BIG LITTLE LIES

Em 2016 a HBO encomendou 7 episódios da minissérie: Big Little Lies, Adaptação do Best-seller de Liane Mioriaty. Com direção de peso ( Jean-Marc Vallée) e um elenco pra não botar defeito, a minissérie em 2017 arrebentando tudo, levando vários prêmios e ganhando muito destaque.

Se você for observar, a história não é tão complexa ou a narrativa tão densa que você possa julgar como algo bem diferente do que vimos hoje, porém, acredito que o segredo do sucesso da série não está na história em si, mas o que destaca é a forma como ela é executada.

A história se passa na cidade de Monterey Califórnia, onde acompanhamos o cotidiano de 3 amigas que têm seus filhos matriculados na mesma escola e compartilham seus dramas pessoais e um segredo perturbador, o assassinato de alguém. Porém não sabemos quem foi a pessoa que morreu nem o assassino. Durante a série, vamos recebendo pistas do que possivelmente pode ter acontecido e de certa forma a serie nos passa uma tensão junto a curiosidade.

Falando sobre personagens, temos Celeste Wright (Nicole Kidman), Madeline Mackenzie (Resese Witherspoon),Jane Chapman (Shailene Woodley) que são amigas. Somos introduzidos na história de maneira simples porém eficiente no dia a dia de cada uma.

A Forma como você é introduzido na vida de Celeste é bem interessante, pois o diretor consegue desenvolver bem os assuntos delicados no qual são inseridos de maneira leve sem sensacionalismo. A história de Celeste é de certa forma bem pesada e é a base para desenvolver a premissa no qual estamos vendo, porém, não podemos esquecer que a série consegue desenvolver várias histórias e interliga-las com bastante eficiência. A forma como Madaleine conhece Jane e como elas acabam se tornando amigas é bem interessante, afinal, Madeline serve como apoio para ajudar Jane nas horas que ela mais precisa.

O roteiro usa de inteligência criando situações/problemas na vida de Jane, onde outros personagens tentam ajuda-la, fazendo com que as pessoas envolvidas com Jane, acabem tendo seu destaque e a maior parte delas acabam desenvolvendo suas histórias de maneira orgânica no decorrer da série. Quando falamos de personagens, devo lembrar que até personagens secundários tem sua importância o que acaba enriquecendo mais a história. A direção não peca, dá para sentir a sinergia entre o elenco, sem contar que a forma como a direção insere determinadas aspectos dentro da séria flui bem, a direção usa uma linguagem bem sutil e consegue te mostrar muita coisa sem estragar a surpresa com muita sutileza. Um exemplo prático é: quando o marido de celeste tenta agarra-la, a câmera dá um rápido destaque em um hematoma usando um plano médio onde percebemos algo no braço dela, dando a entender que ela sofre abuso. Dessa forma, você supõe que ela sofre determinado tipo de abuso, certo? Correto, o diretor entende isso, ele não fica tocando na mesma tecla nem solta diálogos expositivos. Nesse caso, a medida que a série avança, acompanhamos a forma como os hematomas evoluem e suas consequências.

A única coisa que incomodou um pouco foi o personagem de Adam Sott ( Ed Maclezir) marido de Madalaine, em determinadas cenas, parece que ele está com sono, ligado no piloto automático. Fiquei com essa impressão, sem contar que ele tem algumas ações estranhas em algumas ocasiões. Lembrando que não é nada demais, é apenas algo que me incomodou.

Dentre tantas coisas citadas acredito que a serie acertou muito mais que errou, a quantidade de episódios caiu como uma luva e forma como foi nos apresentado a história pareceu a cereja no bolo. Acredito que essa série merece destaque dentre tantas outras, ela anda lado a lado com a incrível série The Handmaid´s Tale.

Big Little Lies me pegou de surpresa, fui apresentado a uma história bem interessante, com ótimos personagens e uma trama bem desenvolvida e rica em sua construção. Se você está em dúvida, pode mergulhar na história, acredito que você não vai se arrepender, afinal, surpresas são sempre bem vindas!