruim, mas fica ainda pior com Isaiah Simmons disponível. Péssima offseason do Carolina Panthers até agora.

Gostei: Jerry Jeudy, WR — Denver Broncos (15ª)

Jerry Jeudy foi um jogador que me chamou atenção bem antes da temporada de draft começar, mas nos últimos meses mudei várias vezes de opinião sobre a ordem do Top 3 na classe de wide receivers. Ainda assim, pegar discutivelmente o WR1 na 15, para pareá-lo com o excelente (e subestimado) Courtland Sutton, é uma vitória maiúscula para John Elway e companhia.

Não gostei: Javon Kinlaw, DT — San Francisco 49ers (14ª)

Receber a 13ª escolha pelo Deforest Bucker foi uma excelente troca, mas não era para reinvesti-la na linha defensiva. Os 49ers já tem Nick Bosa, Dee Ford, Arik Armstead e Solomon Thomas no setor, são todos escolhas de 1ª rodada e dois deles com salários altíssimos. Esse investimento não ajudará o time nos setores que realmente precisam melhorar para manter os Niners no topo: Wide Receiver e Cornerback.

Gostei: Isaiah Simmons, LB/S — Arizona Cardinals (8ª)

Os Cardinals precisam muito de um offensive tackle? Claro, mas não existe outro jogador como Isaiah Simmons na NFL. Usado com criatividade, Simmons será uma dor de cabeça para qualquer ataque. Em dois anos os Cardinals saíram de pior elenco da liga para um cheio de peças talentosas.

Não gostei: Damon Arnette, CB — Las Vegas Raiders (19ª)

Os Raiders simplesmente não conseguem parar de dar reach na 1ª rodada do Draft. Eu particularmente gosto do Henry Ruggs, então não o incluo nesse grupo, mas a franquia teve cinco escolhas de primeira rodada nos últimos dois anos e em quatro delas selecionou um atleta que ninguém esperava que sairia tão alto. Arnette era projetado para sair na 3ª rodada, vai completar 24 anos como rookie e correu 4,56s no 40 yard dash. Em muitas posições esse tempo não importa, mas para CB simplesmente não há como compensar ser mais lento que o WR adversário.

Gostei: Patrick Queen, LB — Baltimore Ravens (28ª)

Times inteligentes tomam decisões inteligentes. Os Ravens viram o Seattle Seahawks selecionar um linebacker que não pode ficar em campo em situação de passe e, com tranquilidade, pegou o segundo melhor jogador na posição, que é excelente na cobertura.

Não gostei: Jordan Love, QB — Green Bay Packers (26ª)

Vou parafrasear meu colega Felipe Laurence, o Quarterback, e dizer que o Green Bay Packers criou um desconforto com Aaron Rodgers e não melhorou o seu time. Não consigo enxergar Patrick Mahomes no jogo de Jordan Love e a NFL simplesmente não funciona mais como há 15 anos atrás, quando era possível selecionar um jogador pensando no que ele será daqui a três ou quatro anos, principalmente um quarterback.

Não é um ranking, são apenas cinco escolhas que gostei e cinco que não gostei. E acredito que todas são consenso, não vi nenhuma seleção que alguns amaram e outros detestaram. Enfim, escute o Podcast Cara dos Sports para a análise completa de todas as 32 escolhas. Não garanto consistência com o que escrevi aqui porque gravamos logo que acabou a 1ª rodada e hoje tive mais tempo para refletir sobre as seleções.

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