Marcas perfeitas não existem

Filipe Fernandes
Choco la Design
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3 min readMar 12, 2014

Logo que entramos no mercado de trabalho vamos com aquela fome e vontade de saber cada vez mais sobre as mais diferentes áreas no mercado em que atuamos. É uma ansiedade louca! Isso não vale só para profissionais em início de carreira, mas também para os profissionais já experientes e que estão em transição desta para aquela área nova do mercado.

Hoje existem, basicamente, dois grandes grupos de profissionais em todo e qualquer mercado:

Generalistas

São aqueles profissionais que sabem de tudo um pouco, mas não dominam uma área em específico. Tendem a ser bons gestores, já que tem uma visão holística do mercado e de suas diferentes áreas.

Especialistas

São os profissionais que têm uma capacidade técnica acima da média para uma determinada função. Geralmente são excelentes técnicos e dominam com maestria sua função.

“Um líder que seja um bom administrador, mas tecnicamente medíocre, é geralmente muito mais útil à empresa do que se ele fosse um técnico brilhante, mas um administrador medíocre.” — Fayol, em folheto apresentado no Congresso Internacional de Mineração e Metalurgia, 1900.

Essa citação de Fayol nos mostra que não adianta sermos os melhores especialistas no que fazemos se não tivermos uma visão maior do que é o mercado em que atuamos.

Trouxe essa citação porque os profissionais hoje estão com uma certa tendência de querer ser especialistas em todas as disciplinas que se relacionam com seu campo de atuação, querendo se tornar um profissional perfeito para o mercado. E profissional perfeito não existe.

O que temos que buscar é o meio termo entre ser generalista e ser especialista.

Dominar uma disciplina é muito importante porque é sendo específico em algo que nos diferencia dos demais profissionais do mercado, mas também é importante ter a visão do todo, saber a função de cada uma das demais disciplinas sem, necessariamente, se especializar nelas.

Mas o que tudo isso tem a ver com minha marca pessoal?

Você está lendo o jornal e vê o anúncio de uma Ferrari a preço de carro popular. Provavelmente você vai pensar algo como “Não é possível, só pode ser brincadeira!”. E talvez aconteceria o mesmo ao ver o anúncio de um apartamento de 500m² com preço de quitinete.

Nosso cérebro não processa informações antagônicas. Se é um produto muito bom, ele tem um valor mínimo aceitável para ser consumido no mercado. E quando falamos de marcas pessoais a regra é a mesma.

Agora vamos ver um exemplo oposto. Quem não se apaixona por ver um bebezinho aprendendo a andar? É um dos momentos mais imperfeitos do ser humano. Pernas tortas, andar cambaleante e coordenação motora quase zero. Mas ainda assim ficamos lá babando por aquela gracinha de fraldas que nem sabe falar. E o que tem de perfeito nisso? Nada.

Citei acima duas categorias de profissionais e a tendência deles em buscarem ser especialistas em tudo que encontram pela frente. Se você faz ou já fez isso, pare agora! Ou você é uma coisa ou é outra. Não tente ser tudo. Escolha algo que domine muito bem e concentre toda sua energia nesse nisso.

Temos que buscar autenticidade da nossa marca

Selecione um aspecto de imagem da sua marca e firme posição nele. O que não é possível é querer que as pessoas à sua volta acreditem que você é muito bom em tudo, porque isso vai parecer contraditório e confuso.

Construa um monopólio temporário sobre uma característica única da sua marca que só você tenha. É melhor vender uma diferença para cem pessoas do que cem diferenças para uma pessoa.

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Filipe Fernandes
Choco la Design

Dad. Husband. Designer. Developer. Founder and Editor at @chocoladesign.