Animais Fantásticos e Onde Habitam — Filme expande o universo bruxo sem perder a magia

Confira nossa crítica do mais novo filme do universo criado por J.K.Rowling. Com um tom mais sério, longa preserva a essência da saga “Harry Potter”

Milton Ramos Guimaraes
Cinema e Cerveja
4 min readNov 16, 2016

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Título Original: Fantastic Beasts and Where to Find Them
Direção:
David Yates
Roteiro: J.K. Rowling
Elenco: Eddie Redmayne, Johnny Depp, Gemma Chan, Ezra Miller, Katherine Waterston, Colin Farrell, Dan Fogler
País: Estados Unidos, Reino Unido
Duração: 133 min
Estreia: 17/11/2016 (Brasil)

A autora J.K. Rowling é responsável por influenciar toda uma geração com as aventuras do Menino que Sobreviveu. “Harry Potter” marcou a vida de muitos adolescentes, crianças e, até mesmo, adultos. Diversos livros vendidos, ingressos esgotados nas pré-vendas, produtos derivados entupindo prateleiras, parques de diversões inspirados nas histórias, toda uma indústria destinada apenas para o universo mágico, fruto da imaginação de sua criadora. Com o término da saga, muitos fãs ficaram órfãos da escola de magia e bruxaria mais famosa da cultura pop, dos campeonatos de quadribol, que arrancavam mais suspiros do que qualquer jogo de futebol por aí, das excursões a Hogsmeade e da deliciosa cerveja amanteigada do bar Três Vassouras. Foi então que com um anúncio, feito em 2013, os “potterheads” puderam comemorar novamente: O mundo dos bruxos ia voltar aos cinemas! “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, dirigido por David Yates e roteirizado pela própria Rowling, é um abraço caloroso nos apaixonados pela franquia, um agradecimento pelos anos de fidelidade e amor pelas histórias e, mais do que tudo, um convite para uma nova era.

O filme narra a chegada de Newt Scamander (Eddie Redmayne) em Nova Iorque, no ano de 1926. Na posse de uma mala cheia de animais mágicos, ele acaba se evolvendo em uma confusão e, acidentalmente, libera parte dessas criaturas na cidade. Paralelo a isso, o mundo mágico sofre com os atentados do bruxo Grindelwald (Johnny Depp) e de seus seguidores. Newt acaba se envolvendo em situações que estão fora de seu alcance, enquanto tenta recuperar os seres fantásticos que escaparam, antes que a relação entre os bruxos e os non-majs fique ainda mais prejudicada.

A principal diferença entre os filmes está no tom escolhido para esta nova empreitada. Com uma temática mais adulta e mais próxima da nossa realidade, percebemos que o universo de Rowling amadureceu. Temas como preconceito e repressão são tratados de forma séria e fazem diversos paralelos com a sociedade em que vivemos. A presença dos antagonistas e suas composições beiram o real. Quem nunca se deparou com religiosos fanáticos que se assemelham com o grupo Nova Salem? Grindelwald quer dominar o mundo e eliminar os trouxas (ou No-Majs), fazendo com que sua raça, os bruxos, seja superior e não precise mais se esconder. Soa bem familiar, não? Rowling trabalha bem o roteiro, fazendo com que as situações aconteçam de forma natural e fluida. Apesar do tom mais sério, a parte da magia está mais colorida do que nunca. Os efeitos especiais funcionam bem, proporcionando um deleite visual nunca antes visto no universo bruxo. Destaque para as cenas que mostram o interior da mala de Newt, de longe as mais bonitas do longa.

A escolha dos atores foi acertada. Todos estão à vontade em seus papéis, destaque para Eddie Redmayne, Dan Fogler e Ezra Miller. Redmayne é um dos motivos do filme ter funcionado. Seu Newt Scamander é carismático e inocente na medida certa. Seu amor pelos animais é um ponto bastante explorado no filme e funciona muito bem. Dan Fogler interpreta o No-Maj Jacob Kowalski, sendo responsável pelos momentos divertidos e engraçados do longa. Ezra Miller encarna o misterioso Credence. Suas aparições em tela são intensas e, muitas vezes, perturbadoras. O ator vem se tornando um dos melhores nomes no cinema americano, papéis como este exemplificam o motivo.

“Animais Fantásticos e Onde Habitam” é uma ótima expansão do universo de “Harry Potter” e, também, um excelente início de franquia. Talvez seu único defeito seja o ritmo, que prejudica algumas cenas. Mas não há nada que comprometa o resultado final. É gratificante acompanhar mais uma aventura no universo criado por Rowling. As diversas possibilidades, a riqueza nos detalhes, a preocupação com o material final, tudo isso torna a experiência ainda mais satisfatória. A magia nunca esteve tão viva.

Estão ansiosos pela estreia do longa? O que acharam do novo filme? Deixe seu ❤ e seu comentário abaixo!

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