EJ vai nascer em uma comunidade de software

Ricardo Poppi
Empurrando Juntas
Published in
3 min readJun 11, 2018

No próximo dia 13 de junho, dentro de evento realizado pela ENAP (Escola Nacional de Administração Pública) o app EJ (Empurrando Juntas) será lançado!

Quem nos acompanha lembra como essa história nasceu em Madri, no Medialab Prado, e foi crescendo desde então.

Uma das curiosidades que poderão ser observadas a partir do lançamento: no site do EJ, o Cidade Democrática figura em pé de igualdade com outras logos. E isso não é falta de foco no negócio do Instituto, nem tentativa de fabricar colaboração pra inglês ver.

Estarão logos de outras 7 organizações que adotaram o EJ como solução; contribuem com seu desenvolvimento; ou que se inspiraram no EJ a partir das publicações que temos feito para criar processos de participação.

Em outras palavras, mesmo antes do lançamento da primeira versão em nuvem do EJ já temos negócios sendo gerados com o uso do EJ que não envolvem nosso instituto. Loucura? Mais uma vez: falta de foco institucional? Nada disso. Depois de 10 anos acompanhando o ecossistema de civic tech no Brasil temos convicção que a falta de impacto, a descontinuidade de iniciativas e a obsolescência tecnológica só podem ser resolvidas com uma forte estratégia de comunidade open source.

E temos enfatizado esse desafio ao mesmo tempo em que buscamos o maior foco possível no serviço que iremos oferecer: um software livre e gratuito para prefeituras realizarem pesquisas e consultas de opinião, com o objetivo de formular e de avaliar políticas, programas, ações e investimentos.

Interface do aplicativo EJ

Com o EJ é possível ter gratuitamente uma plataforma própria de participação, criando consultas muito acessíveis nas quais a população pode votar em comentários e/ou também criar seus próprios comentários para serem votados. A votação de todos os participantes alimenta um algoritmo capaz de enxergar e mostrar grupos de opinião, destacando nuances entre os participantes e relevando minorias, possibilidades de convergência, dissensos etc.

Quer saber como melhorar o atendimento no pronto socorro ou no postinho de saúde identificando pontos fortes, fracos e recebendo sugestões?

Quer avaliar programas de gestão e receber sugestões de melhoria priorizadas?

Ou então construir a fase mais participativa e comunitária de um Orçamento ou Plano Diretor para identificar propostas, pessoas, grupos afetados e construir as etapas presenciais com mais qualidade?

Também pode ser usado para consultas de opinião sobre temas polêmicos ou problemas bem específicos. O Governo de Taiwan, por exemplo, usou tecnologia similar (pol.is) para regulamentar o Uber no país.

Tela do aplicativo EJ

Algum exemplos de uso do app EJ, para além do uso na construção de programas de governo já realizado em 2018.

Por que prefeituras? Porque 96% delas nunca desenvolveram ou disponibilizaram aplicativos (segundo a tic governo eletrônico). Em outras palavras, as soluções de diálogo ou interação não estão chegando na ponta. E não é questão de falta de desejo: 62% das prefeituras estão presentes por meio de perfil ou conta próprios em redes sociais como o Facebook e o Twitter. Há limitações orçamentárias e burocráticas graves que dificultam a atuação dos governos locais.

Por isso baixo custo. Por isso nuvem. Dois pilares do modelo de negócios do EJ que pretende oferecer a partir do próximo mês uma solução efetiva para as cidades brasileiras. E para os gestores que desejam orientar seu trabalho segundo os desejos da população.

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