Transformers: O Último Cavaleiro | Crítica

Chega! Internem o Michael Bay, por favor

Lucas Kalikowski
Catacrese
3 min readJul 21, 2017

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Dirigido por Michael Bay. Roteiro por Akiva Goldsman, Matt Holloway, Ken Nolan. Com Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Josh Duhamel, Laura Haddock, Santiago Cabrera, Isabela Moner, Jarrod Carmichael.

Diferente dos demais textos, dessa vez, volto-me a apropriar da primeira pessoa. Com o coração sangrando na ponta dos dedos, impossível não me envolver pessoalmente com o que aqui ficará escrito. Eu realmente achava que o filme seria uma bosta, entretanto, fui vê-lo somente movido pela esperança de isso poderia mudar. Mas só piora.

O filme começa sendo narrado por Sir Edmund Burton (Hopkins), um lorde inglês que, sabe-se lá por que, sabe tudo o que aconteceu no mundo. Assim, vemos uma guerra protagonizada por Rei Arthur e Merlin contra os bárbaros, de sorte que aqueles só venceram esses porque contaram com a ajuda dos Autobots. A partir daí voltamos ao futuro (assim como o último, o filme é no futuro) e é só tiro, porrada e bomba sem nexo algum.

Entendam: o que se faz aqui não é uma nota de repúdio a filmes de ação. Muito pelo contrário. Filmes de ação e aventura sempre foram e serão bem-vindos. O que não se pode admitir é um filme que está no quinto episódio e continua negando e transformando e ignorando fatos trazidos pelos anteriores. O fato de trazer consigo o selo de “filme de ação” não é uma escusa para abdicar de personagens trabalhados ou minimamente complexos! Há um romance que nos é enfiado goela abaixo, uma criança de quatorze anos que sabe mais de anatomia alienígena que qualquer um e o Mark Wahlberg, que, por si só, é maluco.

Por óbvio, os personagens principais: Yeager (Wahlberg), Sir Edmund Burton e Vivian Wembley (Haddock) são perfeitamente estereotipados para que o espectador já saiba como eles pensam para que não percamos um segundo sequer de tiroteio ensandecido.

Afora isso, temos mais um exemplo de trailer que vende algo bem diferente do que o filme oferece (Esquadrão Suicida feelings), isto é, o trailer conta com muito mais de Optimus Prime do que a própria obra.

O maior problema que a franquia enfrenta é a necessidade do diretor, cada nova trama, querer aumentar a mitologia e a história da relação Autobots/humanos. Com isso, todo filme vira um tiro no pé ao negar condições e fatos estabelecidos pelo antecessor. Aliás, mesmo que tentasse se renovar, sempre precisamos enfrentar o Megatron (o famoso vilão que sempre volta, quase Jason Voorhees) e sua patota.

De fato, algumas coisas melhoraram; enquanto os primeiros dois tinham cortes muito rápidos nas cenas de combate — o que dificultava para o espectador saber quem é quem, já que era um monte de ferro brigando e atirando –, nesse os takes mais alongados facilitam na hora de nos situarmos na atmosfera do conflito.

Com Michael Bay anunciado que esse foi seu último filme (graças ao Senhor!), a única sensação que eu senti ao final foi a dúvida de quem aceitaria tomar para si uma bomba dessas. Claro, sempre podemos ligar o foda-se e fazer o sexto filme da franquia sem diretor algum, já fizemos os cinco primeiros dessa forma, não é?

Nota: 1/6 (Muito Ruim)

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