Mãos na Obra

Lívia Alves
Carretel Arte & Jornalismo
4 min readMay 5, 2018

Novas aptidões artísticas são desenvolvidas por meio de técnicas milenares. Os conhecimentos perpetuados na antiguidade são resgatado pelos adeptos da produção de cerâmica. Passado e presente, constroem um resgate do legado artístico das primeiras civilizações.

Promovida pela coordenaria de cultura e turismo do município de Butiá (RS), Mãos na Obra é uma ação cultural criada com o objetivo de incentivar a produção artística por meio de aulas que mesclam prática e técnica. O projeto é realizado duas vezes por semana, nas terças-feiras e sextas-feiras, das 14h às 17h, no ginásio Gastão Hoff.

O planejamento das aulas obedece a um cronograma, nele estão todos os processos fundamentais como: identificação dos tipos de ligas, preparação da matéria prima, processos de modelagem, colagem e acabamento de peças. Ao colocar esses processos em prática diversos artigos de decoração e utensílios domésticos ganham forma nas mãos dos alunos.

O ambiente dinâmico, ajuda a despertar o interesse pela criação. A cada novo contato com a cerâmica, o instinto artístico é aflorado e novas experiências são compartilhadas.

Vilmar Nogueira destaca a importância do projeto para a comunidade. O conhecimento adquirido no decorrer das aulas é transformador. O aluno do projeto se diz impressionado com o andamento das aulas e por essa razão considera essa iniciativa como um projeto promissor.

Dentre todas as técnicas, a criação de miniaturas é a favorita do aluno Vilmar Nogueira. O interesse por essa técnica é materializado diariamente, com a criação de um acervo compostos por uma grande variedade de esculturas em miniaturas.

Outro ponto destacado pelo aluno é a matéria-prima prima utilizada no projeto. Nogueira aprova o uso da argila por ela ser um material abundante na natureza e de fácil coletada. Como o projeto ressalta as práticas artísticas milenares, a matéria-prima não é industrializada.

O artista plástico Galdino Vieira, explica como é feita a etapa de preparação da matéria-prima:

A carreira do artista plástico Galdino Vieira iniciou com a criação de obras em argila, mas não demorou muito para que outros materiais fossem inseridos em seu repertório artístico. Atualmente, diversos elementos são utilizados nas criações como a madeira, o mármore, as fibras e o bronze.

Na pintura o artista plástico ressalta traços do surrealismo, estilo que destaca a espontaneidade e o rompimento com a realidade. Mas outros estilos também fazem parte do seu acervo como pinturas clássicas e modernistas. No entanto, mesmo com a careira consolidada, Galdino Vieira sentia a necessidade de não apenas ser artista plástico, mas de ser professor, pois almeja compartilhar os seus conhecimentos artísticos.

“Compartilhar é a forma de manter o conhecimento vivo”

Ao saber do desejo de Galdino Vieira, o coordenador da secretária de cultura e turismo de Butiá entrou em contato com o artista plástico, com o objetivo de consolidar a contratação do artista para ser professor do projeto Mãos na Obra.

Peças decorativas produzidas pelos alunos do projeto. Foto: Lívia Alves

Com a parceria firmada entre Wagner Pfutze e Gaudino Vieira, o projeto começou a ser implementado com o apoio da comunidade. A consolidação de um projeto artístico aberto à comunidade era um sonho antigo do coordenador. A arte é considerada por Wagner Pfutze como um elemento de extrema importância social, mas que na maioria das vezes é pouco valorizada pelos governantes e gestores municipais. Seu projeto é uma contrapartida dessa lógica, pois busca expandir as práticas artísticas pelo município.

Com o andamento do projeto, novos planos começam a surgir, entre eles está o fortalecimento da identidade cultural e visual do município. Porém a iniciativa artística não pretende ficar voltada apenas na produção de cerâmicas, a expansão do projeto está em desenvolvimento, como conta o professor do projeto:

Para consolidar as iniciativas artísticas vigentes, uma exposição está prevista com o propósito de parabenizar os alunos pelo alto desempenho. Segundo o professor Galdino Vieira, a exposição das obras é uma forma de divulgação que agrega prestígio aos novos artistas.

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