Sou tão capaz quanto imagino que sou?

Fernando do Carmo
carmodivita
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2 min readJun 6, 2017

O texto de ontem me deixou deprimido. Nele falei sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas que querem estudos com qualidade, mas não tem oportunidade de morar ou ter nascido em um país desenvolvido. Não fiquei triste por não ter essa vantagem, ou porque uma pessoa pode ter uma vida muito melhor, apenas dependendo da localização do seu nascimento. Não foi esse tipo de vitimismo, ou briga com o destino ingrato, mas o texto me fez refletir sobre minha habilidades, me perguntando se realmente tenho as habilidades que sempre acreditei que tinha.

Pode parecer esnobe, medito, ou narcisista, mas de certa forma, acreditava que tinha habilidades melhores que a maioria das pessoas, não sabia o que, ou porque, mas o fato de desde pequeno não ter me contentado com a educação escolar, ter buscado informações além disso, ser autodidata em alguns tópicos, ou devido certas ocasiões, onde influenciei alguns amigos em suas opiniões. Isso é claro faz alguns anos, agora mais velho possuo a sabedoria para entender que quando somos jovens, somos impetuosos, acreditamos que o mundo gira em nosso entorno, que podemos tudo e não ouvia conselhos, ou ignorava as ideias dos amigos. Mas pelo que li, todas pessoas quando jovem, de uma maneira ou de outra, tem esse tipo de pensamento, sentem-se mais sábio que as pessoas a sua volta.

Hoje, felizmente não tenho mais esse pensamento de me achar melhor que outras pessoas, o que sobrou dessa época foi apenas o desejo de ser melhor o que sou agora. Tento me esforçar para fazer algo que prove pra mim mesmo minha teoria, que sou capaz de grandes coisas, que sou criativo, mas meus pensamentos as vezes me sabotam, receio acreditar que eles me sabotam para que eu não descubra a verdade, que sou apenas uma pessoa comum, com uma criatividade comum e que eu menti pra mim todos esses anos.

Essa é uma das coisas que me deixa deprimido pelo menos uma vez por mês, passo o mês inteiro buscando uma maneira de provar minha capacidade, de criar algo com significado, com valor, e depois de tantas e tantas decepções e desistências, me pergunto se sou isso mesmo. Agora vocês já sabem porque escrevo esse projetos diariamente, é mais uma maneira de tentar me encontrar, talvez com o hábito eu possa me libertar.

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Fernando do Carmo
carmodivita

Estudante de Jornalismo. Pesquisa e discute novos modelos de negócio para sustentar a profissão na era digital.