Como Se Livrar da Agonia Gerada Pelo Amor Romântico

Leonardo M.
Compersão
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2 min readSep 9, 2020

Somos condicionados culturalmente a colocar vínculos românticos e sexuais acima de todos os outros, a ponto do termo relacionamento ser sinônimo de romance. O amor romântico gera toda essa agonia e sofrimento porque depositamos tudo nele. Mas e os outros tipos de relacionamentos que temos em nossas vidas?

Como construímos, conduzimos e priorizamos nossos relacionamentos deveria depender de nós. Ao questionar o senso comum e as maneiras impostas de se relacionar, é possível criar vínculos de acordo com nossas crenças, necessidades e desejos e não mais de acordo com o que está enraizado e tomamos como verdade. O amor romântico não necessariamente precisa estar no topo da hierarquia de relacionamentos “menos importantes”.

Quando nos libertarmos dessa visão, talvez percebamos que a vida seria mais rica se amizades fossem nutridas tanto quanto romances. Ou que o amor da nossa vida não tá lá fora em algum lugar pra ser encontrado; que na verdade já está por ai, pronto pra ser desenvolvido, em nós mesmos ou em nossa comunidade.

Quando nos permitirmos questionar o amor e a importância desequilibrada que damos a ele, talvez quebremos esse ciclo de largar nossos amigos quando nos fechamos dentro do “casal” apenas pra resgatá-los de novo pra que eles resgatem a gente de um coração partido quando o relacionamento acaba.

Em vez disso, nós honraríamos consistentemente todos os nossos laços. Se déssemos aos nossos vários relacionamentos mais desse investimento que geralmente damos desproporcionalmente a uma única pessoa, esses laços provavelmente se tornariam tão vitais pra saúde dos nossos corações do que qualquer parceiro romântico e a perda de um deles não seria tão destrutiva e agonizante.

É possível criar uma vida amorosa que não seja dependente única e exclusivamente de um parceiro romântico que seja “nosso mundo”, “nossa vida”, “nosso tudo”; mas sim uma rede de laços profundos — seja platônico, romântico ou sexual.

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Leonardo M.
Compersão

Não-monogâmico, focado no prazer dos momentos e das pequenas coisas (como a música) e também das grandes coisas, como as pessoas.