O lado negro das lives

Filipe Fernandes
cibus
Published in
2 min readMay 9, 2017

No Facebook, as transmissões ao vivo podem ser usadas de muitas maneiras diferentes e com os mais variados objetivos, como conversar com seus seguidores, cobrir eventos, como por exemplo, shows ou partidas de futebol, ou até produzir grandes transmissões que se assemelham a programas de televisão.

Infelizmente, esse recurso tem sido utilizado para a transmissão de conteúdos que revelam uma faceta mais sombria da sociedade: roubos, estupros, assassinatos e suicídios são transmitidos abertamente nas redes sociais. E o pior é que essas transmissões conseguem uma grande repercussão através das muitas visualizações, curtidas e compartilhamentos.

Já existe um monitoramento desse tipo de conteúdo por parte das redes sociais, porém ainda existe uma demora em excluir os vídeos das redes. O CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, já anunciou que pretende aumentar a equipe de moderadores que analisam as denúncias recebidas, permitindo que uma reação mais rápida a esse tipo de conteúdo.

Entretanto, apenas retirar tais vídeos do ar não é o suficiente. É preciso que o Facebook invista cada vez mais em uma maior interação com órgãos públicos que possam agir pessoalmente nessas situações.

Um caso ocorrido em março de 2017 mostra como as redes sociais podem investir nessa estratégia. Na ocasião, quando um usuário brasileiro fazia uma live de suicídio, a polícia americana entrou em contato com a polícia brasileira que agiu, impedindo o homem de se suicidar.

Da mesma forma, outros casos mostram como as transmissões ao vivo foram usadas para reconhecer e punir criminosos que transgrediram a lei e publicaram seus atos na Internet.

Ou seja, se por um lado essa ferramenta é utilizada para a produção de conteúdos tão negativos, por outro ela pode impedir que tais atos se concretizem. No fim das contas, as lives — bem como toda inovação tecnológica — não são boas nem más, são apenas reflexos de seus próprios usuários.

--

--