Diariamente, somos incentivados a consumir. Na programação da nossa TV, no anúncios em jornais e revistas, quando passeamos nos shoppings, o incentivo ao consumo está ao nosso redor o tempo todo. Consumimos informação, entretenimento, serviços e bens.
Vivemos em uma sociedade capitalista, onde o lucro é o principal objetivo, e para que as empresas lucrem, elas precisam que os consumidores, cada vez mais, comprem seus produtos. Em uma sociedade onde “ter” significa “ser”, buscamos adquirir mais e mais, para que sejamos reconhecidos diante dos outros. Somos bombardeados com lançamentos a todo instante, produtos que não podemos viver sem, mesmo que nem saibamos que precisávamos daquilo. Essa “loucura” do consumo gera uma ansiedade que deixa a sociedade e o meio ambiente exaustos, e nos faz acreditar que precisamos sempre de mais.
Mas o que acontece quando essas “aquisições” não nos servem/satisfazem mais? Se ainda tiver alguma utilidade, mas não nos servir mais, doamos ou, até mesmo vendemos, se estiver sem funcionamento, simplesmente jogamos fora, apenas aumentando o acumulo de lixo no planeta. Muitas vezes consumimos sem precisar, e até mesmo sem dinheiro para tal, apenas pelas influências externas e esquecemos que em algum momento aquilo não será mais útil e teremos que descarta-lo de alguma forma.
E se, passássemos a consumir de forma consciente? Com um propósito? André Carvalhal em seu livro Moda Com Propósito, ele reflete a forma como consumimos nos dias atuais. Ele fala sobre a importância de aprendermos a a viver com menos, pensar na consequência das nossas compras, e o destino final delas, e faz uma análise sobre o impacto social que essas ações geram. O foco do livro de Carvalhal é falar sobre o consumo de moda e sugerir um novo propósito para ela. Mas, e se, levássemos essa ideia para outros campos e repensássemos como consumimos? Será que precisamos de tudo ou tanto do que temos? Na hora de comprar um novo produto devemos pensar em todos os impactos que aquele produto pode causar na nossa vida — vou realmente usar isso? Eu preciso? Tenho dinheiro para isso sem me comprometer? — e quando tivermos que descarta-lo — é reciclável? É possível transformar em outra coisa? Como isso afeta o meio ambiente? — perguntas que normalmente não fazemos, mas começássemos poderíamos passar a consumir de forma mais consciente e, assim, melhorar não apenas o impacto ambiental que o consumo causa, mas mudar a forma de consumo como conhecemos.