Código aberto: O celeiro para produções virtuais

Matheus Lima
Ciberculturaufc2019
2 min readJun 4, 2019
Código aberto (Foto: Reprodução)

A Privacidade do indivíduo dentro da internet é um tema muito debatido dentro da academia, entre usuários e desenvolvedores de programas para a plataforma digital. Ao navegar entre sites, links, páginas e interfaces variadas, o internauta vai realizando inscrições, logins, distribuindo suas informações e estas tornam-se bem público de um todo indefinido.

Ocorre que a internet está baseada no fluxo de informações, no compartilhamento de dados, é disso que ela se alimenta, a não ser aquilo que avilte contra a dignidade humana que deve ser evitado a todo custo, porém, fora isso, nada pode ser impedido, nenhum elemento deve ser suprimido ou barrado de sua navegação natural dentro das redes.

Para os que argumentam que devem haver limites há algo a ponderar, pois como delimitar que informação será coletada? Como produzir um mecanismo que atue nesse sentido de modo global e plenamente protegido de violações? Quem irá disciplinar o que deve ser arquivado ou não pelos provedores e quem verificar se isso está sendo feita de maneira adequada? Portanto, o controle coercitivo e a utopia do livre fluxo estarão sempre em combate.

Diante desse embate, surge o projeto Creative Commons que permite ao autor voluntariamente determinar o grau de transformação e apropriação do seu conteúdo, ou seja, ele é quem precisa o nível de compartilhamento. Assim sendo, o processo de downloads perniciosos (músicas, filmes e arquivos baixados sem controle) poderia ser delimitado. Basta saciar a fome sem atender à gula.

No início da caminhada da tecnologia, àqueles que tinham maior condição financeira para comprar um computador precisavam ter o mínimo de conhecimento sobre códigos digitais e sobre como funciona programação para atuar com liberdade na interface ainda simples da World Wide Web. A democratização do acesso veio com as interfaces mais fáceis, porém, a questão econômica persistiu restringindo o acesso para os menos abastados.

O Software livre trouxe consigo a possibilidade de todos criarem juntos, produzirem por meio do código aberto uma pluralidade de inovações no mundo virtual. O polo emissor ainda existe, mas a figura singular do produtor não existe mais, a internet difundiu as vozes, descentralizou a fala. Dentro do jornalismo, podemos observar que tais reformulações alimentam a possibilidade de se reinventar, investir nas produções e entender que a informação agora tem diversos produtores.

De modo geral, toda essa democratização contribui positivamente para a formação do jornalista e dos demais profissionais. O homem torna-se um produtor e difusor da intelectualidade, a profissão do jornalista se configura como plural, múltipla, por este motivo ele deve explorar as possibilidades de atuar como multimídia. Oportunidades que o livre fluxo e código aberto permitem e que precisam ser agarradas com afinco.

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