O que é CryptoArt (NFT) e como está sendo nossa experiência.

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Caronte Design

6 min readMar 6, 2021

Atenção! Não somos economistas nem especialistas. Somos designers e este texto não é uma sugestão de investimento. Nosso propósito é compartilhar nossa experiência com NFTs. Esse artigo é introdutório e pode ter erros conceituais.

O que é CryptoArt?

CryptoArt é uma mídia digital autenticada exposta em uma plataforma onde pode ser negociada por meio de venda direta ou lances (como em um leilão). Essa mídia, assim como uma gravura, tem uma quantidade pré determinada de exemplares e cada exemplar possui um código específico de verificação, o que faz dele um Token não Fungível (Non-fungible Token — NFT). Em outras palavras, ela recebe um código único que atesta sua originalidade.

As plataformas que negociam essas mídias aceitam formatos variados, de imagens estáticas à vídeos e faixas de audio. E isso possibilitou que muitos artistas se inspirassem. O comprador (que também deve ter uma conta na plataforma) pode pagar o valor sugerido pelo artista ou dar um lance. Quando a compra é efetuada, o valor é transferido da carteira de cripto ativos do comprador para o vendedor, assim como a obra é transferida da carteira do vendedor para a do comprador.

Visualização prévia da nossa obra a venda no Rarible.

Como acontece a compra de uma obra em CryptoArt?

Primeiro o interessado precisa ter uma carteira de cripto ativos para efetuar as transações e também é por meio dela que algumas plataformas se conectam para gerar seu login de acesso. Existem várias no mercado que são compatíveis com diferentes tipos de moedas e tokens.

Depois, é preciso escolher a plataforma onde irá negociar as obras. Existem várias disponíveis no mercado. As mais convencionais se utilizam da rede Ethereum para validar as transações, e as obras são compradas a partir da sua cripto moeda, o Ether (ETH). Também existem plataformas que operam em outras cripto moedas e até mesmo em dólar.

Elas são diferentes entre si, e por isso o processo de ingresso, "criação" do NFT e as negociações de compra e venda se dão de formas distintas. Algumas das mais famosas são: Rarible (a plataforma que escolhemos), OpenSea, hic et nunc, SuperRare, Foundation, Nifty Gateway, Makers Place.

É possível vender uma obra adquirida?

A resposta é sim. Uma obra autenticada (tokenizada) é um ativo que pode ser negociado assim como uma mídia física. Em alguns casos, o criador da obra recebe uma porcentagem sobre cada revenda (a depender da plataforma).

Nossa experiência: o que vendemos e como vendemos.

Desenvolvemos a peça: nós já vínhamos trabalhando em um projeto de ilustrar objetos da cultura brasileira. Produzimos então um vídeo a partir da modelagem 3D do Filtro de Barro usando o Blender.
O filtro foi escolhido porque ele é um objeto genuinamente brasileiro presente em muitas casas. E o objetivo deste projeto é explorar o contraste entre cultura vernacular e novas mídias digitais. Veja o resultado no nosso Instagram.
Escolhemos a plataforma: decidimos pela Rarible para expor e negociar nosso projeto por ser uma das maiores e de ingresso mais facilitado, já que não necessita aprovação prévia (fizemos este processo em mar/2021).
Escolhemos a carteira compatível a plataforma: o Rarible negocia as obras através da rede Ethereum, isso foi decisivo para nós, já que nossa carteira precisava ser compatível com ETH. Além disso ela precisava ter o protocolo que se conecta com aplicativos descentralizados. Para saber mais sobre carteiras compatíveis com a rede Ethereum, acesse aqui.
Compramos Ether: para lançar uma obra no Rarible é necessário pagar algumas taxas de transação da rede Ethereum e elas são pagas em ETH. O ETH pode ser adquirido através de exchanges (casas de câmbio especializadas em cripto moedas) ou via cartão de crédito em alguns sites que oferecem esse serviço. Muito cuidado com essas transações! Lemos muito para garantir que a nossa escolha fosse uma escolha segura.
Transformamos nosso vídeo em um NFT: no Rarible existe um processo de criação relativamente simples, basta seguir o passo-a-passo indicado por eles no botão create (alguns vídeos no YouTube também explicam esse processo detalhado). Aqui tomamos algumas decisões que podem variar de acordo com a necessidade e vontade de cada artista. Neste projeto do Filtro de Barro, definimos uma quantia de 21 exemplares a venda na plataforma com um ganho de 10% na revenda. Além disso estipulamos um valor fixo para as obras, mas o comprador pode oferecer lances menores, cabendo ao artista a decisão de venda.
Taxas para a criação: depois de preencher os detalhes da obra, conectamos a nossa carteira e iniciamos o processo de mint (registro do token na rede Ethereum). Esse processo nos custou 2 taxas diferentes (leia sobre Gas Fee aqui), uma para a transação e outra para a autenticação. Toda transação precisou ser aprovada na carteira e as taxas são muito voláteis, elas se baseiam na cotação da moeda no momento. Ficamos de olho e buscamos aproveitar o horário em que a demanda por Gas estava mais baixa, e consequentemente as taxas sairiam mais baratas.
Divulgamos para a comunidade: usamos o twitter, o instagram e algumas comunidades que participamos como plataforma de divulgação. As hashtags ajudaram bastante.
Vendemos: quando a venda ocorreu, a obra saiu da nossa carteira e passou a integrar a carteira dos compradores. Por exemplo, se vendermos 10 obras, na nossa carteira ficarão as 11 restantes (de 21, número total que estipulamos na hora de listar a obra na plataforma). O valor em ETH pago pelo comprador foi transferido automaticamente para nossa carteira.