O Que te Faz Mais Forte — Drama com Jake Gyllenhaal sobre atentado terrorista

Boas atuações em um longa com situações forçadas e genéricas

Milton Ramos Guimaraes
Cinema e Cerveja
2 min readFeb 7, 2018

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Título Original: Stronger
Direção:
David Gordon Green
Roteiro: John Pollono
Elenco: Jake Gyllenhaal, Tatiana Maslany, Miranda Richardson
País: Estados Unidos
Duração: 119 min
Estreia: 08/02/2018

“O Que te Faz Mais Forte” é o típico drama baseado em fatos que entrega uma mensagem de superação no final. Apesar de apresentar uma estrutura simples, até mesmo genérica, um roteiro cheio de diálogos expositivos e uma direção comum pautada em clichês, o filme do diretor David Gordon Green conta com dois diferenciais no elenco: os atores Jake Gyllenhaal e Tatiana Maslany. A relação dos personagens é o grande ponto positivo do longa, e se não fosse por eles, o mesmo teria sido esquecido.

Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal) decide ir ver sua ex-namorada correr na Maratona de Boston. Enquanto espera Erin (Tatiana Maslany) na linha de chegada, duas bombas explodem, resultado de um atentado terrorista, e atingem suas duas pernas, fazendo com que ele tenha que amputá-las.

O roteiro de John Pollono, adaptado do livro homônimo do próprio Jeff Bauman, sabe trabalhar bem os dois personagens principais e a relação entre eles. O desenvolvimento da história não guarda nenhuma surpresa e caminha de forma simples até o final, entre cenas que emocionam e um humor bem dosado. Algumas situações são forçadas e claramente apresentam clichês para fazer o espectador chorar. A sequência da explosão é bem executada e os efeitos especiais funcionam.

Jake Gyllenhaal está bem no papel do protagonista, entregando uma atuação extrapolada algumas vezes, mas que transmite os problemas do personagem, principalmente nas sequências em que o mesmo sofre por pressão da excêntrica família e nos momentos de intimidade com Erin, a personagem do outro trunfo do longa, Tatiana Maslany. A atriz está ótima. A relação dela com Jake resulta nas melhores cenas do filme. Fica a vontade de vê-la em outros projetos.

A direção não apresenta inovações, com enquadramentos que valorizam os atores e os momentos de dificuldade do protagonista. Os clichês incomodam mais no terceiro ato, em que o diretor traz um patriotismo desnecessário. A cena no estádio é quase patética, com situações que poderiam fazer parte de alguma propaganda de superação.

Uma história como essa poderia ter sido executada de um jeito diferente, sem a necessidade de artifícios bregas ou dramas baratos. Um diretor com assinatura teria feito um trabalho mais interessante. Fica o elogio para a escolha dos protagonistas. Os atores carregam o filme nas costas.

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