Esta semana nas redes sociais
Publicações realizadas de 24 a 30 de junho nas redes sociais do projeto
Domingo:
Este é o formulário padrão para envio de solicitações ou denúncias para a Ouvidoria Nacional dos Serviços Penais. 9% das cartas analisadas pela pesquisa foram enviadas neste formato.
Segunda-feira:
As vozes que ecoam das cartas não serão ignoradas. Em um contexto de restrição de direitos, é necessário entender a importância da comunicação e o que significa a sua ausência.
A indicação de leitura de hoje é o livro A Nova Segregação — Racismo e Encarceramento em Massa, de Michelle Alexander, publicado pela editora Boitempo. “O sistema de castas raciais nos EUA não foi superado, foi meramente redesenhado”, diz a autora. Ao analisar o sistema prisional dos EUA, Alexander fornece uma das mais eloquentes exposições de como opera o racismo estrutural e institucionalizado nas sociedades ocidentais contemporâneas. A leitura da obra permite fazer um paralelo com os processos de hiperencarceramento no Brasil, em especial no que se refere ao papel que o racismo cumpre para a consolidação dessa realidade.
Terça-feira:
No Brasil existem 290 mil pessoas presas sem condenação. O julgamento é um direito do cidadão e não é justo que as pessoas paguem pela ineficácia do sistema judiciário em fornecê-lo em tempo hábil.
*Apesar de cada realidade ser individual e única, as narrativas das Cartas do Cárcere apresentam um triste desejo em comum: ter assegurados direitos que estão na lei, mas distantes da realidade concreta. Entre eles, o acesso à justiça, alimentação, proximidade de familiares, serviços de saúde e até mesmo de conhecer o teor de seus processos e condenações.
Quarta-feira:
Thula Pires respondeu, nessa live, as principais dúvidas em relação ao projeto. Se você ainda não assistiu, assista agora.
Quinta-feira:
“Os homens e mulheres só produzem, só tomam decisões, só produzem mudança com palavra, interlocução, memória e na história. Só nessa condição é possível que escolhas sejam feitas e refeitas. Se a prisão sequestra isso, a prisão sequestra a possibilidade de as pessoas seguirem construindo as suas histórias e, portanto, fazendo escolhas e refazendo escolhas.”
Confira a primeira parte da entrevista com Felipe da Silva Freitas, coordenador de pesquisa do projeto Cartas do Cárcere.
“O Sistema Prisional e a Justiça de Segunda no Brasil”. Texto publicado publicado originalmente no site Justificando: http://bit.ly/2KyFzqc
Sexta-feira:
726 mil presos no Brasil. Somos a terceira maior população carcerária do mundo.
**Mais de 5 mil pessoas dão visibilidade às histórias do cárcere e nos ajudam a informar sobre a importância do direito à comunicação. Continuem compartilhando!
A luta de pessoas privadas de liberdade contra o apagamento de suas memórias e em defesa dos próprios direitos continua.
Sábado:
Apesar de pouco referida nas cartas, a questão racial quando citada demonstra o entendimento de presos e familiares de que o encarceramento é maior entre a população negra e periférica.
* Trecho de carta enviada por mãe de uma pessoa privada de liberdade no Rio de Janeiro.