“Crime is common. Logic is rare. Therefore it is upon the logic rather than upon the crime that you should dwell.” * / * O crime é comum. A lógica é rara. Portanto é sobre a lógica, e não sobre o crime, que você deve debruçar-se. (tradução livre) — Uma citação de Sherlock Holmes conforme escrito por Sir Arthur Conan Doyle no livro “O signo dos quatro”.

Quando a simplicidade se basta

--

Eu tive um professor na faculdade que costumava dizer “Não existe simples demais. O simples já é demais”. Confesso que levei algum tempo para entender esta afirmação. Vivemos num tempo em que o simples, muitas vezes é visto como insuficiente. Parece que o simples precisa sempre de um acompanhamento: “simples E genial”, simples E gostoso”, “simples E prático”. Sem o acompanhamento de outro adjetivo, “simples” é quase uma ofensa. Tweet this

Mas e se permitirmos a simplicidade bastar-se em si mesma?
Para isso, primeiro precisamos abandonar algumas percepções comuns sobre o simples.

O simples não é fácil.

Uma das confusões mais comuns sobre a simplicidade, é achar que ela é fácil. Não é nada fácil chegar em algo simples. Fácil mesmo é complicar, acrescentar coisas, colocar mais um “bullet”, mais uma palavra, mais uma vírgula…. Veremos quantos caracteres e quantos neurônios (vários!) vou gastar para terminar este texto sobre o simples :)

O simples não é raso.

A simplicidade precisa tangenciar todas as camadas do problema que busca resolver numa única linha. E para isso é preciso uma boa compreensão de todas estas camadas e suas relações. Uma solução rasa não é simples, é simplista e isso é bem diferente. O simplismo tende a considerar apenas um aspecto daquilo que está sendo analisado. Toda idéia simplista é rápida e fácil. E errada. Tweet this

O simples é criativo.

É muito comum, principalmente na arte, achar que não é preciso criatividade para se criar algo simples. “Mas isso até meu filho faria em 10 minutos!”. A execução de uma idéia simples pode até ser rápida e fácil. E por isso mesmo, é facilmente reproduzível (pergunte à toda a indústria de smartphones que copiou os padrões de gesto da apple). Mas a execução é apenas o estágio final. Houve um longo caminho, rico em criatividade, para chegar ao momento em que aquela execução se tornou uma possibilidade.

O simples requer uma jornada, requer conhecimento em profundidade, requer criatividade. Quando vemos por este ângulo, fica claro que ele basta em si mesmo. Tweet this

O simples já é demais pois ele engloba todo o processo criativo e exige muito esforço e foco. Quando nada mais for necessário, é por que você já esgotou quase todas as possibilidades e deixou ficar apenas o essencial.

E o essencial é eficiente. O essencial é econômico. O essencial é notório.

Pense na sua marca ou negócio — o que você acha que a simplicidade pode fazer por eles? Aquilo que é essencial, é o que te fará crescer e aparecer. O simples te trará retornos muito melhores pois é muito mais possível e assertivo gerenciar algo simples — seja numa pequena empresa ou numa marca de milhares de dinheiros.

O simples é possível e, na minha opinião, cada vez mais necessário em meio a complexidade do mundo atual. E por complexidade, quero dizer a abundância do fútil e desnecessário. A busca pelo simples deve ser mais que uma meta. Deve ser uma filosofia.

É uma busca contínua, que não será nada fácil e vai te exigir muito envolvimento e criatividade. Mas que no final das contas, bastará em si mesma.

Dani Lima é muito pretensiosa e um belo dia (lá em 2018) decidiu explicar o que é simplicidade e mandar pela sua Newsletter. Nada simples. Mas taí.

Copyright © 2020 Dani Lima Designer, sob licença Creative Commons BY-NC-SA

--

--

Dani Lima | Product Designer and Brand Designer
Chá com Design

Designer apaixonada por entender problemas complexos e criar soluções digitais simples, úteis e agradáveis | www.danilima.com.br