Vero: nem tão rede social assim

Criada em 2016, a Vero se propõe a fortalecer os laços que você já possui com os seus amigos.

Pedro Victor Lacerda
Cibercultura 2019.1
4 min readJun 15, 2019

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Imagem: Reprodução

Nesta atividade, analiso a Vero, rede social que adquiriu uma popularidade relativa. A rede possui uma forma de funcionamento inovadora: sem algoritmos, não priorizam postagens de marcas ou publicidade, proporcionando mais interatividade com o seu círculo social. Apesar de considerar a proposta da rede muito interessante e válida, segundo os critérios Raquel Recuero, pesquisadora da Comunicação e das redes sociais na internet, a Vero não seria considerada uma rede social por apenas um desses critérios.

A base de tudo, na Vero, é o compartilhamento de conteúdos na sua timeline com as conexões que você estabeleceu — uma das primeiras etapas logo que você começa a utilizar o aplicativo. Essas se dividem em três: amigos íntimos, amigos e conhecidos, fora os seus seguidores. Por meio disso, você não só organiza seus contatos com base no nível de proximidade, como também adquire controle sobre sua privacidade, e permite, portanto, comportamentos diferenciados ao usuário do que nas demais redes.

Logo após, você escolhe o que vai para o seu perfil. Com uma foto e uma biografia, você visualiza o número de conexões que estabeleceu, suas publicações, solicitações de conexão de outros usuários, convites para novos membros e a opção “configurações”. Tudo fica disponível na aba “painel”.

Da esquerda à direita, de cima a baixo, a interface do aplicativo com as abas perfil, coleções, notificações, e uma publicação de fotografia a selecionar quais conexões podem visualizá-la. Imagens: Arquivo Pessoal

Nas demais, à direita, está as abas “coleções”, “notificações” e “bate-papo”. Na primeira, os seus conteúdos compartilhados são divididos em seis tipos: fotos/vídeos, links, música, filmes/tv, livros e locais. Aliás, essa divisão também pode ser visualizada nos perfis que você visita, e, ainda, pode selecionar quais dessas, compartilhados por esses perfis, você quer ver na timeline. No segundo, registros de comentários, reações, tentativas de conexão e demais atividades da rede são registrados. Por último, os diálogos que você estabelece com alguém, ou em grupos de bate-papo.

A primeira aba é a de pesquisa, na qual você encontra e navega por conteúdos de diversas maneiras, seja por tags, ou hashtags famosas, procurando filmes, companhias, discos, famosos, fotógrafos (famosos), e outra infinidade de assuntos. Voltando ao que você encontra na sua timeline e o que o seu círculo social tem feito, é possível, ainda, comentar, compartilhar e reagir (com um coraçãozinho bem instagram).

Nos seus compartilhamentos, pode selecionar, também, qual daqueles níveis de conexão podem visualizar a publicação, ou se será privado. A depender de qual daqueles seis tipos, pode adicionar as marcações de “recomendado”/“não recomendar”, “assistindo a”, “assisti a”, “quero assistir a”, além de outras tipificações específicas.

Com esse monte de coisa, que parte falta para que ela seja considerada uma rede social Recuero?

Voltemos àqueles critérios comentados ao começo. São eles: perfil; conexões (links permanentes e, especialmente, links fracos); grupos ou comunidades; interação; mural, DM (direct messages). Da apresentação da rede feito acima, o único que não está disponível são os grupos, ou fóruns/comunidades. Nos demais, tudo está em dia: você cria seu perfil; estabelece qual proximidade você tem de alguém; reage, comenta, compartilha, recomenda (ou não) publicações; tem seus conteúdos organizados em “coleções”, e também envia mensagens a perfis.

Com um intuito inovador, considero que as propriedades da (não) rede social suprem a alguns conteúdos e interações específicos de grupos; deixaria a desejar, no entanto, a possibilidade de contato com discussões e perfis muito diferentes e/ou distantes do seu (ainda que na Vero isso não aconteça, pelo menos não completamente).

Apesar dos pontos positivos, não é possível logar em sua conta pelo computador/notebook, o que considero um ponto dificultoso no acesso à rede. No seu visual limpo e ímpar, continua um pouco underground, ainda que tenha um certo potencial de fama.

Os critérios citados são referentes ao texto “Redes sociais na Internet: Considerações iniciais”, 2004, da autora Raquel da Cunha Recuero, disponível na Biblioteca Online de Ciências da Comunicação (BOCC).

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Pedro Victor Lacerda
Cibercultura 2019.1

Geminiano, e não entendo o que isso significa. Movido por aleatoriedades. Comunicação Social — Jornalismo. Bicha amostrada e tímida.