TestSphere — Como expandir suas ideias sobre testes com um baralho!

Fábio Correia e Mello
CESAR Update
Published in
4 min readAug 17, 2018

Iniciando uma série de postagens sobre ferramentas, tradicionais ou não, voltadas para o universo dos testes de software, resolvi começar por uma bastante peculiar caiu em nossas mãos aqui no CESAR recentemente. Com toda curiosidade do mundo, fui atrás de maneiras práticas de como utilizá-la no cotidiano de projeto e instituição.

Como vocês, testadores atentos, devem ter percebido pelo título, estamos falando sobre um baralho… mas o baralho em questão não é um baralho tradicional, com naipes de ouro, paus, ases e espadas, trata-se do TestSphere, uma criação do pessoal do Ministry of Testing. De forma bem objetiva eles estruturaram 100 cartas divididas em 5 categorias, todas relacionadas ao universo de testes de software para serem consultadas de forma rápida!

A falácia do apostador no topo do baralho, quem nunca enxergou uma chance ou padrão onde não havia um?! :-)

Citando o descritivo dos autores em tradução livre(versão original):

Uma centena de cartas contando com uma centena de conceitos de teste:
Heurísticas, Técnicas, Sentimentos, Aspectos de Qualidade e Padrões.

Cada carta explica um conceito com um slogan e ilustra o conceito com três exemplos que foram projetados para que você possa pensar sobre eles de jeitos diferentes.

Um brainstorm entre testadores, coach, uma atividade de compartilhamento de conhecimento e experiência usando as cartas para iniciar conversações, um jogo de narrativas de histórias, uma ferramenta para facilitar workshops e servir de guia para sessões de testes.

Seja você um novo testador buscando um jeito divertido de aprender sobre testes, ou um testador com vários anos de experiência em currículo, o TestSphere existe para destravar barreiras que você não sabia que estavam lá.

Dentre as atividades sugeridas e listadas por eles, tive a oportunidade de utilizar o baralho em um workshop facilitado para a comunidade Teste@Recife, em um escopo aberto onde eu puxava uma carta e lia a situação, quem tivesse uma experiência para compartilhar em relação ao fato citado pela carta, ganharia a mesma. O time com o maior número de cartas ao final, ganharia uma caixa de chocolate (nada como uma competiçãozinha para a turma entrar no clima!). As experiências e situações compartilhadas nos ajudam a entender o universo alheio e praticar uma projeção das nossas vivências e realidades, expandindo nosso senso criativo na busca por resoluções e análises.

As regras da casa, mas você não precisa segui-las a risca.

O uso do baralho vai bem além das regras e sugestões dadas por eles, a carta de regras ou sugestões é só um Norte, exemplificando um método de "quebra de gelo" em um dia comum no trabalho, e o jogo em si que é um pouco diferente das regras que eu utilizei no workshop que facilitei. Podemos usar as cartas em um brainstorm, em um período de escrita de casos de testes, ou na mera reflexão diária da nossa estimada função. Nós, que trabalhamos com análise, precisamos nos afastar do paradoxo do pesticida o tempo todo, e as 100 entradas das cartas podem gerar a fagulha que seu cérebro procura.

Um bom exemplo prático de atividades apoiadas pela dinâmica do baralho é o uso na prática de Risk-storming, já ouviram falar?! Depois de trocar uma ideia com Rodrigo Cursino, ele pontuou como estava utilizando a técnica aliada ao TestSphere para expandir a capacidade de análise e mapeamento de riscos de qualidade, e contou um pouco sobre o uso:

O TestSphere pode ser utilizado também como recurso facilitador de sessões de mapeamento de riscos de qualidade de um produto ou sistema. O workshop chamado Risk-Storming usa as cartas para fazer os times refletirem sobre os aspectos de qualidade mais importantes para os produtos que eles desenvolvem. Exemplo destes aspectos são a performance, facilidade de uso ou segurança dos sistemas. Em seguida, é executava uma rodada de brainstorm para listar riscos e problemas relacionados a estas características de qualidade. Por fim, os cartões são utilizados novamente para auxiliar os times com técnicas, padrões ou heurísticas que podem ser utilizadas para mitigar ou resolver os riscos e issues levantados.

A galera rodando um Risk-Storming nervoso no CESAR :-O

Além de ser uma ferramenta que ajuda a visualizar riscos de qualidade, o Risk-Storming promove fortemente a colaboração entre os membros do time a facilitar uma comunicação sobre assuntos normalmente não explicitados no dia-a-dia e a dar voz a todos, independente de funções. Assim, desenvolvedores, testadores, designers, analistas de negócio, etc. podem compartilhar suas percepções.

Para não desconstruir a boa impressão por uma dúvida, acredito que é meu dever ressaltar que essa postagem não foi patrocinada de nenhuma forma. Temos vários exemplares do baralho por aqui e todos foram adquiridos com recursos próprios, visando expandir nossas habilidades e atividades como testadores, nesse voraz e insaciável mundo dos bugs, rrá! :-)

Em breve a segunda postagem sobre ferramentas utilizadas no nosso dia-a-dia vem aí, e, para deixar aquela pista, a CARGA vai ser pesada.

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