Crítica | Sicário: Dia do Soldado
Uma continuação de tirar o fôlego
Por: Raphaella Torres
Em plena a era Trump, um filme que reúne terrorismo, imigração mexicana e intrigas internacionais provocadas pelo exército norte-americano, só pode ser, no mínimo, uma produção corajosa. Longe de querer comparar Sicário: Dia do Soldado com o primeiro filme aclamado pela crítica e dirigido por Dennis Villeneuve, Sicário: Terra de Ninguém, a continuação mostra que é sempre bom respeitar suas origens.
O segundo filme é dirigido pelo italiano Stefano Sollima e o roteiro permanece nas mãos de Taylor Sheridan, indicado ao Globo de Ouro por seu trabalho no longa anterior. A história agora se firma nos personagens Alejandro (Benicio del Toro) e Matt Graver (Josh Brolin) que após uma série de ataques terroristas nos Estados Unidos, decidem proteger as fronteiras do país iniciando uma operação ultrassecreta para provocar uma guerra entre cartéis de drogas no México. Para iniciar o plano, só é necessário sequestrar um dos bens mais preciosos de um cartel rival, ou seja, Isabel Reyes (Isabela Moner), filha do maior inimigo de Alejandro.
Apesar de inovar no roteiro, mostrando uma história que se desvia do caminho exposto no primeiro longa, o filme ainda passeia pela mesma linha de pensamento. Com cenas fortes de violência extrema, como os trechos iniciais de homens-bomba, o Dia do Soldado traz novamente ótimas cenas de ação que junto ao roteiro bem estruturado conseguem prender a atenção do público.
Outro ponto positivo do filme, é a forma como critica certos temas que estão se tornando cada vez mais atuais, como a questão da imigração ilegal e a intervenção dos Estados Unidos em áreas fora de sua responsabilidade como desculpa para a proteção do país.
Como um todo, o filme só peca em alguns pontos no final, já que a falta de sutileza para introduzir e preparar o terreno de um possível terceiro longa provoca certo desconforto no espectador que imaginava outro tipo de desfecho.