Marvel Studios/Ringer illustration

Crítica | Homem-Aranha: Longe de Casa

Felype Afonso
chupetadepipoca
Published in
4 min readJul 2, 2019

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Em um universo pós-’Ultimato’, cabe ao Homem-Aranha levar a história adiante. E tudo o que Peter Parker queria eram férias na Europa…

Nota do crítico

Encerrando a Saga do Infinito do UCM (Universo Cinematográfico Marvel) e servindo como um epílogo dos eventos ocorridos em de Vingadores: Ultimato, Homem-Aranha: Longe de Casa faz o “trabalho sujo” da Marvel ao apresentar e explicar as consequências de bilhões de pessoas voltando para suas vidas cotidianas anos depois de serem vaporizadas pelo estalo do Thanos.

Na trama, Peter Parker (Tom Holland) está em uma viagem de duas semanas pela Europa, ao lado de seus amigos de colégio, quando é surpreendido pela visita de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Precisando de ajuda para enfrentar monstros nomeados como Elementais, Fury o convoca para lutar ao lado de Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), um novo herói que afirma ter vindo de uma Terra paralela. Além da nova ameaça, Peter precisa lidar com a lacuna deixada por Tony Stark, que deixou para si seu óculos pessoal, com acesso a um sistema de inteligência artificial associado à Stark Industries.

Naturalmente, o roteiro desse segundo filme do Teioso no UCM é mais elaborado. Uma vez que pode usar elementos já estabelecidos no Universo, agora que o herói já conhece e viveu muita coisa ao lado dos Vingadores. Mas nada disso atrapalha o desenvolvimento de Peter e de suas questões pessoais, principalmente o peso da responsabilidade que o personagem sente para carregar o legado do Homem de Ferro e sua paixão por MJ (Zendaya).

Em cima disso, surge o principal ponto forte do longa: a construção da dualidade de Peter entre abraçar seu lado herói ou tentar viver uma vida como um adolescente normal. - O que, diga-se de passagem, em certos momentos faz parecer até como se nenhuma consequência dos eventos causados por Thanos, além da morte de Tony Stark, tivesse transformado o personagem interiormente - Isso é algo recorrente nas histórias do Aranha, tendo sido inclusive mostrado no excelente Homem-Aranha 2 (2004). O mais legal é ver como Holland consegue manter a essência do personagem

Para quem já conhece Mysterio, Quentin Beck, de assistir desenhos ou ler quadrinhos do Aranha, no primeiro trailer entendeu o que ia acontecer no filme (e talvez isso possa até ter soado como um desrespeito para a inteligência de alguns). A boa notícia nisso está nas alucinações em que Mysterio prende o herói, no ato final do filme, que são realmente tudo aquilo que um fã mais antigo do Homem-Aranha esperava ver nas telonas.

Infelizmente, o vilão não tem o desenvolvimento necessário para cativar o público tal qual Abutre faz em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). E nem o ator consegue alcançar o mesmo carisma, já que Gyllenhaal entrega uma atuação bastante estereotipada. Mas as motivações do vilão são boas, mesmo que explicadas rapidamente de forma bem clichê, e se ancoram em eventos anteriores de filmes do UCM.

A má notícia é que se você se animou achando que esse filme ia introduzir o multiverso no UCM, saiba que essa história também era só mais um papinho do Mysterio. Mas, repito, bastava conhecer um pouquinho sobre o vilão para sacar isso desde os trailers. Eu respirei aliviado! Não acredito que o multiverso funcione no cinema…

Homem-Aranha: Longe de Casa utiliza bem muitos elementos estabelecidos pela UCM nessa última década, além de também trazer o que há de melhor no histórico do Cabeça de Teia. Principalmente nos cinemas, o fan-service da cena pós-créditos é um beijo nos fãs e uma lição para UDC de como agrada-los.

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