Por dentro do “Apocalipse”

Redação para Mídias Digitais
Catorze Trinta Ed.5
5 min readJul 1, 2022
Foto: Rachel Carvalho

O Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC) está com a exposição “Sempre Fomos Modernos”, que é uma paráfrase na qual a ideia de que o atual contexto histórico. Estamos vivendo no que a sociedade julga ser a “modernidade”, porém com pandemia, mortes, luto, dor, tragédia, fome, desgraça e outras dores e sentimentos ruins. A exposição começa no Apocalipse e termina na Utopia, que seria a nossa esperança de dias melhores sem tanta tragédia nos assolando.

Com isso, o começo da exposição é a Sala Apocalipse, com obras que revelam visões sobre os lados mais obscuros da nossa sociedade. O apocalipse é comumente conhecido por seu sentido bíblico, como eventos proféticos que
resultarão no fim do mundo como conhecemos hoje, mas os curadores Antonio Wellington de Oliveira Júnior e Eliezer Nogueira do Nascimento Júnior ao reunir essas obras como apocalípticas é permitir interpretações mais subjetivas, sobre como nossa sociedade está repleta de pontos obscuros e eventos cataclísmicos.

A diretora do MAUC, a museóloga Graciele Karine Siqueira, contou em entrevista qual era a ideia geral da exposição “Sempre Fomos Modernos”.

Foto: Jornal O Povo

“A ideia é a gente fazer um mergulho no apocalipse, sentir essa dor através das obras […]. Por isso que a primeira sala é uma sala apocalíptica […], que são essas mudanças, essa exploração da mão de obra humana, a modernização do Brasil como uma solução para todos os problemas. A gente sabe que tem a guerra, a dor, a tragédia, o luto, as mortes. E a gente vai entrando por outras salas e saindo do apocalipse para passar pela utopia e ter esperança de dias melhores.” — Graciele Siqueira

Um dos artistas que integra a sala Apocalipse, Sebastião de Paula, conversou com a equipe e comentou sobre a exposição e sua trajetória como artista.

Entrevista com o professor e artista Sebastião de Paula.

O conjunto de obras que compõem a sala Apocalipse são obras com exploração da mão de obra humana, a modernização do Brasil como uma solução para todos os problemas, dor, tragédia, luto, mortes. A sala Apocalipse foi reconstruída digitalmente para que o visitante tenha uma experiência imersiva sem sair do conforto de sua casa. Porém, por questões de direitos autorais, não são todas as obras presentes na sala que podem estar expostas nesta sala de mostra virtual. Confira clicando abaixo:

Caso tenha interesse em saber quais são todas as obras presentes na sala Apocalipse, aqui a listagem com todas as informações disponíveis sobre as obras que compõem a sala:

  • La Grande Fortune, Albrecht Dürer, Gravura c 1501
  • O Julgamento do Conselheiro, Descartes Gadelha, Óleo sobre a tela s/ data
  • La Melancolia, Albrecht Durer, Heliogravura 1514
  • Um Duplo Suicídio, Lucas de Leyde, Gravura 1512
  • Um Suicídio, Lucas de Leyde, Gravura s/ data
  • A Expulsão do Paraíso, Lucas de Leyde, Heliogravura s/ data
  • Instinto, Luiz Hermano, Gravura 1981
  • Mil Voltas, Luiz Hermano, Gravura 1982
  • Saint Sebastián, M. de Bárbaro, Gravura s/ data
  • St. Sebastián lie à une coloné, Albrecht Dürer, Gravura s/ data
  • St. Sebastián, Albrecht Durer, Gravura s/ data
  • St. Sebastián, Martin Schongauer, Gravura s/ data
  • A Voz da Crise, Autor não identificado, s/ data
  • Álbum Via Sacra, Mestre Noza, Xilogravura s/ data
  • Desenho I, José Claudio da Silva, Desenho 1958
  • Casa de Farinha, Clidenor Capibaribe (Barrica), Desenho 1961
  • Desenho II, José Claudio da Silva, Desenho 1958
  • Bicho I, Sebastião de Paula, Xilogravura 1999
  • S/ Título — Figura de Animal, Sebastião de Paula, Linoleogravura 1999
  • Peixes, Zao Woo Zi, Gravura 1953
  • Sem título, Lívio Abramo, Gravura s/ data
  • Sem título, Lívio Abramo, Gravura s/ data
  • Conspiração, Autor desconhecido, Xilogravura s/ data
  • Cruz do Penitente, Joaquim Mulato Madeireira, s/ data
  • Sem título, Bousquet, Pintura laca 1961
  • Sem título, Bousquet, Pintura laca 1960
  • Calvário, Descartes Gadelha, Óleo sobre a tela sem data
  • O Monte Fuji visto por trás das ondas encrespadas na costa de Kanagawa, Katsushika Hokusai, Gravura 1760–1849
  • Ande de la torche n° 12, Henri Georges Adam, Gravura 1957
  • Le Grande Diable, Sugai, Gravura 1961
  • Sem Título, Hebert Rolim, Óleo sobre a madeira sem data
  • Composição, José Nasser Hissa, Óleo sobre a madeira s/ data
  • Gravura II, Sérgio Lima, Gravura 1972
  • Composição n° 6, Sérvulo Esmeraldo, Aquarela sem cartão s/ data
  • Pintura, Floriano Teixeira, Guache sem cartão 1959
  • Inferno 45, Sérgio Lima, Lápis de cera 1965
  • O Encontro (“Le Encontre”), Sérvulo Esmeraldo, Pintura afresco 1961
  • Queimada, Jorge Luis, Pintura Acrílica s/ data
  • Interferência Horizontal, José Tarcísio, Gravura 1974
  • Composição II, José de França Amora, Pintura Guache 1968
  • Paisagem, Sérgio Lima, Óleo sobre a tela 1979
  • Bebeto, Juan Dutroit, Pintura a óleo s/ data
  • Retirantes, Raimundo Cela, Gravura s/ data
  • A Margem da Sena, Raimundo Cela, Gravura c. 1920–1922
  • Catadora com Coruja, Descartes Gadelha, Óleo sobre a tela s/ data
  • Pela Praia de Iracema, Descartes Gadelha, Óleo sobre a tela s/ data
  • Rapto, Autor não identificado, Óleo sem cartão s/ data
  • Chateau Nocturne, Jean Pierre Chabloz, Óleo sobre madeira 1946
  • Medo, Descartes Gadelha, Óleo sobre a tela 1985
  • Sem título, Diva Elena Buss, Óleo sem cartão 1981
  • Do Paraíso (da série), Pierre Chalita, Pintura a óleo 1977
  • Gravura Caminhão, Roberto Magalhães, 1970

Caso tenha o interesse em ver a exposição “Sempre Fomos Modernos” na íntegra, ficará disponível até 29 de julho de 2022 no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC) e está localizado na Av. da Universidade 2854 — Benfica. A entrada é gratuita e aberta ao público.

Este artigo foi colaborativo, porém, alguns membros ficaram a frente de certas áreas, sendo elas:

David Oliveira, que fez a sala de exposição virtual e a edição das imagens;
Eduarda Freitas, que fez roteiro e documentação.
Láizla Fernandes, que fez as entrevistas e editou o vídeo e o áudio;
Rachel Carvalho, que fez as fotografias, curadoria das informações e este presente artigo;

David Salviano de Oliveira, 23 anos, graduando do curso de Sistemas e Mídias Digitais da Universidade Federal do Ceará. Editor de vídeo, ilustrador e animador. Amante das artes Audiovisual, Ilustração e Ilusionismo com cartas, me aventuro nos caminhos inusitados de minha pequena e humilde vida atípica. Contato: david52@alu.ufc.br
Eduarda Freitas, 23 anos, sétimo semestre de Sistemas e Mídias Digitais e designer. Apreciadora de momentos tranquilos e bonitos. Normalmente a pessoa mais quieta do ambiente. Contato: eduardafreitas@alu.ufc.br
Láizla Fernandes, 22 anos, estudante de Sistemas e Mídias Digitais da Federal do Ceará. Cheia de ideias na cabeça, designer e criativa das imagens em movimento. Contato: laizla.lobo@gmail.com
Rachel Carvalho, 24 anos, graduanda em Sistemas e Mídias Digitais. Designer de Produto e pesquisadora da área de Interação Humano-Computador. Viajante no campo das ideias, aventureira incansável e escritora da própria história. Contato: rachelcarvalho@alu.ufc.br

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Perfil da turma da disciplina de Redação para Mídias Digitais 2019.1 do curso de Sistemas e Mídias Digitais da UFC.