Miss Simpatia e sua mensagem Girl Power

Domenique Rangel
cinecríticauff
Published in
3 min readNov 13, 2017

Miss Simpatia não começou muito bem nas bilheterias, no primeiro final de semana que estreou, ficou em quinto lugar, mas logo foi crescendo a medida que as pessoas foram vendo e com o boca a boca, o filme de Sandra Bullock conseguiu arrecadar mais de 100 milhões de dólares de faturamento.

Não é por menos o resultado. O filme, dirigido por Donald Petriee, produzido por Sandra Bullock e com o roteiro escrito por Marc Lawrence, Katie Ford, e Caryn Lucas é um daqueles filmes que ficam na cabeça e divertem mesmo horas depois de você ter saído da sala do cinema. A história conta a vida de Gracie Hart, uma policial durona que não se importa nada com a sua aparência e é vista inclusive, como um dos “caras” pelos seus colegas de trabalho. Porém, tudo parece mudar quando Gracie tem de se infiltrar no Concurso de Miss Estados Unidos para impedir a ameaça de um atentado que pode custar a vida de muitas pessoas.

A história simples e recheada de fórmulas prontas como o peixe fora d’agua e a mulher que descobre sua própria beleza, tem seu trunfo nas falas cheias de humor e na interpretação de Sandra Bullock que como Gracie, mesmo após sua transformação, não deixa de transmitir a personalidade da personagem e o seu jeito de ser (como sua risada com o grunhido de porco), além da altivez e a força de vontade da protagonista.

Talvez a maior mensagem que o filme passe seja a de que mulheres não ficam em nada devendo a homem nenhum e que são muito poderosas, ainda mais quando unidas. Em várias cenas do filme vemos as participantes do concurso de miss ajudando Gracie, além dela mesma buscar ajudar quando em uma cena já na noite do concurso ela ensina auto-defesa como sendo o seu talento, o que resgata a cena quando Cheryl (Heather Burns) conta que foi atacada uma vez por um professor.

Por isso que apesar de ser recheado de clichês, Miss Simpatia é também um filme diferente para a época em que foi lançado. No início dos anos 2000 era comum nos filmes ver mocinhas aguardando serem salvas por seus pretendentes. Todavia, nesse filme vemos mulheres mais empoderadas e nem um pouco preocupadas com homens e sim, com o futuro delas mesmas, já que o concurso envolve além do glamour, também um bolsa de estudos. Dessa forma, Miss Simpatia mostra o contraste de se ter uma boa aparência mas também diz que isso é só um detalhe e que não invalida em nada o que cada mulher é e pode vir a ser.

Além disso, o filme também mostra o machismo dentro do ambiente de trabalho a qual as mulheres são impostas. Gracie em uma das cenas é responsável por pegar o café para todos da corporação e é subestimada por seus colegas, seu chefe, inclusive por seu amigo e futuro envolvimento amoroso Eric, vivido por Benjamim Bratt, que não acredita que ela possa estar certa.

Desse modo, Miss Simpatia é um tiro certo no coração das pessoas, seja fazendo piada com as convenções dos concursos de misses (como o fato de todas quererem a paz mundial), quanto mostrando uma Gracie Hart cheia de Girl Power que cativa a todos, até mesmo o coaching de misses Victor, vivido por Michael Caine. Assim, com seus vários personagens, alguns bem caricatos como os vilões da história, Frank Tobim (Steve Monroe) e Kathy Morningside (Candice Bergen), cativam a sua maneira. Mas o que não podemos deixar de admitir é, que Miss Simpatia é um bom filme, tem uma boa mensagem e faz rir como poucos.

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