O hoje de outrora

Andresa Scucuglia
Celeiro de Palavras
2 min readJul 6, 2018

Os versos ao final deste artigo têm a data de Julho de 2000. Eu ia fazer 22 anos em alguns dias e estava no último ano da faculdade de Jornalismo. Ingressara no Banco do Brasil há 8 meses. Aquelas palavras refletem bem o meu sentimento à época, de conflito e transições.

Transição para a vida adulta. Transição para o mundo corporativo. Transição de uma carreira que ainda nem existia, era apenas sonhada.

Contexto

Naquele 4 de Julho, eu não sabia que dali a 3 meses um fato mudaria a trajetória da minha vida: um convite para trabalhar na área de Comunicação do BB. Se não fosse isso, dificilmente estaria ainda hoje no Banco, teria trilhado outros caminhos, seria uma Andresa diferente, com outras conquistas, outras derrotas, outros amigos.

Amanhã eu faço 40 anos e sinto alegria em olhar para trás e perceber que a vida é feita de ciclos, uns pequenos, outros maiores; alguns empolgantes, outros dolorosos...

Só a maturidade nos permite enxergar isso claramente: venha o que vier — bom ou ruim — vai passar. Cabe a nós aproveitar ao máximo as fases boas e nos esforçarmos mais ainda para encerrar rapidamente os ciclos ruins.

Sucesso não é o final, fracasso não é fatal: é a coragem para continuar que conta. — Winston Churchill

Hoje

Aqui, no hoje em que atualmente me encontro, 18 anos depois, apresento com prazer meus versinhos de outrora:

Hoje no colorido céu que está
No carregado vento vem
Ondas de energia boa
Pedaços da paz que jaz.

Hoje só restam fragmentos
Do que um dia foi
Sem perceber que era tudo
O que podia ser no momento.

Hoje o sol nasceu igual
Como todos os dias se põe
Subiu lá e desceu aqui
Sempre igual, igual, igual…

Hoje já é um adulto
Da criança que foi
Usando o trejeito que aprendeu
A não deixar oculto.

Hoje sabe o que é amar
Das dores que junto vem
E diz que isso é assim mesmo
Não adianta evitar.

Hoje não mais quer ganhar o mundo
Quer mudá-lo primeiro.

Hoje não quer mais ser um herói
Aprendeu que constituir família
É tarefa de homem de coragem:
A vida lá fora pulsa e dói.

Hoje não quer ser famoso
Quer sobreviver.

Hoje a coragem diminuiu
O medo surgiu
A precaução dos adultos
O furor substituiu…

(04/07/2000)

Não tenha medo
Não preste atenção
Não dê conselhos
Não peça permissão
É só você quem deve decidir o que fazer
Pra tentar ser feliz.
Parece um teorema sem ter demonstração
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.
(Teorema — Legião Urbana)

Carpe diem.

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Andresa Scucuglia
Celeiro de Palavras

Música, filmes, livros, inovação, a vida, o universo e tudo mais. Sou jornalista e trabalho no Banco do Brasil.