Como criar relacionamentos com VCs durante a jornada empreendedora
Há diversos desafios em uma jornada empreendedora. Com frequência, uma sensação de insucesso aparece, mas calma, tem muita gente boa querendo te ajudar.
Um caminho importante na vida de um empreendedor é a forma como ele capta e mantém os fundos para tocar sua operação. Em uma época onde tudo está cada vez mais incerto, saber como construir e nutrir um relacionamento com investidores pode ser essencial para a sobrevivência de uma startup.
Muitos empreendedores já se depararam com a imagem acima. No entanto, passar por esse caminho pode não ser tão linear. Para te auxiliar na busca por investimentos, falaremos sobre a organização de um portfólio de potenciais investidores e como construir um caminho mais sustentável (e saudável) na busca deste capital.
Trate os potenciais investidores como potenciais clientes e, como tal, dando a devida atenção
Toda máquina de vendas precisa de uma estratégia que começa com a definição do público possível, ou seja, aquele que tem potencial de ser seu cliente, pois ele possui uma dor e você, a sua solução. Junto à essa segmentação, está o desenvolvimento de conteúdos de consumo de cada prospects, a definição de um ritmo de contato, agendamento e realização de reuniões, follow-ups….e por aí vai. A estratégia do desenvolvimento com potencial investidores segue a mesma linha.
Quem são os investidores que mais cabem ao seu empreendimento?
No mercado há uma grande quantidade de fundos disponíveis para investimento. Existem diversos perfis de investidores, a diversidade vai desde o tamanho do cheque oferecido até quão próximo o investidor é da operação (quanto mais próximo, mais hands-on esse investidor é, o contrário, denomina-se hands-off). Vai da escolha dos sócios àquele investidor que mais se encaixa ao perfil e momento da startup.
Confira a importância do CAC e LTV para startups e como eles podem auxiliar em análises de valuation.
Mas a questão não é só o dinheiro…?
Não, definitivamente não. Entenda que o investidor sempre tem o papel de ser aquele personagem para auxiliar. O dinheiro faz parte do percurso, é um recurso que ajuda a sustentar seu projeto, mas o que de fato potencializa a capacidade de crescimento é o quanto de conhecimento o investidor agrega.
Conhecimento que pode ser definido como: Ter uma rede de contatos que possa gerar novos negócios, ser uma grande referência no seu setor de atuação, ser um empreendedor que já tenha realizado exits ou que possua startups/empresas com estágio bem avançado. Esse é o segredo do tal smart money.
O café, aquele papo e um pouco sobre pitchs
Depois de entendido quais são os principais instrumentos que podem auxiliar sua startup é hora de conhecer os profissionais que atuam diretamente na gestão dos escritórios de investimentos. É comum no meio empreendedor a realização de reuniões (o famoso café) e apresentações sobre a ideia da startup. Atualmente, com a restrição da circulação de pessoas e todas as medidas de isolamento por conta da pandemia do COVID-19, esse hábito quase deixou de existir. Por isso, quanto mais assertivo for a transmissão da ideia, maior a chance de continuar com o relacionamento com esses futuros investidores.
Fazer pitch é algo corriqueiro para os sócios da startup, o que muitas vezes não é habitual é transformar esse discurso em algo que se venda para investidores. O segredo é ter um discurso que vai mostrar a evolução do empreendimento de forma clara e objetiva e isso implica em:
- Mostrar números, números e mais números: Como sua startup performou durante os últimos meses em termos de receita, custos, tamanho do time? Como você espera que ela venha performar nos próximos meses? ALERTA: Não minta, nem supervalorize seus números, o importante é a total transparência.
- Eu tenho o dinheiro, mas e o que você vai fazer com ele? Muitos empreendedores sabem que precisam de dinheiro, inclusive com levantamentos cada vez melhor estruturados. O que falta, muitas vezes, é saber responder bem as perguntas: O que faremos com esse recurso? Por que faremos isso? E quanto tempo esse dinheiro vai durar? Respostas razoáveis a essas perguntas muitas vezes garantem o fechamento do contrato.
Olá! Como vai? Espero que esteja bem…
O “não” é algo comum nas primeiras conversas entre os empreendedores e os investidores, mas isso não significa que este “não” seja um “até nunca mais”. Por algum motivo, pode ser que as partes entendam que aquele momento específico não é o ideal para o fechamento do contrato de investimento, mas como conta o grande Amure Pinho, a busca de investidores é um 'verdadeiro relacionamento entre empreendedores e quem possui os recursos financeiros'.
Com isso, manter os potenciais investidores informados sobre a evolução do seu negócio, apresentando os pontos positivos, negativos e o que pode ser útil naquele momento, ajuda dar continuidade em conversas futuras para a conquista do cheque de ouro (e todo o smart que vem com ele).
Esse relatório não precisa ser algo complexo, com muitas páginas e dados soltos. Ele precisa ser conciso, objetivo e simples, isto é, um e-mail enviado periodicamente pode, muitas vezes, transformar um inicial “não” em um futuro potencial unicórnio.
…e finalmente chega o dia em que o dinheiro vem!
E depois de algumas reuniões, alguns “não’s”, muitos cafés e calls, você finalmente conquista seu termo de intenção de investimento, o termsheet. Mas e agora?
Negociar os termos de um contrato é sempre importante e por muitas vezes tão complexo ou mais que a criação e manutenção de relacionamentos com VCs. Tenha em mente: um contrato de investimentos é algo que visa proteger as partes mutuamente, não canibalizar nenhuma delas, por isso, procure sempre a ajuda de escritórios especialistas nesse assunto para auxiliá-lo.
E por aí, quais foram os maiores desafios que você encontrou durante a sua jornada empreendedora com investidores? Compartilha nos comentários e vamos conversar!
