Crítica | Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald

Felype Afonso
chupetadepipoca
Published in
3 min readNov 13, 2018

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Filme, feito para fãs, leva muito pouco do seu título

Nota do crítico.

Animais Fantásticos e Onde Habitam expandiu o universo bruxo nos cinemas criado por J.K. Rowling. Já no primeiro filme da série Newt Scamander (Eddie Redmayne) viaja aos Estados Unidose amplia as fronteiras do universo mágico criado pela altora. Os Crimes de Grindelwald, o segundo filme de cinco já planejados, continua a narrativa dos acontecimentos desse universo expandido. E fica nítido que a autora, roteirista absoluta da nova franquia, trata cada filme como o capítulo de um livro.

Os personagens

Com várias tramas paralelas que se encontram no fim, o filme não deixa espaço suficiente para alguns personagens terem sua devida importância. Além da excelente cena de abertura, o vilão Grindelwald (Johnny Depp) que leva o nome no título não tem o espaço que o marketing do filme vende. E alguns personagens apresentados no primeiro longa, como Queenie Goldstein (Alison Sudol) e Jacob Kowalski (Dan Fogler) ficam sem motivação e tornam-se até descartáveis para a trama principal. Sem mencionar a participação de Nagini (Claudia Kim)…

Por outro lado, Credence (Ezra Miller) é o grande motivador de roteiro, tornando sua participação até complexa em determinados pontos da trama. O jovem Dumbledore (Jude Law) rouba a cena de Newt devido sua imponência e complexa relação com o antagonista. Ficando para Newt Scamander, que deveria ser o protagonista, apenas um desenvolvimento de personagem ancorado na presença de Leta Lestrange (Zoë Kravitz). Cujo nome da família carrega grande importância para a trama principal.

Filme para fãs

Fica difícil imaginar a recepção de espectadores menos ligadas no universo mágico de Harry Potter, já que Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é um filme feito para fãs do início ao fim e exige, pelo menos, um mínimo de conhecimento da audiência sobre a saga. Quem não é fã vai acabar achando que o filme não segue uma linha narrativa clara e linear e pode ficar até perdido durante o clímax do filme. A obra encanta fãs, mas pode acabar afastando simpatizantes de primeira viagem.

Se este filme fosse realmente o capítulo de um livro, seria apenas a ponte para uma trama de uma narrativa maior. A roteirista (J.K. Rowling) mostra nesse filme que os “Animais Fantásticos” são coadjuvantes, que “Os Crimes de Grindelwald” não são cometidos (pelo menos não em quantidade que justifique o título do longa). E mais! Que Newt Scamander não é o protagonista. É preciso esperar até 2020 (quando o próximo filme chega aos cinemas) não para que a história continue, mas para que comece…

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