Seja Freela #31 — O Super Designer (Parte 2)

Filipe Fernandes
Choco la Design
Published in
3 min readSep 14, 2012

No último post, Seja Freela #30 — O Super Designer (Parte 1), falamos sobre o Super Estagiário e o Super Funcionário, certo!? Como prometido, hoje vamos falar sobre o Super Designer Freelancer.

O Super Designer Freelancer

Aqui o bicho pega! Não tem muito pra onde correr. Designer Freela tem que saber de tudo um pouco sim! Digo isso porque um freelancer não pode ser inexperiente como um estagiário nem limitado como um funcionário. Freelancer sim tem que ser um super designer. Por mais que ele só venda serviços de design editorial, por exemplo, ele tem que saber onde pesquisar, tem que saber o que está rolando no cenário onde trabalha, seja on ou offline. O designer freelancer precisa saber conversar com o cliente, ter argumentos e saber defender seus projetos. E esse não é o tipo de coisa que você aprende do nada, você tem que ter experiência e já ter pesquisado nas mais diversas áreas.

O que fazer? Tudo! Se você quer levar a vida “mansa” de designer freelancer, se prepare. Todo mundo pensa “ah, queria essa vida boa de trabalhar em casa!”. Acontece que essa “vida boa” é complicada de gerenciar. Você está em casa o tempo todo, mas tem que gerenciar esse tempo da melhor forma possível. Vá em exposições, ver filmes, buscar referências nas formas mais inusitadas possíveis, pratique esportes, viva fora do computador. Tem gente que ainda vai achar que isso é “vida boa”, bom, de fato é, mas levar essas coisas para seus projetos não é a coisa mais simples, até porque, muitas vezes pegamos um segmento de cliente que nem sempre é o que nos agrada trabalhar, então essas pesquisas, por vezes, podem ser chatas. Além disso, você tem que estudar o tempo inteiro sobre tudo na sua área, principalmente se você trabalhar com web onde todo dia tem uma novidade, um widget novo, uma atualização na API de uma rede social, o que te dá ou não possibilidades de melhorar um projeto que vai ser ou que foi desenvolvido por você.

O que rola no mercado

Já estive nos dois lados, como entrevistador e entrevistado em agência. Um exemplo foi quando entrevistei um cara pra vaga de designer gráfico. O foco dele era mais peça publicitária e arte final, mas perguntei pra ele o que ele sabia de web, se era ativo em redes sociais, se observava tendências, etc. Ele disse que não, não tinha muita paciência para essas coisas de internet e tal. Bom, no outro dia entrevistei outro designer, o portfolio não era tão bom quanto o anterior mas tinha uma cabeça bem mais aberta e estava sempre procurando aprender e conhecer outros profissionais do mercado.

Na reunião, quando fomos decidir quem seria o contratado meu voto foi para o segundo candidato. Me questionaram o porque, já que o portfolio do primeiro era tão impressionante. Falei que prefiro trabalhar com uma pessoa que não tem tanta técnica mas tem a cabeça aberta do que com uma pessoa que faz peças impecáveis mas é difícil de lidar. Além do mais, na hora das reuniões de briefings o que a gente mais precisa é de pessoas que tenham ideias e que não só as faça.

O que relatei acima não é invenção nem tirei de nenhum livro, de fato aconteceu. E é isso que acontece todos os dias nas agências quando abrem vaga. Ninguém é bom em tudo, então, seja bom em uma área e aprenda um pouco de todo o restante, assim você será um profissional cada vez mais completo.

Originally published at Choco la Design.

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Filipe Fernandes
Choco la Design

Dad. Husband. Designer. Developer. Founder and Editor at @chocoladesign.