As Russian Imperial Stouts ficam melhor em lata ou garrafa?
Confira a análise do Beer Sommelier Douglas DME.
Cervejas em latas já são uma realidade no Brasil, sejam nacionais ou importadas. Comparar uma excelente RIS (Russian Imperial Stout) garrafa x lata é um exercício muito interessante, principalmente se pensarmos que pelo não escape de co2 na lata a tendência é de evolução mais lenta e até aumento do shelf life (em situações de temperatura e guarda ideal). A depender do estilo o processo que resulta em oxidação é desejável, então a escolha pelo envase nesse recipiente deve levar em consideração as características do estilo. No caso de RIS foi muito bem!
Algumas cervejas são muito difíceis de resumir em uma expressão mas essa não é um desses casos. Acredito que a melhor definição para esse rótulo seria: sobremesa líquida envasada. Imaginar uma torta de chocolate batida com licor seria o mais próximo para resumir essa cerveja haha Incrível (!!!) aroma com intensidades e variações que foram de café torrado ao chocolate amargo, de marzipã a nozes, de licor de cacau a amêndoas, de floresta negra a infusão de maltes escuros, de toques amadeirados a baunilha. Muito difícil conseguir definir todo o aroma, mas além de um equilíbrio fora do comum, costumo destacar que rótulos que tem dois dígitos de % abv e em momento algum demonstram agressividade são as melhores formas de observamos a complexidade que uma cerveja pode apresentar. Na boca a expressão “sobremesa líquida” chega ao seu ápice: corpo alto em umas das texturas mais macias, densas e aveludadas que podem existir, permitindo que as notas de torrefação encontrassem no dulçor o perfeito equilíbrio de um conjunto que entregou nuances de lúpulo terroso e chocolate amargo, formando um retrogosto que nem de longe foi enjoativo, agressivo ou desequilibrado. Complexidade, intensidade e harmonia, com a sensação de estar tomando uma sobremesa, prontamente harmonizada e engarrafada fazem dessa breja um item obrigatório sempre que for possível a sua degustação. ☕️🍫🍻
