Mulheres que venceram o Nobel, uma curta história
Quando olhamos para a lista de premiados desde 1901, as escritoras que receberam o Nobel é muito curta
Oi, cartografistas! Tudo bom?
Recentemente a estadunidense Louise Glück recebeu o Nobel de Literatura e decidi montar o mapa das demais ganhadoras desde a criação da categoria, em 1901. Ao todo são 16 vencedoras dentre 118 nomeações em literatura.
A escolha do nome acontece por indicação, seleção e votação. Em torno de três mil pessoas de destaque na área indicam um nome e dentre estes, cerca de 300 nomes são pré-selecionados para posterior votação. A responsável por literatura é a Academia Sueca. Vocês devem lembrar que houve uma polêmica de assédio no grupo e muitos saíram no decorrer do escândalo de 2017–2018. Hoje parece estar tudo em algum nível de paz, pois o prêmio saiu sem atraso.
Além do baixo número de mulheres (em todas as categorias), há críticas de ser uma premiação muito voltada a europeus, acredito que pela própria estrutura de seleção. Deve haver uma dificuldade maior para autores sem projeção no continente serem considerados para essa lista que será analisada entre os membros.
A curta lista de vencedoras é a seguinte:
1909 — Selma Lagerlöf, Suécia
1926 — Grazia Deledda, Itália
1928 — Sigrid Undset, Noruega
1938 — Pearl S. Buck, Estados Unidos
1945 — Gabriela Mistral, Chile
1966 — Nelly Sachs, Alemanha
(dividiu o prêmio com Samuel Agnon, Ucrânia)
1991 — Nadine Gordimer, África do Sul
1993 — Toni Morrison, Estados Unidos
1996 — Wisława Szymborska, Polônia
2004 — Elfriede Jelinek, Áustria
2007 — Doris Lessing, Reino Unido
2009 — Herta Müller, Alemanha e Romênia
2013 — Alice Munro, Canadá
2015 — Svetlana Alexijevich, Bielorrúsia
2018 — Olga Tokarczuk, Polônia
2020 — Louise Glück, Estados Unidos
Tirando o viés de gênero, há mais sete nomes da América Latina, incluindo o México, mais dois do continente africano (África do Sul e Nigéria), seis do asiático (Japão, China e Índia), três do Oriente Médio (Egito, Israel, Turquia) e nenhum da Oceania.
Assim, dos 118 premiados, 20 são de lugares que não Europa, Estados Unidos e Canadá. E tirando alguns casos da América Latina, os autores acabam sendo de países famosos, ou melhor, poderosos… Influentes.
Algo para se pensar.
Vamos falar mais sobre isso depois.
Um cheiro,
P.S.: Na lista não contei J. M. C. Le Clézio como um autor africano pois, apesar dele ter uma nacionalidade mauritânia (das Ilhas Maurícias), sua escrita e vivência parecem estar muito mais relacionadas à França, sua outra nacionalidade.
P.S.2:Em nenhum ponto dessas observações estou fazendo uma avaliação dos autores, mas dos mecanismos do próprio prêmio Nobel.