Google Cloud Summit 2019 — São Paulo
E Outubro, um tanto por acaso via um anúncio lá no twitter, me reservou a oportunidade de participar da 3ª edição Google Cloud Summit 2019.
Essa edição do evento ocorreu nos dias 09 e 10 de Outubro no Jockey Club de São Paulo e, segundo a Google, contou com mais de 25 especialistas.
Foram dois dias intensos com muitas atividades, informações e novidades reservadas aos participantes por essa gigante da cloud tão presente no nosso dia a dia.
Me aproveitando da proximidade da regional do CESAR Sorocaba com São Paulo, consegui uma pausa na semana e fiz o bate e volta até São Paulo para companhar esse evento.
Entre as atividades do evento tínhamos os keynotes, bootcamp, Cloud Hero, palestras e ainda uma área toda dedicada aos estandes de parceiros e suas soluções (Industy Zone).
Valeu muito a pena participar e gostaria de compartilhar com vocês um pouco dessa experiência.
Dia 1 — BOOTCAMP
Coube a Daniel Leite (Field Sales Representative, Google Cloud) a missão de conduzir os keynotes. Para esse primeiro dia, como as sessões foram dedicadas aos desenvolvedores, trouxeram ao palco um time de perfil técnico.
Diversas demontrações de serviços disponíveis na Google Cloud Platform foram realizadas e houve uma atenção igualmente distribuída entre machine learning e tudo que de alguma forma estava relacionado com desenvolvimento de software (microservices, security, continuous integration, continuous deployment, canary release, etc).
O Spinnaker foi uma das ferramentas que escolheram demonstrar ainda durante o keynote. Eu já tinha encontrado alguma citação da ferramenta, mas de fato não tinha uma visão do seu propósito.
Outra novidade apresentada foi o Anthos e este me pareceu ser fundamental para a estratégia de nuvem híbrida. Houveram diversos comentários durante o evento a respeito dessa estratégia de abraçar a nuvem juntamente com seus serviços on-premise.
Também tivemos demonstrações relacionadas com a utilização de machine learning no contexto de guiar o usuário até um produto dentro de uma loja, controlar os produtos expostos e gerar alerta de estoque baixo, busca de produtos com uso de imagens e detecção de fraudes.
Todas essas demonstrações focaram principalmente em casos de uso da Cloud AutoML, que fornece uma série de serviços como AutoML Vision, AutoML Video Intelligence, AutoML Natural Language, AutoML Translation e AutoML Tables.
A perspectiva aqui é a de que há muitas possibilidades de utilização de machine learning, porém a quantidade de pessoas capazes de criar modelos de ML ainda é relativamente pequena.
Produtos como o Cloud Auto ML permitirão que muitos desenvolvedores comecem a aplicar ML em seus produtos. Isso habilitará uma quantidade muito maior de pessoas para avaliar se ML resolve seus problemas e elas poderão incorporar essas soluções aos seus produtos e/ou então buscar uma ajuda especializada quando necessário.
E caso você seja um pesquisador de deep learning ou especialista em ML, ainda terá todo um conjunto de ofertas para desenvolver seus modelos usando as bibliotecas de ML que melhor se adeque as suas necessidades.
Outro oferta apresentada foi o AI Hub, que possui modelos publicados pesquisáveis. Podemos utilizar/estudar esses modelos e ainda usar a ferramenta para colaboração entre os especialistas dentro de uma mesma oraganização.
As ferramentas citadas acima e outras foram detalhadas durante o período da tarde no bootcamp de Kubernetes Engine e Serveless ML. Acabei optando por seguir o bootcamp de Serveless ML e adiciono aqui mais alguns tópicos.
- O Colaboratory permite começar a explorar o uso das TPUs (Tensor Processing Unit)
- Felipe Hoffa falou de Servless Machine Learning with BigQuery e citou seu artigo 10 top tips: Unleash your BigQuery superpowers
- Renato Leite falou a respeito do valor de ML com dados estruturados e citou o artigo An in-depth look at Google’s first Tensor Processing Unit (TPU). Também abordou AutoML Tables para a aplicação de ML com dados estruturados e a Recommendations AI.
Dia 2 — SUMMIT
Daniel Leite comandou novamente o keynote e dessa vez trouxe ao palco alguns clientes. Também tivemos algumas demonstrações de produtos.
Dessa vez reservaram uma área da arquibancada para as lideranças durante o keynote. Aparentemente era um público que já possuia alguma relação de negócio com a Google e para o qual podem ter fornecido alguma programação diferenciada.
Fabio Coelho (Presidente, Google Brasil) falou sobre plataformas com mais de 1 bi de usuários, da forte presença da Google no Brasil e compartilhou dados referentes a maturidade digital das empresas brasileiras.
Os estágios de maturidade considerados foram nascente, emergente, conectado e multimomento. No Brasil 61% das empresas se encontram nos estados nascente e emergente, enquanto isso 50% das empresas da União Europeia se encontram nesses estágios iniciais.
Como técnicas principais para guiar o aumento de maturidade foram citadas AI/Machine Learning, Data analytics e Cloud.
Robert Enslin (Presidente, Google Cloud) também trouxe informações relevantes como a adoção de cloud por 73% organizações, a importância da nuvem híbrida e multi-cloud já que 84% delas possuem planos para esse caso de uso.
Entre diversos números, o que mais me causou espanto é o fato de que a maioria das aplicações continuam a rodar on-premise e apenas 10% do workload enterprise foi movido para a cloud. Pelo visto, apesar de termos casos como o do Spotify, quando se trata desse mundo enterprise o trabalho de migração pode estar apenas começando.
Izabelle Macedo (Head of Latam Cloud Marketing, Google Cloud) nos trouxe uma perspectiva sobre produtividade/colaboração e como o G Suite pode transformar como as pessoas colaboram nas empresas.
Soluções como Gmail, Google Docs e Google Drive são partes do nosso dia a dia aqui no CESAR. No meu caso, prefiro tanto trabalhar com essas ferramentas que chega a ser desconfortável pensar na possibilidade de usar qualquer outro cliente de email ou soluções equivalentes.
É o tipo de solução que tira do nosso caminho o obstáculo da colaboração remota e, como temos times distribuídos, isso é parte fundamental para realizarmos nosso trabalho.
Pelos números divulgados no evento, o G Suite pode aumentar a receita em até 1,5% e ainda economizar até 171 horas por usuário ao ano, o que demonstra como essa oferta realmente facilita nossas vidas.
Esse dia também foi dedicado a apresentação de alguns clientes, entre eles:
- André Souza - CIO da FCA (Fiat Chrysler Automobiles)
- Vinicius Caridá - Data Science Manager Itaú
- Vasco Crivelli - CMO B2W Digital
- Roberto Funari - CEO Alpargatas
Todos eles bateram um papo com Daniel Leite falando sobre o uso de soluções da Google e como essas soluções, que vão desde as ofertas de machine learning até o G Suite, tem ajudado suas empresas.
Cloud Hero
Nos dois dias do evento foram fornecidas sessões de Infrastructure Modernization, Machine Learning e Application Development para os desenvolvedores interessados no Cloud Hero na DevZone.
O objetivo era explorar laboratórios para a Google Cloud Platform com instruções passo a passo disponibilizadas no qwiklabs.
Caso seja do seu interesse, lá no qwiklabs você ainda pode encontrar diversos laboratórios gratuitos para a Google Cloud Platform.
Se deseja ficar por dentro da estratégia da Google para a América Latina fica aqui uma recomendação:
Para você que, assim como eu, se interessou por aprender sobre machine learning e não quer ficar fora dessa, a Google tem um curso free:
Agora, se suas habilidades já estão afiadas ou se o que você quer mesmo são desafios e muita competição, dá uma olhada no Cloud Hero One World Challenge:
E até 2020 na próxima Google Cloud Summit!
