Crítica | Uma Quase Dupla
Comédia não agrada e cansa com piadas fracas
Por: Raphaella Torres
Tatá Werneck é uma comediante muito boa, mas infelizmente sempre se prende em um só personagem e isso é o erro que faz de Uma quase dupla um filme cansativo e fraco.
Longe de trazer alguma surpresa, o longa dirigido por Marcus Baldini conta a história da detetive carioca Kayla (Tatá Werneck) que vai para uma cidade pacata do interior chamada Joinlândia para solucionar um crime violento. Chegando lá, ela conhece Cláudio, personagem de Cauã Reymond, o policial local que vai ajudá-la a investigar o crime que acaba se tornando uma série de assassinatos perversos.
Ela, Kayla, é uma detetive durona, ele, Cláudio, um policial bobo e inocente. É por essa disparidade que o filme pode chamar atenção, já que o papel que seria normalmente destinado ao galã encontra-se nas mãos de Werneck. Porém, apesar disso, o filme peca na maioria dos quesitos.
O papel de Reymond não chega a ser ruim e ele, como um bom ator, soube guiar bem sua interpretação, porém isso não deixa de tornar o filme uma produção fraca. Apesar de conter uma boa fotografia, a trama é repetitiva e cheia de piadas forçadas, chegando a deixar o público um pouco perdido pelos fios soltos do roteiro.
Tatá interpreta praticamente ela própria e com os mesmos trejeitos e piadas que apresenta no programa The Lady Night Show, sendo este último o ponto alta da carreira artística da comediante até agora.
Portanto, Uma quase dupla nem chega a ser um bom entretenimento. Ainda que chame atenção pelos protagonistas, o filme tem um roteiro pouco elaborado, recheado de clichês e com um finalzinho que tenta se disfarçar de comédia romântica.