Os Formatos de Papel

Ricardo Dias
CGNow
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5 min readAug 13, 2019

Quando compramos papel em bazares ou papelarias, ou ainda, quando usamos nossa impressora no escritório, deparamo-nos com os famosos formatos A4, Carta, Ofício, etc. Neste artigo, procuro explicar o que o Designer Gráfico deve saber sobre os formatos adequados para a correta produção das artes desenvolvidas e a consequência disso tudo no preço final de seus trabalhos.

Artigo publicado em 2012 para o antigo site www.rpdesigner.com.br.

No mundo gráfico, os formatos de papel diferem-se bastante em relação ao que a grande parte das pessoas conhece. No escritório, nossas impressoras utilizam os formatos internacionais do padrão ISO 216 ( A4, A3, etc), todavia, nas gráficas são utilizados os formatos do padrão OffSet. Vamos descobrir então como funcionam este formatos.

O formato ISO 216

Este é o formato internacional utilizado pela maioria dos países para a padronização de mídia para impressão.

Impressora comum para escritório

Geralmente é utilizada para impressão caseira, uma vez que as impressoras para escritório e copiadoras seguem o padrão ISO 216 para os formatos de papel.

É comum encontrar este formato com a nomenclatura da série A ( A0, A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7 e A8 ), mas eles também existem nas séries B ( B3, B4, etc ) e C, com tamanhos um pouco diferentes, mas todos seguindo a mesma proporção em relação ao seu tamanho “0″ ( A0 ).

Os tamanhos “0″ do padrão ISO 216:
- série A: 84,1×118,9cm
- série B: 100cm×141,4cm
- série C: 91,7cm×129,7cm

Na imagem abaixo, veja os formatos da série A, partindo do tamanho 0 ( A0 ), para o tamanho 8, o menor.

Nos EUA e no Canadá, são utilizadas variações do A4, também conhecidas como Carta (Letter), Ofício (Legal), Ofício 2 (Folio), Ofício 9 e Tablóide.

O formato offset

A partir de 1950, o offset se tornou um dos processos de impressão mais utilizados, podendo realizar grandes tiragens de impressões em poucas horas.

Impressora Offset em atividade

O formato offset surgiu seguindo como referência o tamanho da bandeja de alimentação das impressoras offset, por isso é o mais difundido e consequentemente o mais utilizado. O tamanho mais utilizado para offset é o 96x66cm, embora existam outros menos difundidos. Abaixo uma tabela com os formatos offset utilizados pela grande maioria das gráficas, lembrando que a letra “F” significa “Formato”:

Reduzindo custos, aumentando os lucros

Imagine a seguinte situação: “O designer desenvolve um panfleto em um tamanho determinado aleatoriamente, por exemplo 17x17cm, e envia para a produção na gráfica, gerando o custo total de R$ 500,00, por exemplo. Em seguida, desenvolve um outro panfleto com dimensões maiores 16x22cm, envia para ser produzido na mesma gráfica e o custo fica em R$ 400,00″.

Olhando rapidamente para este exemplo, parece que no primeiro serviço, a gráfica não foi honesta ou errou ao cobrar R$ 500,00.
A área impressa de 17x17cm é menor que 16x22cm, como pode a arte menor custar mais? O correto não seria a arte menor custa menos?

O grande vilão nesta história foi o formato utilizado para fazer o panfleto. O panfleto menor, pôde ser replicado 15 vezes para cada “Formato 1″ enquanto o panfleto maior, pôde ser replicado 18 vezes no mesmo “Formato 1″, ou seja, 3 panfletos a mais. Veja nos exemplos a seguir.

O panfleto com o “Formato 18″ (16x22cm) resultou em aproveitamento total do “Formato 1″(96x66cm).

Já o panfleto de 17x17cm desperdiçou boa parte do “Formato 1″, como podemos ver no exemplo abaixo.

Isso pode parecer pouco, mas levando em consideração que este panfleto seja produzido com uma tiragem de 200.000 cópias, veja a diferença:

  • arte de 17x17cm: seriam necessárias 13.340 cópias para atingir 200.000 panfletos;
  • arte de 16x22cm: (F18), seriam necessárias 11.120 cópias para atingir 200.000.

Ou seja, usando o formato padrão, economizamos 2.220 cópias. Outra coisa importante é em relação a forma como é calculado o custo da produção na gráfica. Este cálculo é feito levando em consideração:

  • o número de pigmentos (tintas) utilizados (pode ser 1, 2 ou até 4 cores);
  • o tempo levado para a máquina fazer a impressão dos panfletos (considerando a limpeza da máquina a cada troca de cores);
  • a gramatura e a quantidade do papel utilizado.

Em outras palavras, quanto mais sua arte estiver dentro dos padrões, haverá menos desperdício de papel, resultando em menos tempo para imprimir. Assim sendo, menos será cobrado pela impressão e mais lucro será gerado.

Dica de ouro

Tente criar amizade com os parceiros envolvidos na produção da sua arte, como por exemplo o pessoal da gráfica, se isso for possível. Procure fazer uma visita de vez em quando para ver como seu trabalho é produzido, perguntando para o impressor sobre os tamanhos das artes, sobre as cores utilizadas e sobre o que você poderia melhorar para agilizar o serviço.

Um grande abraço e até o próximo artigo.

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Ricardo Dias
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Apaixonado por padrões, programação clara, elegante e principalmente manutenível. Trabalha como desenvolvedor deste 2000, incrementando a cada ano este loop…