Projeto Cartas do Cárcere
Em parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), pesquisa analisa as demandas e os relatos sobre a realidade do cárcere no Brasil
O projeto Cartas do Cárcere teve início em agosto de 2017. Desde então, a equipe da PUC Rio atuou junto ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para conhecer fluxos de leitura, análise e encaminhamento das cartas recebidas pela Ouvidoria Nacional, além de realizar leitura, catalogação e classificação das cartas.
A primeira etapa do projeto foi a seleção da equipe, seguida de capacitação e definição de atribuições, e do mapeamento e descrição dos fluxos das correspondências recebidas pela Ouvidoria Nacional dos Serviços Penais (ONSP). Por fim, Cartas do Cárcere passou pelo tratamento e análise de dados e pela consolidação das informações e redação do projeto.
O projeto tem coordenadoria geral de Thula Rafaela de Oliveira Pires e a secretaria executiva de Luciana Silva Garcia. Felipe da Silva Freitas assina a coordenadoria de Pesquisa e Sistematização Informações, e Tatiana Lobão e Ana Luiza Flauzina são responsáveis pelas ações de comunicação e redes sociais.
Também compõe a equipe os pesquisadores/as sêniors Fernanda Felisberto, Geraldo Prado, Lúcia Xavier e Luciana Boiteux; bem como pesquisadores/as de graduação e pós-graduação (Aline Cristina Campos de Souza, Arthur Menezes de Almeida, Artur Prado do Egito, Doane da Fonseca Pinto, João Pedro Sales Fernandes, Julia Heliodoro Souza Gitirana, Lana Cristina Fernandes, Natalia Caruso Theodoro Ribeiro, Rafael Moreira da Silva de Oliveira e Tayanne Patrícia Alves Galeno).
Ações de Comunicação nas Redes Sociais
A partir de abril, o projeto usará as redes sociais para criar uma discussão pública sobre o assunto, valorizando a escrita, desmistificando e desconstruindo o estereótipo do/a encarcerado/a. Iremos dar visibilidade às histórias, informar sobre a importância do direito à comunicação e mostrar que as narrativas inscritas nas cartas não pedem regalias, mas justiça e pedidos básicos, como melhores condições para viverem como humanos.
O objetivo da comunicação nas redes sociais é justamente dar voz às narrativas, mostrando que os autores/as das cartas não pedem por regalias, mas justiça. Para isso, a abordagem terá duas vertentes: informação e sensibilização. Para informar sobre a condição do cárcere, serão usados os números da pesquisa e do sistema carcerário. Já as histórias serão usadas para sensibilizar, denunciar a realidade do cárcere e mostrar que para ter paz, é necessária a justiça.
A campanha digital terá duração aproximada de 90 dias e será dividida em quatro períodos: sensibilização, contextualização, personificação e direitos.
A primeira fase tratará, então, sobre os temas sensíveis e gerais das cartas, mas sem se debruçar nas histórias individuais. A importância do direito à voz e à comunicação, a dicotomia responsabilização x punição, a própria discussão em torno de justiça e humanização e alguns dados sobre o sistema carcerário pautarão os conteúdos dessa etapa. No período de Contextualização, é hora de falar da importância das cartas, explicar o que é o projeto, o porquê de sua existência e algumas de suas etapas. Os conteúdos ajudarão a detalhar processos e etapas do projeto, incluindo, a participação das pessoas envolvidas. Neste momento, dados estatísticos em torno das cartas e do sistema prisional serão expostos. A terceira etapa terá 40 dias e 40 cartas. Serão escolhidas histórias marcantes e representativas, trabalhadas de diversas formas: imagem da carta em si, vídeos com imagens ilustrando e leitura, GIFs destacando trechos das cartas, ilustrações etc. A etapa final retoma temas e conteúdos abordados em outras etapas. Será o momento de destacar as demandas por justiça e pelo direito à comunicação; de informar sobre as próximas etapas do projeto e delinear qual deve ser o legado do Cartas do Cárcere.
A atuação online do projeto contará com os empenhos de relações públicas no ambiente digital. O objetivo é fornecer conteúdo a influenciadores/as e se relacionar com jornalistas e instituições que possam apoiar e enriquecer o debate em torno do projeto.
A criação de conteúdo para disseminação por WhatsApp também é prevista e terá como objetivo a sensibilização em todo do tema.
Por fim, a criação de um ambiente próprio, seja o site em formato Wordpress ou um perfil no Medium, terá como objetivo centralizar as informações do projeto, os conteúdos produzidos para outros canais e os artigos produzidos exclusivamente para o projeto.