Os melhores do ano do Cinema e Cerveja — 2016

Todo ano a equipe do Cinema e Cerveja escolhe os 5 melhores filmes e cervejas que foram experimentados. Confira nossa lista de 2016.

Euller Barros
Cinema e Cerveja
18 min readDec 30, 2016

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2016! Que ano! Relembrar os filmes e cervejas do ano da um certo clima de nostalgia pra um ano que foi marcado por altos e baixos na vida de muita gente.

Se por um lado 2016 foi um ano de muitos vieses, também foi o ano de muitos momentos positivos. E este foi o ano em que o Cinema e Cerveja começou a alçar voo e preparar as bases para um 2017 que tem tudo pra ser excelente!

Novos colaboradores começaram a fazer parte do time, o número de visitas ao site e tempo de leitura não para de crescer, nossas mídias sociais seguem crescendo com cada vez mais seguidores participando e acompanhando e já estamos com vários eventos programados para o começo do próximo ano. (Atenção galera de brasília, dia 25/01 tem Sessão Cinema e Cerveja aí!)

Contudo, antes de virarmos a página e começar a pensar no ano que se aproxima, vamos aos melhores filmes e brejas do ano do Cinema e Cerveja escolhido pelo nosso time de colaboradores!

Euller Barros, Editor do Cinema e Cerveja

2016! Que ano! Relembrar os filmes e cervejas do ano da um certo clima de retrospectiva pra um ano que foi marcado por altos e baixos na vida de muita gente.

Porém, se 2016 foi um ano de muitos baixos, também foi o ano de muitos momentos marcantes. E foi neste ano que o Cinema e Cerveja começou a alçar voos maiores e preparar as bases para um 2017 que tem tudo pra ser excelente!

Contudo, antes de virarmos a página e começar a pensar no ano que se aproxima, vamos aos melhores filmes e brejas do ano do Cinema e Cerveja escolhido pelo nosso time de colaboradores!

Melhores Filmes

Como editor de um portal chamado Cinema e Cerveja eu fico até envergonhado de quão poucos lançamentos de 2016 eu vi. Fazer o que, né? Trabalhar, tentar ter uma vida social e começar a tocar um projeto tem seu preço.

Considerado esse contexto, minhas escolhas para melhores filmes do ano são bem batidas, mas representam um pouco do meu estilo em termos de filme. Tenho certeza de que existem grandes filmes lançados em 2016 e que só não estão nesta lista pois eu ainda não os assisti, mas espero poder conseguir me atualizar melhor em 2017!

Sem mais delongas, vamos aos 5 melhores filmes que eu assisti em 2016:

5 — Capitão América:Guerra Civil / DeadPool

Sim. Já comecei roubando. O 5º lugar da lista vai ser dividido entre dois filmes, afinal não soube escolher qual dos dois foi o filme baseado em HQs que mais me agradou em 2016.

Em Capitão América: Guerra Civil temos uma reunião de praticamente todos os principais heróis apresentados até então no Universo Cinematográfico Marvel (MCU). O roteiro é bom, o vilão (apesar de ainda fraco) é um dos melhores até agora, e a sequência do aeroporto é uma das melhores de ação do ano.

Em Deadpool temos Ryan Reynolds finalmente fazendo jus a uma representação do anti-herói digna das telonas. O filme consegue dosar o bom humor característico do personagem com boas cenas de ação.

4 — Star Wars: Rogue One

Como é bom viver em uma época que todo fim de ano teremos um lançamento baseado no universo de Star Wars (#whatatimetobealive)!

Em 2015 tivemos Star Wars — O Despertar da Força trazendo os principais personagens da saga (Luke, Leia, Han Solo, Chewbacca, R2-D2 e C3PO), mas também apresentando os novos protagonistas como Rey, Finn, Kylo Ren e demais.

Em 2016 Rogue One nos levou numa direção oposta. O filme é basicamente composto de personagens novos, apesar de contar com aparições emblemáticas de personagens como Darth Vader e Moff Tarkin. O novo longa da saga se situa entre os episódios III e IV e conta a história do grupo de rebeldes responsáveis por roubar os planos da Death Star.

Um filme para fãs da saga, mas que certamente vale a pena ser visto por quem ainda não se aventurou no universo Star Wars.

3 — Aquarius

Dificil saber o que falar sobre Aquarius. Começar falando da postura política da equipe em Cannes? Começar falando da luta de elites que o filme aborda? Ou da atuação fenomenal de Sônia Braga? Citar que ele foi eleito um dos melhores filmes do ano de 2016 pelos editores do NY Times? Ou mencionar minha tristeza em ver que tantos brasileiros não se deram ao trabalho de ir prestigiar esse marco do cinema brasileiro?

Bom, acho que é isso.

2 — Capitão Fantástico

Eu assisti a esse filme na última quarta (28/12/2016) e que bom que o fiz! O lado ruim foi que tive que refazer minha lista, pois ele já entrou direto na segunda posição (forçando a animação Zootopia pra fora da minha lista).

O Milton Ramos Guimaraes resumiu o longa como “Uma pérola no ano de 2016” e acho que ele tem toda a razão.

Capitão Fantástico é um longa independente com roteiro e direção de Matt Ross (American Psycho, 2000) e apresenta uma história cativante, com personagens inesquecíveis. O filme é um tapa de luva a sociedade americana, fazendo críticas ferrenhas ao consumismo, obesidade, educação de má qualidade e inúmeros outros tópicos.

Infelizmente, o filme não chamou a atenção das grandes redes de cinema e esta em cartaz em pouquíssimas salas. Porém, faça um favor a si mesmo e não perca a oportunidade de conferir. Ele ainda está em cartaz na maioria das grandes cidades, mesmo que em cinemas menos tradicionais.

Crítica Completa: https://cinemaecerveja.com.br/critica-capitao-fantastico-8152d7b2c11#.i449l3rk9

1 — A chegada

Escolher o melhor filme do ano é sempre um desafio incrível. São tantas produções de qualidade técnica competindo que no fundo a seleção se torna mais uma questão de gosto pessoal do que de competência artística do longa.

Denis Villeneuve já tinha chamado minha atenção em 2015 com a sua direção impecável no marcante Sicario (a sequência da extração na fronteira é uma das mais envolventes que já vi no cinema).

Em 2016 ele vem com tudo no longa “A Chegada”. Não vou gastar muito tempo explicando o filme (o link pra crítica completa está logo na sequencia), porém preciso deixar claro que o filme conseguiu me marcar de uma forma extremamente pessoal.

Este ano que está se encerrando foi um dos mais marcantes da minha vida pessoal e profissional. Terminei um “casamento” de 5 anos, larguei a carreira de consultoria e decidi viver uma vida mais leve, porém mais gratificante. E um dos pontos que mais me tocaram no filme é a reflexão sobre como o tempo pode não ser linear e o questionamento: “Se você pudesse ver sua vida inteira do início ao fim, você mudaria as coisas?” Não sei ainda aonde essas mudanças irão me levar, mas certamente não mudaria nenhuma das escolhas que fiz em 2016, pois foi graças a elas que estou aqui hoje.

Crítica completa: https://cinemaecerveja.com.br/critica-a-chegada-251f42d6defb#.91f814psx

Melhores Cervejas

Se escolher os melhores filmes do ano foi difícil, imagina então ter que escolher as melhores cervejas?

2016 foi certamente o ano que mais aprofundei meus estudos de cerveja. Foi nesse ano que realizei meu curso de Sommelier de Cerveja pela Science of Beer e ainda de quebra fiz uma viagem incrível pela Bélgica. Imaginem quantas cervejas boas ficaram de fora da lista?!

Apesar de 2016 ter sido um ano de incríveis lançamentos, a minha seleção se restringiu a cervejas que eu experimentei pela primeira vez este ano, mas não apenas cervejas que foram lançadas em 2016.

Sem mais delongas, vamos as melhores cervejas de 2016 na opinião de Euller Barros!

5 — JinBeer Craft Beer — Five Hop / Corina — CONIC / MicroX — 61 IPA / Criolina — CriolIPA

Lá vou eu roubar novamente, mas é por uma boa causa. Meu 5º lugar (pra abrir a lista) vai para as IPAs do Distrito Federal que foram lançadas em 2016!

Que orgulho me dá saber que em 2016 o quadradinho ganhou 4 excelentes cervejas com produção regularizada (ok, quase todas ainda são feitas em GO, apesar dos cervejeiros serem de Brasília, mas em 2017 a gente vai caminhar pra mudar isso!).

Não vou detalhar cada um dos rótulos (faremos isso em breve em textos exclusivos, não é Mateus Vidigal?), mas saibam que em 2016 Brasília finalmente começou a caminhar na produção legalizada e tem tudo pra decolar em 2017!

4 — Brouwerij Boon — Geuze Mariage Parfait (2011)

Durante a viagem pra Bélgica, além de desfrutar da incrível variedade dos estilos belgas mais populares (blond, dubbel, tripel, etc), aproveitei também para me aventurar em estilos que até então não tinha tanta experiência como as lambics.

A Geuze Mariage Parfait foi uma das representantes dessse estilo que mais me encantei. As cervejas do tipo lambic são fabricadas por fermentação espontânea com microorganismos presentes no ar e envelhecidas por dois anos em barris de carvalho.

A Boon Geuze Mariage Parfait é uma excelente representante do estilo. Com aroma que vão do champagne a estábulos, passando por notas florais e acéticas. O sabor lembra espumantes finos, possui corpo leve e um final seco e ácido. É uma cerveja do tipo ame ou odeie. Eu amei.

3 — De Halve Maan — Straffe Hendrik Brugs Quadrupel Bier 11°

Não me lembro se essa foto é exatamente da Quadrupel, mas foi tirada dentro da cervejeria (malz aê).

Vocês já ouviram falar de Bruges?

Bruges é uma cidade medieval na Bélgica que teve seu centro histórico foi merecidamente tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 2000 e logo depois, em 2002 ganhou o título de Capital Europeia da Cultura.

Não lembrou ainda? Lembram aquela história de um túnel para transportar cerveja que seria construído na Europa? Então, esse túnel é em bruges e foi feito pela cervejaria De Halve Maan com o objetivo de conectar a cervejaria a uma fábrica de engarrafamento localizada no centro de Bruges.

Todas as cervejas deles são fantásticas, mas o destaque ficou mesmo com a Quadrupel!

2 — Brouwerij Bosteels — DeuS (Brut des Flandres)

Esse ano eu finalmente conheci DeuS.

A famosa Brut des Flandres produzida pela Brouwerij Bosteels ( dona das marcas Tripel Karmeliet, Kwak e DeuS e foi recentemente adiquirida pela Ab Invev) é tida por muitos como a melhor cerveja do mundo.

Bom, pra mim, não é.

Entretanto, sem dúvida alguma ela é uma cerveja excelente, merecendo o 2º lugar no meu ranking de melhores cervejas do ano.

1 — Biere de Garde — Tripel

Lembram de Bruges? Além do túnel cervejeiro, essa charmosa cidade também esconde um outro tesouro: o STAMINEE DE GARRE, o bar mais exclusivo de cerveja que existe.

Ele fica literalmente no fundo de um beco na Breidelstraat, entre a praça do Markt e a prefeitura velha, o Burg. A entrada desse beco é uma portão minúsculo de ferro, sem qualquer indicação, onde só passa uma pessoa por vez. Dá até medo de entrar lá e seguramente só entra quem já sabe pra onde está indo.

O bar é diminuto. Fica em um dos prédios medievais de Bruges, paredes grossas de pedra e madeira carcomida no assoalho. Quando for ao toalete, cuidado pra não esborrachar a cabeça no teto… Lá dentro, praticamente só locais, geralmente em silêncio obsequioso, curtindo a ampla carta de cervejas belgas ao invariável — e delicioso — som de música clássica.

Dentro desse local quase místico esta disponível para venda a Tripel de Garre, uma tripel de fabricação do bar, considerada por muitos a melhor Tripel do mundo. Pra mim, a melhor cerveja que tomei em 2016 pela combinação da experiência e da cerveja em si. Cheers!

Milton Guimarães

Aqui estão os meus cinco filmes favoritos de 2016. Foi um ano muito ruim para o cinema mas, mesmo assim, tivemos algumas pérolas que ficarão marcadas como grandes obras cinematográficas do ano obscuro da sétima arte. Muita coisa ficou de fora, queria ter colocado uns dez filmes. Mas aqui estão os melhores. Espero ajudar os leitores, indicando filmes acima da média e, também, mostrar um pouco da minha personalidade. Acredito que nossos gostos refletem a nossa personalidade. Apreciem sem moderação.

1 — A Chegada

Dono de um estilo visual marcante, Denis Villeneuve conseguiu nos surpreender mais uma vez. “A Chegada” não é só o melhor filme deste ano, é uma das ficções científicas mais geniais de todos os tempos. A forma como o diretor consegue criar uma atmosfera imersiva e, ao mesmo tempo, trabalhar o suspense, provindo de seus primeiros trabalhos, merece ser mencionada e elogiada. Uma história emocionante, que trabalha os conceitos de tempo e comunicação de uma forma excelente, e ainda brinca com a edição do filme, reforçando a ideia de percepção de tempo. Uma obra grandiosa.

Crítica completa: https://cinemaecerveja.com.br/critica-a-chegada-251f42d6defb#.91f814psx

2 — A Bruxa

O cinema de terror teve fortes representantes em 2016, mas nenhum chegou aos pés de “A Bruxa”. Já considerado um clássico do gênero por muitos, o filme apresenta uma produção belíssima e um roteiro que aposta no suspense para guiar a narrativa. A atmosfera criada por Robert Eggers faz com que as cenas, que já são macabras pelo conteúdo apresentado, fiquem mais bizarras e perturbadoras. Por se tratar de um filme de época, a construção do ambiente, os figurinos, o inglês rústico falado pelos atores, tudo isso merece ser mencionado. A riqueza do filme está nos pequenos detalhes. Tudo isso leva a um final que me surpreende até hoje.

3 — Animais Noturnos

Nunca imaginei que a Amy Adams apareceria duas vezes nesta lista. “Animais Noturnos” é aquele tipo de filme que te mostra a realidade como ela é; crua, fria, sem exageros surreais. Além de trabalhar muito bem o tema, o diretor Tom Ford ainda aplica sua estética, linda e violenta, fazendo com que o visual complemente a narrativa. Como eu disse em minha crítica, o filme já pode ser considerado um clássico moderno e também ser comparado aos gigantes do gênero, como os longas do visionário David Lynch, por exemplo.

Crítica Completa: https://cinemaecerveja.com.br/critica-animais-norturnos-46fa9f8220e8#.vq4vilm07

4 — Os Oito Odiados

Eu sei que o filme é de 2015, mas ele só foi chegar ao Brasil neste ano e, por esse motivo, eu o considero um filme de 2016. Tarantino nos ensinando, mais uma vez, como se fazer cinema. Que filme lindo de se assistir. Pode não ser o melhor longa do diretor mas, com certeza, é seu trabalho mais maduro. Direção acima da média, roteiro fantástico, fazendo uma brincadeira com o surgimento dos Estados Unidos, figurino excelente e, é claro, sangue, muito sangue. Ver o carinho que o Tarantino tem com suas produções já vale toda experiência. A obra fica marcada como uma das melhores do diretor.

5 — Demônio de Neon

Meu lado fanboy me fez colocar este filme na lista. Eu sei que está longe de ser o melhor do diretor Nicolas Winding Refn, eu sei que existiam outros filmes que mereciam estar aqui, mas a verdade é que por mais que existam pontos negativos, os pontos positivos película fazem com que ela fique marcada como um dos longas mais bizarros e esteticamente bonitos do ano. O filme é recheado de metáforas e a direção de Refn nunca esteve tão afiada. Existem alguns problemas no roteiro, mas o resultado final é satisfatório. Se você tem o estômago fraco, ou fica impressionado e chocado com bizarrices, não assista esse filme.

Crítica Completa:https://cinemaecerveja.com.br/dem%C3%B4nio-de-neon-novo-filme-do-diretor-dinamarqu%C3%AAs-nicolas-winding-refn-%C3%A9-seu-%C3%A1pice-visual-8fe6554b5256#.hhagze5xd

Monali Bassoli

Você já foi ridicularizado por escolher determinada cerveja? Como por exemplo, querer uma cerveja mais adocicada e ver sua orientação sexual ser alvo de chacota por não ser ‘homem o suficiente’ por conta disso? E ver alguém pedir uma cerveja por ‘loura, ruiva, negra’? Ou ainda já escutou termos como “cerveja para mulher”, “quero falar com o cervejeiro responsável”, “mulher não deve ir ao bar sozinha”? Pois bem, temos muito caminho a percorrer, mas o ano de 2016 deu um grande passo na tentativa de romper com o machismo no mundo cervejeiro. Abaixo vamos conhecer minhas cinco escolhas de cervejas desse ano.

1 — ELA

Cansadas de situações machistas, sessenta e cinco mulheres que atuam no mercado de cervejas artesanais, criaram ELA, um coletivo para enaltecer o trabalho da mulher no meio e denunciar ações machistas por parte da indústria cervejeira e da sociedade em geral. Para celebrar o coletivo, elas lançaram um rótulo exclusivo: ELA (Empoderar, Libertar, Agir). Uma cerveja do estilo American Barley Wine, de amargor mais acentuado que a sua versão de origem, inglesa, para fugir totalmente do estereotipo de que mulher gosta apenas de cerveja leve e doce. Com 10% de graduação alcoólica, leva maltes tostados e lúpulos americanos de aroma e amargor. A cerveja foi produzida pelas mulheres do coletivo na Cervejaria Dádiva, de Várzea Paulista (SP). O lucro obtido com a comercialização da cerveja será doado a entidades que acolhem mulheres vítimas de violência.

2 — Trio Verde

A cerveja Trio Verde é a última de uma série de três e foi lançada pela Cervejaria Blondine (Itupeva — SP) em parceria com o ABC da Cerveja — das sommeliers Amanda Reitenbach, Bia Amorim e Carolina Oda. Do estilo Session IPA, a cerveja foi produzida com a mesma receita base e o mesmo estilo das anteriores, mas com lúpulos diferentes apenas no dry-hopping. A primeira foi feita com Brewers Gold e Pacific Gem, a segunda, com Bravo e Saphir. E essa última, com Nelson Sauvin e Chelan. A Trio Verde possui sabores e aromas marcantes do lúpulo, que também lhe confere amargor. Esse estilo é fácil de beber, pois possui corpo leve e teor alcóolico de até 5%, mas sem perder o sabor.

3 — Lógica Absurda

Essa cerveja também foi desenvolvida pela sommelier Amanda Reitenbach, mas aqui em parceria com a Cervejaria Tupiniquim, de Porto Alegre (RS). Inspirada na história de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, que a definiu como lógica absurda. Essa Berliner Weisse contém ameixa vermelha e framboesa, que oferecem à cerveja notas intensas de frutas vermelhas no aroma e sabor, característica cítrica e acidez. O dry hopping foi feito com a adição de dois lúpulo alemães — Hallertau Blanc e Hull Melon . De edição limitada, possui 3,5% de teor alcoólico.

4–803 em lata

Lançada pela primeira vez em 2015, a 803 Black Rye IPA da Cervejaria Perro Libre (Porto Alegre — RS), foi feita em referência a uma data de luta — 8/03, ou 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para mostrar que não existe um tipo de cerveja para homens ou para mulheres, ou para diferentes orientações. Esse ano foi lançado o latão de 473ml, antes, ela era oferecida em garrafas de 300 ml. A cerveja possui 26kg de lúpulo em sua receita, sendo Citra e Amarillo os responsáveis pelo amargor cítrico de 78 IBUs, mas que são equilibrados com a base de maltes tostados. Com graduação alcoólica de 7,4%, é uma cerveja com alto drinkability.

5–1000 IBU

A Cervejaria Invicta, de Ribeirão Preto (SP) reinventou o rótulo 1000 IBU e lançou uma edição limitada para o Outubro Rosa, campanha que propõe a conscientização sobre o câncer de mama e parte do lucro arrecadado com o rótulo será revertido para o Hospital de Câncer de Ribeirão Preto. A mão do rótulo original foi substituído por uma mão feminina com unhas pintadas de rosa, em um rótulo também em tons de rosa, simbolizando a força da mulher. A 1000 IBU é uma Imperial India Pale Ale com teor alcoólico de 8% e notas cítricas e maltadas. International Bittering Units (IBU) é a unidade usada para mensurar o grau de amargor de uma cerveja.

Mateus Vidigal, criador do Hora de Beber

Antes mesmo de começar a escrever este texto, pensei em desistir dessa ideia algumas vezes. Agora mesmo estou pensando se é uma boa ideia.

E se eu esquecer de alguém? E se eu mudar de opinião? Não quero ser injusto.

Bom, decidi escrever mesmo assim. Se eu for injusto com alguma de vocês, cervejas, que tanto me alegraram neste ano maravilhoso, peço perdão.

Acho que 2016 foi o meu ano cervejeiro mais incrível. Só não diria com certeza absoluta porque em 2014 tive acesso a muita coisa boa enquanto morei metade do ano na Europa — ao mesmo tempo, acho que não tinha o mesmo paladar que tenho hoje.

Afinal, são dois anos de mudanças e evoluções (espero).

A única certeza que tenho é a de que acho muita coisa e tenho poucas certezas. E que bom.

Então vou escrever uma lista de cervejas que acho que foram as melhores que bebi, pode ser? Cervejas que bebi pela primeira vez. Então o único critério que seguirei será o ineditismo.

O mais difícil dessas listas é perceber o tanto de cerveja incrível que passou pela sua boca e que ficaram de fora do pódio… Enfim, força. Seguirei as cinco maiores notas dadas pelo Hora de Beber em 2016, algo que me parece razoável.

Antes que seja flagrado no meu delito, já admito que roubei. Deixei duas cervejas na mesma colocação. Então meu Top 5 é, na verdade, um Top 6. Mas finjam que não leram isso e ignorem.

5- Wäls Mad Lab Fruit Vintage (4,2/5)

A Fruit Vintage foi a quarta cerveja apresentada pelo clube da assinaturas da Wäls, o Mad Lab. É uma receita baseada na já conhecida Tripel deles, mas que recebe a adição de suco de manga dos jardins da própria cervejaria mineira, passa por um processo de fermentação espontânea com leveduras da própria fábrica.

Depois disso, é envelhecida em três barris diferentes: os dos primeiros são carvalho francês e bálsamo, anteriormente utilizados para envelhecer conhaque e cachaça mineira, respectivamente; o terceiro é um barril de amburana, “virgem”, sem ter sido ocupado por nenhuma bebida antes.

Não esperava que isso pudesse dar certo. Deu, e muito. Ótima cerveja.

Crítica completa: https://www.instagram.com/p/BKUOCdDB2G3/?taken-by=horadebeber

4- Tupiniquim Monjolo Imperial Porter BA (4,2/5) e Tupiniquim Saison Au Vin (4,2/5)

Pronto, aqui está o flagrante. Coloquei duas cervejas no mesmo posto, mas me justificarei: não seria capaz de deixar uma dessas duas Tupiniquins de fora. As duas são incríveis e, arriscaria dizer, que são, respectivamente, a melhor Imperial Porter e melhor Saison do Brasil.

Resumindo, pegue a Monjolo, que já é incrível, e a torne ainda mais incrível deixando-a pegar algumas características de barris que contiveram uísque. Não tem como dar errado. Já a Saison Au Vin é uma cerveja que passa por um envelhecimento em barris que contiveram Vinho do Porto. Baita sacada, bela execução. Tente bebê-las, é o que posso dizer.

Crítica completa:
https://www.instagram.com/p/BIn7hYoBXpG/?taken-by=horadebeber
https://www.instagram.com/p/BIqot6ahGi6/?taken-by=horadebeber

3- Wäls Quadruppel Bourbon Barrel Aged (4,3/5)

Criação do segundo mês do clube de assinatura da Wäls, o Mad Lab, a Quadruppel Bourbon BA é a já conhecida Quadruppel da cervejaria mineira 100% envelhecida em barris do Bourbon Buffalo Trace. Mas por quê dizer 100% envelhecida?

Bom, a Wäls tem Quadruppel BA, que já vem encerada e foi lançada há um bom tempo, mas que é, na verdade, um blend de uma Quadruppel jovem e outra parcela envelhecida. Na época, eu achava que era a melhor cerveja da Wäls.

Depois de beber a Bourbon BA, mudei de ideia. Essa criação da Wäls é, sem dúvidas, a melhor cerveja deles e uma das melhores do Brasil. Se conhece alguém que é sócio do clube, peça que ele compre uma delas para você saber do que estou falando.

Crítica completa: https://www.instagram.com/p/BIdge_mhPqI/?taken-by=horadebeber

2- Dogfish Head Palo Santo Marron (4,3/5)

Chamada de Brown Ale pela DFH e de American Strong Ale pelo Ratebeer, trata-se de uma cerveja que passa por gigantes barris de Palo Santo, madeira paraguaia que traz notas resinosas e condimentadas a uma cerveja incrivelmente complexa.

Maltes torrados, madeira, defumação e tosta, café, licor, chocolate, frutas escuras, melaço, potência alcoólica, corpo denso e pegajoso, bom drinkabillity… Salivo só de relembrar. Umas das melhores cervejas que já bebi em toda minha vida. Quisera eu ter mais…

Crítica completa: https://www.instagram.com/p/BEzTL48Atro/?taken-by=horadebeber

1- Struise Cuvée Delphine Truth Can Set You Free 2012 (4,5/5)

Qualquer coisa que eu fale sobre esta cerveja será injustiça. Então vou balbuciar algumas palavras para ver se te convenço a beber. Se não conseguir, azar o seu, é você quem está perdendo.

De Struise
Imperial Stout
Envelhecida
Bourbon Four Roses
Safrada (2012)
Fim.

Crítica completa: https://www.instagram.com/p/BHuyqBhB_bE/?taken-by=horadebeber

É isso pessoal! E vocês ? Quais os melhores filmes ou cervejas que experimentaram em 2016? Deixe um comentário e compartilhe conosco.

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Euller Barros
Cinema e Cerveja

Euller Barros, primeiro de seu nome, Consultor de Gestão e Finanças, Professor, Sommelier de Cervejas, fotógrafo e criador do Cinema e Cerveja.