Boletim de Notícias do CTS-FGV — Semana 13/02/2022

O CTS-FGV apresenta sua seleção semanal feita por nossos pesquisadores. Os destaques desta semana incluem tópicos das áreas de proteção de dados pessoais, novas tecnologias de I.A., moderação de conteúdo online, dentre outros. Confira abaixo:

Notícias internas:

  • Foi lançado ontem (13/02) o livro “Moderação de conteúdo online: contexto, cenário brasileiro e suas perspectivas regulatórias”. Organizado por nossas pesquisadoras Yasmin Curzi, Nicolo Zingales e Clara Almeida e pelo prof. Ivar Hartmann (Insper), a obra discorre sobre o papel dos três poderes, da imprensa e da academia nesse debate, e esclarece os questionamentos mais recentes sobre o tema nos âmbitos nacional e internacional. O evento de lançamento reuniu representantes da academia, da sociedade civil e dos setores privado e público, para tratar dos principais desafios e dilemas na regulação de plataformas de redes sociais. A gravação do encontro está disponível no canal do Youtube da FGV.
  • Nossa professora e pesquisadora Yasmin Curzi deu uma entrevista ao RJTV sobre novos casos de golpes nas redes sociais, perpetrados por quadrilhas que criam perfis falsos anunciando conteúdo pornográfico de mulheres. Segundo nossa pesquisadora, as polícias possuem a capacidade de investigar tais casos e responsabilizar os criminosos. Veja a matéria completa aqui.
  • Na próxima semana, o CTS-FGV participará da conferência “Internet For Trust Regulating Digital Platforms for Information as a Public Good” organizada pela UNESCO entre os dias 21 e 23 de Fevereiro, na sua sede em Paris. Nosso coordenador, Prof. Luca Belli, estará na mesa “Empowering users? Shaping individual and collective empowerment tools to secure general access to information as a public good”, que ocorre no dia 23 de Fevereiro. O evento contará também com a presença da nossa pesquisadora, Prof. Yasmin Curzi, que estará presencialmente na “Multilevel and Meaningful Transparency in Algorithmic Systems: Developing Concrete Criteria to Guide Institutional and Legal Reforms”, que ocorre no dia 21 de Fevereiro, às 7h (Horário de Brasília), para apresentar comentários às Guidelines da UNESCO para transparência de plataformas, bem como para apresentar o paper desenvolvido no âmbito da Dynamic Coalition on Platform Responsibility (DCPR) do Fórum de Governança da Internet da ONU que coordena junto ao Prof. Luca Belli.

Destaques da semana:

Por Sofia Chang, Luca Belli, Yasmin Curzi e Walter Britto Gaspar

  • Análise do CCDH revela que contas de extremistas vão gerar milhões para o Twitter: “Um novo relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, na sigla em inglês), lançado na quinta-feira (9.fev), aponta que o Twitter deve faturar até U$19 milhões em um ano com receita publicitária de 10 contas restabelecidas por Elon Musk desde nov.2022. Essas contas incluem perfis neonazistas, antivacinas, supremacistas brancos e até mesmo pessoas presas por tráfico humano, pornografia e escravização sexual de mulheres, como o influencer Andrew Tate”. Via Núcleo Jornalismo
  • As gigantes da tecnologia da China estão lançando clones do ChatGPT — e Beijing está observando de perto: “As gigantes da tecnologia da China, do Alibaba ao Baidu, anunciaram suas intenções de lançar produtos no estilo do ChatGPT. Mas os anúncios das maiores empresas chinesas não declararam que estão trabalhando em um Chatbot livre para todos como o ChatGPT, um movimento que poderia preocupar Beijing, que censura fortemente o conteúdo da internet. Em vez disso, as empresas falaram sobre a tecnologia em cenários específicos de aplicação, adotando uma abordagem mais circunspecta”. Via CNBC
  • O pornô de IA é fácil de fazer agora. Para as mulheres, isso é um pesadelo: “Até recentemente, fazer pornografia com IA de forma realista requeria conhecimentos de informática. Agora, graças em parte às novas ferramentas de IA fáceis de usar, qualquer pessoa com acesso a imagens do rosto de uma vítima pode criar conteúdo explícito de aparência realista com um corpo gerado por IA. Os incidentes de assédio e extorsão provavelmente aumentarão, dizem os especialistas em abuso, pois os maus atores usam modelos de IA para humilhar alvos que vão de celebridades a ex-namoradas — até mesmo crianças. As mulheres têm poucas maneiras de se protegerem, dizem os especialistas, e as vítimas têm pouco recurso”. Via The Washington Post
  • CGU conclui revisão dos sigilos impostos a documentos de acesso público: “O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, apresentou nesta sexta-feira (3/2), em coletiva de imprensa, o resultado do trabalho de revisão dos atos que impuseram sigilo indevido a documentos de acesso público na administração federal. Foram analisados 168 casos emblemáticos, apresentados à CGU em sede de recurso nos últimos quatro anos. O resultado da análise define, por exemplo, que informações como registros de entrada e saída de prédios públicos e procedimentos disciplinares de militares são passíveis de acesso público”. Via Controladoria-Geral da União
  • ChatGPT já está sendo utilizado em golpes de phishing e BEC: “A maioria dos líderes de TI do Reino Unido acredita que hackers ligados a governos já estão usando o chatbot ChatGPT para fins maliciosos contra outras nações. Esta foi a impressão colhida pela BlackBerry por meio de um novo estudo no qual entrevistou 500 tomadores de decisão de TI do país. Segundo o levantamento, enquanto 60% dos entrevistados veem o chatbot como sendo usado geralmente para “boas” finalidades, 72% estão preocupados com seu potencial de emprego para fins maliciosos”. Via CISO Advisor
  • Executivo de empresa é o responsável por vazar dados de 13 milhões de usuários do Bilhete Único, diz polícia: “Uma investigação da Polícia Civil afirma que um executivo vazou em dezembro de 2022 os dados de 13 milhões de passageiros do cadastro do Bilhete Único da cidade de São Paulo. O suspeito é um dos diretores de uma empresa de tecnologia responsável pela gestão das informações. Até então, a investigação e a SPTrans indicava que havia ocorrido um ataque hacker”. Via g1
  • Inutilização de dados informáticos de terceiros pode se tornar crime: “Com o objetivo de atualizar a legislação e aumentar a punição para delitos na internet, o senador Carlos Viana (PL-MG) apresentou projeto que introduz no Código Penal o crime de sequestro de dados informáticos e também define uma pena específica para invasão de dispositivo informático quando dela resultar a obtenção de dados pessoais. O PL 879/2022 aguarda tramitação desde abril de 2022”. Via Agência Senado
  • Desenvolvedores de aplicativos do tipo Stalkerware são multados pelo Procurador Geral de Nova York: “O Stalkerware é um enorme problema quando se trata de intrusão na vida pessoal das pessoas. “Amigos”, estranhos, membros da família, cônjuges abusivos e muitos mais podem potencialmente interferir neste passatempo maligno e causar todo tipo de problemas para seu alvo. Graças ao escritório do Procurador Geral de Nova York, algumas pessoas em breve ficarão cientes de algo extra que espreita em seus dispositivos, depois que um desenvolvedor recebeu uma multa de $410.000 e uma exigência de notificar as pessoas de que seus dispositivos estão rodando softwares de monitoramento”. Via Malware Bytes
  • Serviço de mensagens criptografadas é interceptado pela polícia, usuários presos: “Depois de interceptar mais um serviço de mensagens criptografadas durante cinco meses, as agências policiais decidiram encerrar o serviço que era popular entre os membros de grupos do crime organizado. O serviço chamado Exclu afirma usar os “protocolos de criptografia mais seguros”, assim como a criptografia de ponta a ponta para garantir que somente o remetente e a pessoa com quem se comunicam possam ler o que é enviado, nem mesmo a própria empresa. Que estas alegações não eram inteiramente verdadeiras pode ser concluído após 42 prisões na sexta-feira 3 de fevereiro de 2023 na Holanda, Bélgica e Alemanha. Entre os detidos estavam não só os usuários do serviço de mensagens, mas também os proprietários e operadores do Exclu”. Via Malwarebytes
  • 40% das lojas on-line enganam os usuários com “dark patterns”: “A Comissão Européia tem olhado para sites de varejo para ver se eles estão enganando os consumidores com “dark patterns”. Spoiler: Sim, eles estão. A Comissão, juntamente com as autoridades nacionais de proteção ao consumidor de 23 estados membros da UE, mais a Noruega e a Islândia, divulgaram os resultados de sua seleção de lojas on-line. Em uma varredura de 399 sites, a investigação descobriu que 148 deles continham pelo menos um dos três dark patterns que foram buscados. Dark patterns, também conhecidos como padrões de design enganosos, ocorrem quando uma interface de usuário foi cuidadosamente elaborada para dar um empurrão ou enganar os usuários a fazer coisas que eles não se propuseram a fazer”. Via Malwarebytes
  • Não há um padrão: investigação conclui que algoritmos de IA objetificam os corpos das mulheres: “As imagens publicadas nas redes sociais são analisadas por algoritmos de inteligência artificial (IA) que decidem o que amplificar e o que suprimir. Muitos destes algoritmos, concluiu uma investigação do Guardian, têm um viés de gênero e podem ter censurado e suprimido o alcance de inúmeras fotos com corpos de mulheres”. Via The Guardian
  • Uma vitória para Hermès na bolsa: Como o veredicto “MetaBirkins” pode preparar a paisagem para o futuro da moda e o metaverso: “Na quarta-feira 8 de fevereiro de 2023, um júri federal de Manhattan concluiu que os NFTs “MetaBirkin” da designer Mason Rothschild de Los Angeles infringem e diluem as marcas registradas Hermès para suas bolsas Birkin mundialmente conhecidas (…). Rothschild deve agora pagar $110.000 de lucro líquido por infração e diluição da marca registrada, e $23.000 em danos legais por cybersquatting. Este veredicto mostra que a infração de marca registrada no mundo virtual tem conseqüências exatamente como teria no mundo real”. Via Lexology

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