Lucas Eliel Gonçalves
Cidades e Esportes
Published in
4 min readJul 19, 2018

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“Mulher espelho é a minha mãe”

Reproduzido: Facebook Alexia Castilhos

Por: Aldrey Dorneles

Alexia Castilhos (23) nascida em Porto Alegre coleciona títulos e medalhas desde os 16 anos. Foi Bicampeã Pan Americana e hoje ela faz parte da seleção brasileira. A judoca começou a trajetória com 4 anos de idade em um clube de Porto Alegre chamado Gondoleiros, com 9 anos o Sensei Kiko a convidou para começar a treinar na SOGIPA, onde permanece até hoje. Atualmente o foco de Alexia é as Olimpíadas, seus esforços e treinamentos são direcionados apenas para isso.
Em abril deste ano a judoca conquistou o bronze no Grand Prix na Turquia e se prepara para ida ao Japão.

P: Você faz o judô desde criança, e aos 16 anos ganhou várias competições, como é tu olhar pra trás e ver trajetória no judô?

R: Eu acho que tudo foi um crescimento, foi pro meu crescimento agora, tipo, eu fui muito bem nas categorias de base que foi 16, 15 anos e tudo serviu de aprendizado e experiência para agora categoria sênior, que é agora o que importa, para o mundial, para as olimpíadas, então esse é o sonho, tudo foi experiência de já ter ficado na seleção.

P: Então o sonho é as olimpíadas? E como ta a preparação?

R: Sim. O trabalho é difícil, é árduo, mas tudo é muito complicado em situação de ranking, eu tenho que depender da seleção brasileira pra me levar pras viagens, tenho que depender do meu desenvolvimento nas competições, para eu conseguir obter o melhor posicionamento no ranking e passar das minhas outras adversárias, só que ta tudo se encaminhando para que dê tudo certo, porque eu já conquistei algumas medalhas, e alguns pontos no ranking.

P: Você ganhou uma medalha contra uma Sueca, agora em abril, como foi à sensação?

R: Foi minha primeira competição no sênior, assim em grande escala então eu fiquei muito feliz e motivada ainda mais que essa menina tinha inclusive ido para as olimpíadas. Eu não me senti nervosa nem nada, e foi muito bom, deu pro pessoal ter um pouco mais de confiança em mim para me levar pras próximas competições.

P: E a sua preparação, como é a rotina do treinamento? Continua com o mesmo estilo de treino de 2012?

R: É praticamente isso, de três a quatro vezes, alguns dias são dois. Ai depende da semana também que tem competições, mas é basicamente isso, o foco é nas competições, é mais trabalho tático, mais trabalho físico, por exemplo, o Japão, eu vou treinar lá, lá não tem como fazer preparo físico, agora meu foco aqui é o preparo físico. Então é isso a gente vai focando em diferentes situações.

P: A tua participação nas Olimpíadas é algo importante, é uma visibilidade que isso traz para as futuras judocas femininas, como é isso pra ti?

R: É a representatividade, porque o judô também é um esporte muito masculino, da pra ver isso aqui, tem quatro criancinhas ali e quatro são homens, então pra mulher realmente é difícil começar porque todo mundo discrimina o judô como um esporte masculino, mas não, é um esporte tão feminino quanto, tanto que mais das medalhas olímpicas são de mulheres, então a gente tem que se espelhar nisso.

P: E tu tens um espelho, uma mulher em quem se espelhar dentro do judô?

R: Mulher espelho é a minha mãe, a gente sempre se espelha na mãe, que é o que a gente tem de mais perto, depois é a Maíra do judô, a Maira, esse pessoal é um espelho assim.

P: Teus pais te deram apoio quando tu decidiste seguir a carreira de esportista?

R: Minha mãe sim, me apoiou meu irmão, meu pai. Minha mãe me acompanha direto, seguido ela ta aqui no tatame comigo, então ela é mais próxima de mim assim, mas sempre teve apoio.

P: Para encerrar a entrevista, tu tens algum recado para quem quer começar a praticar judô? Para quem sonha com isso?

R: É um esporte difícil, um esporte que é complicado assim em questão de preparação, porque para tu entrar na seleção, para eles poderem te olhar assim, é um processo muito complicado, só que vale muito a pena porque a gente viaja o mundo todo, a gente conhece diferentes pessoas, diferentes línguas, então isso é importante sabe? A chegada, a caminhada, é difícil, é complicado, mas vale muito a pena, então se tem alguém querendo parar, não para porque vale a pena.

Memorial

Conheci a Aléxia através do antigo líder do ministério dos jovens da Igreja que eu frequentava, entrevista aconteceu na SOGIPA, após a luta para conseguir encaixar a entrevista nos horários de treino dela. Conversamos sobre a expectativa e anseios para as Olimpíadas, a família e representatividade dentro do esporte.
Entrevista produzida na disciplina Gestão da Informação: Cidades e Esportes do curso de Jornalismo da UniRitter campus FAPA. Supervisão e edição: Prof. Roberto Villar Belmonte.

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