“Meus 15 Anos” -É tudo que você imagina

Victoria Regis
cinecríticauff
Published in
3 min readOct 30, 2017
Ela só vai tirar o óculos

A menina que tira os óculos e se transforma. Sim, você já viu um filme com makeover antes. Desde Funny Face em 1957 até a explosão nos anos 1990/2000 em Hollywood de filmes de comédia romântica em que o enredo gira entorno de uma “mudança de visual”, essa temática parece ser a nova aposta para conquistar o público teen brasileiro. Meus 15 Anos chega aos cinemas 1 ano após É Fada (longa adolescente brasileiro também com a transformação de uma protagonista) e assim como seu antecessor, é exatamente o que você espera.

Acompanhamos a história de Bia (Larissa Manoela), uma típica adolescente “invisível” nos corredores do colégio. Prestes a completar 15 anos a menina vence um concurso em que o prêmio é uma grande festa de debutante e, a fim de ter uma noite inesquecível, tenta se tornar mais popular. No fim do primeiro ato já é possível prever como toda a história vai se desenrolar -e até mesmo acabar- e os clichês são tantos que é preciso tratar de cada um separadamente.

Começando pelo traço essencial para um makeover: Uma protagonista tímida e atrapalhada, com roupas largas que se esconde atrás de um óculos e cabelo preso em coque. Muitas vezes essa personagem é convencida a acreditar que a mudança de visual é a única saída para todos os seus problemas sociais e, em geral, o ponto de virada no segundo ato se dá com a própria transformação. A partir daí começa a clássica sequência de cenas como a caminhada em slow motion de salto alto -nesse caso, inesperadamente, ao som de Insight do Jaloo-, as trocas de roupas no provador de uma loja e, por fim, a ida ao salão. Outros recorrentes nas comédias românticas são os arquétipos masculinos: O melhor amigo fofo e possível interesse romântico -mas só no final do filme-; O garoto mais popular da escola e super inatingível -e que geralmente se envolve com a protagonista por conta de algum interesse ou uma aposta; O pai solteiro -o mais sutilmente endeusado no gênero.

Com chavões como “Eu não queria uma festa de 15 anos mas eu precisava”, o filme mostra a jornada de amadurecimento de Bia até o momento que ela percebe que deve ser fiel a si mesma. Como ela faz isso? Acertou se você apostou em uma canção (a menina tem um talento musical que nunca tinha mostrado ao mundo devido a timidez, bem Xuxa em Lua de Cristal). Assim, utilizando fórmulas manjadas, Youtubers, participação especial de Anitta, uma pitada de humor físico e uma estrela adolescente com uma legião de fãs, Meus 15 anos não é um filme bom. Mas talvez para alguém de 15 anos que não faça a menor ideia de que isso já foi feito diversas vezes antes, seja até divertido.

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