Canita, la cerveza que no existe

Fernanda da Costa
Cerviajona
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3 min readDec 14, 2018

Para mim viajar é sagrado, no sentido mais virtuoso do termo. Tenho como uma das minhas primazias de viagem provar da cerveja e da culinária local. Aliás se for para isso eu nem viajo. Quem me conhece já sabe… @cerviajona

Semana passada eu tive a oportunidade de visitar o meu trigésimo país, a República Dominicana (Punta Cana, Romana e Santo Domingo). Como vocês já sabem, prioridades são prioridades. Pouco menos de um mês antes de chegar ao meu destino, fui em busca de informações sobre o que beber e comer durante minha estadia. Não havia muita opção além dos produtos da Cervecería Nacional Dominicana, da AB Inbev e Grupo León Jimenes, que por sinal recebeu uma multa pelo abuso na posição dominante no mercado dominicano… Mas como brasileira, não desisto nunca, então descobri a Canita, uma cervejaria de Punta Cana, minha cidade destino inicial. Logo fui atrás de informações, contatos para ver se realizavam visitas e se tinham algum bar exclusivo, ou em quais bares encontraria a cervejinha, mas até minha chegada não obtive respostas e não encontrei nada.

No aeroporto, logo após o desembarque, fui tomada pela animação, com propagandas que estavam espalhadas pelo sagão. Mas dado o horário, não havia nada aberto lá. Já no local onde fiquei hospedada perguntei sobre a Canita, me falaram muito bem e disseram que possivelmente a encontraria com facilidade. No dia seguinte, procurei pela praia e não a encontrei. Acabei conhecendo a Presidente, uma Standard American lager, pouca coisa melhor que as que a AB Inbev oferece no mercado brasileiro, que se tornou minha companheira concreta, durante toda a viagem.

El auténtico orgullo dominicano é encontrado em qualquer lugar. Do mercadinho aos restaurantes mais requintados. Ela era até honesta, mas eu seguia no projeto de provar a Canita. Fui a mais de 10 restaurantes, bares ou afins e nada. Resolvi apelar e ir aos mercados, do pequeno BAM Market da playa de el corcenito até o gigante Jumbo, e nada também. Acabei encontrando muita cerveja alemã e americana, mas como estava em solo dominicano, não era meu objetivo. Até achei uma pseudo witbier local, mas, além de fora do estilo, tinha uma porção de off-flavors. Uma pena, pois o restaurante (Ceviche 301) foi o melhor da viagem. Acabei encontrando a The One, uma light lager bem levinha e aguadinha, também da Cervecería Nacional Dominicana para me despedir de terras caribenhas com um belo por do sol.

Mas na minha saída, após passar pela imigração fui dar uma olhada na praça de alimentação do aeroporto de Punta Cana e para minha surpresa, todos os box, mas todos mesmos tinha propaganda da Canita. A grande maioria tinha Canita com combos de lanches. Pensei comigo, agora vai. E..não foi. Na Wendy´s não tinha, no Sushi também não, no Nathan´s, vejam só, não tinha também, no bar de drinks não tinha nada e a Presidente tava 7 dólares…sério. A Canita, não existe. Até que me provem o contrário. E eu gostaria muito que provassem…de provar.

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Fernanda da Costa
Cerviajona

Sommelier e aprendiz de cervejeira caseira...enfim uma - incorrigível viajante e entusiasta de cervejas e paranista (a gente também sofre)…prazer @cerviajona