Os anônimos

Maria Paula Maciel
CARPAS
Published in
13 min readMay 31, 2023
Estendendo a roupa — Abigail de Andrade (1888)

“Uma mulher tem que ter qualquer coisa além de beleza. Qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade. Uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher”.

Sim, isso é Vinícius de Moraes, mas, prometo, é o primeiro e o último homem na arte que vocês vão ler hoje.

Em vez disso, vamos focar nas mulheres que muitas vezes são transformadas em musas, mas quase nunca são lembradas como autoras, como artistas, como a mente pensante por trás da arte. Aqui está uma pequena lista de mulheres autoras, artistas e pesquisadoras da arte que vocês vão ler o nome no dia de hoje: Aphra Behn, Jane Austen, Anais Nim, Virginia Woolf, Abigail de Andrade, Nan Goldin, Joan Semmel, Susan Sontag, Lilian Nochlin, Tereza Costa Rêgo, Ana Paula Simioni.

O que me inspirou para escrever esse texto foi o livro Um Teto Todo Seu da Virginia Woolf. Nesse ensaio, escrito em 1928, ela defende que, para ser artista, a mulher precisa de dinheiro e de UM teto todo seu. Ela passa o livro todo mostrando as relações de disparidade das mulheres e dos homens no caminho para ser um artista.

O livro é formado por vários questionamentos, alguns deles sem resposta, todos relatando a realidade do ser mulher no início do século XX e nos anos que antecederam. Ela questionava na busca de revelar as chaves da falácia que destinou a razão da mulher nos infernos na servidão, da irracionalidade. Alguns desses questionamentos foram:

  • Por que os homens bebiam vinho e as mulheres água?
  • Que efeito tinha a pobreza da mulher na ficção? Por que as mulheres são pobres?
  • Quais as condições necessárias para criação de obras de arte?
  • Quantos livros são escritos por mulheres? Quantos livros são escritos por homens?
  • Por que homens escrevem tanto sobre mulheres? E mulheres nunca escrevem sobre mulheres?
  • Como poderia uma mulher criar se ela sempre trabalhou não remunerado?

Para responder tais perguntas, ela fez uma viagem por vários locais, indo de igrejas à bibliotecas até o Museu Nacional. Com essa pesquisa, ela evidenciou o apagar da mulher na arte e na história. Nesse momento, sua história se intercala com o seu ensaio, isso porque ela relembra de tudo que lhe foi negado: acesso a uma universidade de qualidade — essa era destinada apenas aos homens. A cada geração que passava as mulheres conquistavam algum poder que na realidade tratava-se apenas de um direito humano básico, mas que para os homens era excesso.

Nos relatos das pesquisas de Woolf, as mulheres encontravam-se, sempre, na condição de um objeto. O que hoje, em pleno século XXI parece ser uma informação conhecida, era novidade; ela chegou a essa conclusão em uma época que a informação e formação oferecida à mulher era considerada ouro. Na década de 1920, há 100 anos, os homens juravam que os problemas sexistas haviam acabado porque a mulher tinha direito à educação e ao voto.

Entretanto, desde aquela época Woolf sabia que não era verdade, e estava certa: quantas ondas de feminismo já não existiram desde então? A ideia de equidade é impossível quando observamos uma sociedade mundial onde muitas mulheres continuam a sofrer o peso do casamento arranjado ainda criança. A visão interseccional dos problemas mundiais femininos é importante para entender que o tratamento nunca vai ser igual.

Na arte, por mais que geniais, existe uma diferença clara em como as mulheres são tratadas e, quanto mais fama essa mulher artista vai conquistar com sua arte, mais questionada ela será. O tema de fato é sensível e complexo, porque não bastavam as mil perguntas que Virginia fazia em seu ensaio, eu agora procurava relacionar essas perguntas cem anos depois e entender alguma coisa, mas me vi tão perdida no meio de tantos questionamentos quanto Woolf.

De fato, tentar falar sobre a mulher artista é complexo.

Então, para facilitar minha vida e as suas, vou dividir essa crônica transformada em ensaio pelo seu tamanho em duas partes. Vamos chama-las de “anonimato” e “estrelato”.

O anonimato

Para falar do artista que se conjecturou como anônimo, devemos pensar, antes de mais nada, das condições que levaram a essa situação: trata-se de uma questão de poder. Por muitos anos a classe masculina usou de diversas desculpas para demonstrar as razões pelas quais as mulheres não pertenciam na sociedade: “mulher não tem absolutamente caráter nenhum” e “as mulheres são extremadas”, e indo até razões como “a quantidade de pelos no corpo”.

Eles faziam isso não por considerar as mulheres menores, apontou Woolf, mas para que, na visão do espelho, eles pudessem se ver duas vezes maiores. Esses homens que escreviam de tal modo sobre a mulher faziam-no dessa forma por estarem preocupados com sua própria superioridade. Quando apontavam e gritavam “feminista!” significava muito mais que apenas um “brado da vaidade ferida”: era o protesto contra a violação do seu poder de acreditar em si mesmo: “pois não fôssemos inferiores, eles deixariam de engrandecer-se”. E eles faziam isso de diversas formas, excluindo as mulheres dos ambientes escolares aos de criação de leis, entre elas “era um direito legítimo do marido surrar a esposa”.

The Ballad of Sexual Dependecy — Nan Goldin (1979)

Mas, a arte é necessidade da alma. Algumas mulheres tornaram-se transgressoras para não serem condenadas à uma sobrevida. Mas, elas eram condenadas de outras formas, a fogueira era o seu final de vida, a bruxa era um artista perdida.

Porém, não faz sentido. Quando pensamos nas grandes mulheres da história, como Cleópatra, a rainha Vitória, ou na literatura em personagens como Anna Karenina, ou em poesias como “She walks in beauty” do Lord Byron. As mulheres brilhavam dentro dos livros em versões maquiadas delas mesmas composta pelos olhares masculinos. Criadas na ficção como algo extraordinário e, na vida real, trancafiadas, estupradas, surradas.

Por não poderem existir como artistas como a alma implorou, Woolf observou que muitas dessas artistas assumiram o manto da loucura e outras aceitaram assinar como um autor: o “Anônimo”.

Então, questiono: quantas obras sem nome não foram, na verdade, trabalho de mulheres? Infelizmente, não temos como saber. Mas sabemos que nem sempre o anonimato era a escolha dessas mulheres. Era uma imposição.

Esse questionamento iniciou, apenas, na década de 1970, impulsionado pela segunda onda feminista nos Estados Unidos da América, quando a pesquisadora Linda Nochlin questionou: “por que não existiu nenhuma grande artista mulher?”. Ela identificou as praticas excludentes de formação, fato que a própria Virginia Woolf encontrou na sua vida e relatou no ensaio escrito em 1928.

No Brasil, temos a pesquisadora Ana Paula Simoni, que fez pesquisas durante toda sua vida com o objetivo de recuperar a memória das artistas brasileiras lançadas ao anonimato. O que ela achou entristece a qualquer um que ame, nem que seja minimamente, a arte, porque existe um processo de silêncio da história jogado por cima das artistas.

Quando Woolf pesquisou sobre mulheres que escreviam sobre mulheres e para mulheres, só encontrava escritos e artes de outros homens. Não é que não exista, é que não existe o interesse das instituições de adquirir o trabalho de mulheres e eles se encontram na mão de particulares que guardam para si um grande pedaço da história da arte.

Se os textos de Woolf, Nochlin e Simioni eram preenchidos de perguntas sem respostas, comecei eu a criar mais questionamentos. Para todo grande artista e acadêmico da arte que eu admiro, anonimamente, escondida em alguma biblioteca, existe uma mulher que eu iria admirar ainda mais. Certo? Acho que por isso iniciei o texto mostrando uma lista de artistas e acadêmicas mulheres que gostaria de falar sobre: elas perpassaram o anonimato e são grandes exemplos em diversas esferas da arte e da academia. Infelizmente, quando eram vivas, tiveram suas flores deixadas para morrer de sede.

Falo de flores porque, já que homens gostam de imaginar as mulheres sobre as lentes de fragilidade, vamos imaginá-las como flores. Quando não regam esse talento — coisa que eles fazem de propósito — somos levadas à amargura. Até que alguém nos rega e eles esquecem que podemos ser plantas carnívoras, a famosa “venus flytrap” — gosto mais do nome em inglês, Vênus remete que a planta é uma “ela”, gosto disso, acho poético. A primeira pessoa a regar o terreno fértil da criatividade feminina que existe registro foi Aphra Behn.

Toda mulher artista é descendente de Behn. Toda mulher artista é descendente de outra mulher artista que viveu situações e rompeu barreiras para que elas pudessem ter liberdade de criar e ganhar com seu trabalho, para ter um teto todo seu.

Infelizmente, a habilidade e liberdade para criação e ser quem é está longe de ser total. Tomamos como exemplo a própria Virginia Woolf. Isso porque à medida que eu lia o livro, entre meus muitos questionamentos, um deles foi sobre quem era a Virginia Woolf, para além do que eu conhecia. Nunca tinha pesquisado a fundo sua obra. Mas, claro, li alguns livros (Sra. Dalloway e Uma Casa Assombrada).

Acabei por descobrir que seu destino foi parecido com o que ela profetizou para mulheres artistas que não podem exercer sua arte. Porque, apesar da condição financeira favorável e da ajuda sempre constante do seu marido, a sua clara noção da sociedade, da aristocracia londrina, o mundo da arte tão fácil em apagar mulheres de sua memória, vitima da sociedade que vivia e das condições que mulher possuía, abordou as manifestações de uma realidade que a levou a morte: fez do seu final de vida uma elegia, atirando-se no rio Ouse após encher seus bolsos com pedras pesadas. Por isso, comecei o texto citando Vinicius de Moraes, foi a tristeza de se saber mulher na sociedade em que vivia que a levou ao ponto final. Nem a arte pôde salvá-la, mas nem sempre é assim.

Indo no caminho oposto, temos o trabalho de Nan Goldin. Retratada um pouco acima em um auto retrato brutal, ela é uma fotógrafa americana conhecida por seu trabalho artístico sobre corpos LGBTQIA+, momentos de intimidade, a crise do HIV e a epidemia de opioides.

Sua arte veio como resposta à eterna procura de um lar. Filha de pais desajustados e uma irmã que suicidou-se ainda adolescente, Goldin desde os 11 anos se envolvia com homens mais velhos que a maltratavam. Em seu livro, The Ballad of sexual dependecy (A balada da dependência sexual), Nan Goldin cria um diário de 228 imagens da sua procura por um teto todo seu.

The ballad of sexual dependecy — Nan Goldin (1979)

Para mim, é impressionante como a obra de Virginia Woolf é eternizada porque ela, em 1928, falou uma máxima que até os dias atuais se sustenta: as mulheres precisam de liberdade. Por ser filha de pais desajustados e por conviver, desde nova, com a violência fruto da sociedade machista, Goldin nunca teve uma chance de lutar para fora da caixa. Buscou lares em diversos lugares, em homens que a batiam, em drogas. Achou um lar na arte da fotografia. Em vez de enlouquecer, como Woolf alertou as mulheres artistas que era possível de acontecer, ela fez disso o seu motor de mudança: criou um teto todo dela com cada flash de uma memória dolorida das histórias de dependência sexual que a cercaram e que ainda cercam tantas mulheres.

Para os que estão em São Paulo, existe uma cópia da obra da Nan Goldin no Instituto Moreira Salles, no mínimo imperdível.

A escolha por falar do ensaio de Virginia Woolf e do diário fotográfico de Nan Goldin, não foram feitas ao acaso. Acredito que algumas obras podem mudar nossa percepção de mundo. Embora as pesquisas de Linda Nochlin e Ana Paula Simioni demonstrem que existem muito mais mulheres artistas no mundo do que sabemos e que elas apenas passam por um processo de silenciamento, observo o trabalho de ambas como um marco inicial para a mulher artista. E claro, todas elas são “filhas” diretas de Aphra Behn. É graças a postura inconformada de tantas que temos a possibilidade de mulheres artistas que chegam ao estrelato.

O estrelato

A primeira mulher escritora que me vem a mente quando penso em mulheres artistas que atingiram o estrelato é Jane Austen. Com seus livros relativamente simples para o que era lançado na época ela inventou um gênero que as leitoras de romance são obcecadas até os dias de hoje: inimigos à amantes. Ela talvez tenha sido a que possibilitou as mulheres romancistas. Ela o fez sem poder sair de casa pois como mulher solteira na Inglaterra de 1800 ela não possuía direitos próprios. Fantasiou sobre o mundo que conhecia e criou, quem sabe, o homem perfeito (que, obviamente, não existe). Ela tocou no coração de muitas mulheres com a ideia de terem alguém sem perder seu senso de si. Para sua época, eu diria que isso é bem à frente de seu tempo.

Aphra Behn tocou mulheres porque mostrou que era possível sobreviver com sua arte. Virginia Woolf, que também foi uma das mulheres que quebrou barreiras e inspirou, falou que toda mulher artista é filha da artista que veio antes dela. Fazendo uma breve “chamada oral” no meu cérebro, tento acastelar algumas artistas de quem,como artista, me sinto “filha” porque sua arte me tocou de alguma forma.

Começo minha breve viagem lembrando da vez que encontrei no meio de citações, um excerto de um diário, onde se lia:

“Você vive assim, abrigado, em um mundo delicado, e acredita que está vivendo. Então você lê um livro… ou faz uma viagem… e descobre que não está vivendo, que está hibernando. Os sintomas da hibernação são facilmente detectáveis: primeiro, inquietação. O segundo sintoma (quando hibernar se torna perigoso e pode degenerar em morte): ausência de prazer. Isso é tudo. Parece uma doença inócua. Monotonia, tédio, morte. Milhões vivem assim (ou morrem assim) sem saber. Eles trabalham em escritórios. Eles dirigem um carro. Eles fazem piquenique com suas famílias. Eles criam filhos. E então acontece algum tratamento de choque, uma pessoa, um livro, uma música, e isso os desperta e os salva da morte. Alguns nunca despertam.” — Diário de Anais Nim Volume 1(1932)

Essa singela frase, lida quando eu tinha 19 anos, foi a minha Aphra Behn pessoal. Eu nunca seria a mesma depois de ler esse trecho, estava eternamente mudada. Eu despertei para saber da vida que não queria. Despertei e toda arte que amei deste então precisa me fazer sentir uma certa não conformidade. Eu despertei.

Outra grande artista que muito me toca é Joan Semmel, descoberta durante a pandemia, em junho de 2020, enquanto pesquisava mulheres artistas plásticas. Fiquei encantada, principalmente com sua obra chamada Sunlight (imagem abaixo). Nós mulheres, com todo estigma da imagem modelo, esquecemos de olhar nosso corpo. De sermos mais carinhosas com nós mesmas, fazer de nós uma obra de arte. Me encanta como Semmel exibe seu próprio corpo, com suas falhas, com suas realidades. A mulher sempre foi colocada nua em museus, sempre idealizada por homens. Como é bom ver uma artista mulher que, desde a década de 1970, pintou seu próprio corpo e exibiu mundo a fora em toda sua realidade e liberdade.

Joan Semmel — Sunlight (1978)

Para os que não me conhecem, preciso dizer: sou bem bairrista. Embora esteja residindo na cidade de São Paulo, meu lar de pensamento crítico, social e artístico, continua sendo Pernambuco. Logo, não poderia deixar de conjecturar duas artistas da minha terrinha.

Nasci e fui criada no centro do Recife, ainda na escola fiz um passeio pelos bairros no centro no aniversário da cidade. Em algum momento, passamos pela praça Maciel Pinheiro, onde a escritora Clarice Lispector viveu. Sei que ela era ucraniana, mas se a mesma se considerava pernambucana, eu também irei. Quando leio coisas como “liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome”, toca-me na alma pois uma realidade do passado de Lispector é compartilhada com a minha realidade que ama o centro do Recife — mesmo que abandonado.

Ainda no nosso passeio por artistas que me inspiram que fazem parte do cotidiano recifense que tanto inspira minha forma de ver a arte, gostaria de falar de uma cor: vermelho. Para ser mais exata, o vermelho da Tereza Costa Rêgo (imagem abaixo).

Sete luas de sangue — Tereza Costa Rêgo

A primeira vez que encontrei essa obra pendurada no Museu do Estado, em Pernambuco, tive uma sensação de choque. Como pode em uma única pintura uma senhora que nunca teve a atenção merecida fora do circuito de arte bairrista ter conseguido mostrar a estranha sensação de ser uma mulher no mundo dos homens? Em uma obra com o feminino nu, ela não sexualiza o corpo, como vemos nos museus do mundo, mas amedronta.

Essa imagem me faz pensar em todo estigma que a mulher está condenada a sofrer no papel de engrandecer os homens (papel criado por eles, como argumente acima). Isso porque apesar de nos dias de hoje as mulheres ocuparem os espaços, sinto que ainda existe a sombra do anonimato. Sinto que ainda existe um estigma.

Dos ganhadores do Nobel da Literatura, apenas 14% são mulheres. Apenas três mulheres ganharam o Oscar de Melhor Direção. No Louvre, apenas 2% dos artistas expostos são mulheres (mas mulheres são retratadas em quase todas as obras). Os exemplos continuam. Por isso o nome dessa crônica-transformada-em-ensaio ficou como “Os anônimos”. Porque ainda assim, as mulheres são colocadas no conceito de esquecimento.

A nossa foto de capa é uma obra de Abigail de Andrade, que foi a primeira mulher a obter, no Brasil, a medalha de ouro em uma exposição geral, e foi esquecida na homenagem feita na Pinacoteca do Estado de São Paulo no ano de 2004. A exposição cita todos os artistas da época, menos Abigail. A explicação? Ela seria amadora.

Em 2009, o Museu Nacional de Arte Moderna, na França, fez uma exposição considerada radical e sem precedentes: êxpos apenas mulheres. Existe, ainda, um choque com a ideia da mulher artista independente. Parece uma conversa do século passado, mas os questionamentos de Woolf sobre a questão do anonimato continuam válidos. Ela escreveu o livro há quase um século.

Talvez, nos dias de hoje, a condição do anonimato não seja tão escancarada como certo dia foi. Não seja mais uma regra. Temos a situação libertadora de poder acordar tal qual Anais Nim implorou às mulheres de seu tempo na citação que escolhi um pouco acima. Precisamos continuar a romper com barreiras, tomar a palavra, para que mais mulheres saiam do anonimato de uma vida dependente e que a gente nunca volte a assinar como Anônimo. Ser escritora (artista, no geral) é ter essa fagulha, esse desejo, essa liberdade e esperar conseguir “acordar” outras mulheres para que virem protagonistas da própria história. Que arte te tirou do anonimato e levou à ponta da caneta do próprio destino?

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Maria Paula Maciel
CARPAS
Writer for

Recifense convicta e Pernambucana bairrista. Mestranda em Estudos Culturais pela USP, redatora da Revista Carpas. Cinema, música, saudosismos culturais.