a lua, a serpente e tudo que estava escondido — primavera de 2020

um álbum de Advan Haschi y um filme de Guilherme Meneghelli.

a lua, a serpente e tudo que estava escondido…

tudo que eu sou, no escuro da minha alma, na noite da minha voz — um álbum composto quase que integralmente no outono de 2020, em são paulo, no inicio da quarentena no Brasil.

visando, sonoramente, visitar memórias da minha vida além do tempo, as florestas, os cantos dos povos nativos, compus essas musicas inspirado pela saudade de todas experiências profundas que tive com as plantas e a natureza, criando um ambiente que propõe a entrega e salto a uma selvagem manifestação da vida… a vida como ela é

após 2 meses de quarentena, em são paulo, estava com todas musicas compostas e prontas — mesmo que elas ainda hoje continuem mudando.

encontrei uma brecha na situação complicada que viviamos em 2020, e que ainda vivemos hoje em maio de 2021, e cheguei ao estúdio e ilha de edição da recnplay em balneário camboriú-sc em junho de 2020.

após um ritual com plantas amazônicas, foram 2h30 de gravação direta do album, enquanto realizavamos uma live realizada no instagram da recnplay.

esses foram os audios que se tornaram o álbum distribuído nas redes digitais.

a partir dai, tinhamos as musicas e o material visual das gravações, o que por si só, ja me dava uma grande sensação de realização dessa obra — em diante foram diversos encontros e produções com muitas pessoas magicas, até a finalização do filme.

uma dessas lindas conexões foi a esteïnha, também conhecida como Julia Vargas, uma incrível ilustradora, que virou uma melhor amiga pra vida toda, que se propôs a criar a capa pra esse álbum

nos conectamos pelo instagram através da live na recnplay… além da capa do álbum essa amizade está dando luz a um livro infantil com aventuras cósmicas na amazônia … aguardem.

arte da capa de Julia Vargas, esteïnha.

uma parte essencial na narrativa criada pelo album, para a constituição do filme com concisão, foram os materiais visuais captados por Guilherme Meneghelli, idealizador e fundador da recnplay, durante uma visita a aldeia altamira, no acre, numa epoca de festividades para a comunidade huni-kuin.

o povo huni-kuin hoje representa uma pequena fração da comunidade que ja foi — e é responsavel pelo resgate e preservação de uma cultura de profundo contato com as plantas e seus beneficios pra nossa saúde integral

como sonhos que se tecem de estrelas, esse povos veem e vivem o mundo com um olhar vivo, selvagem e inocente.

mas eles não estão cegos para as maldades humanas.

esse filme, canta um sonho, onde todos nós podemos reconhecer a profundidade e preciosidade desses conhecimentos, para protege-los — conhecimentos presentes não só na cultura do povo huni-kuin, mas essencialmente em todas comunidades originárias y contemporâneas que baseiam sua vida no contato com a terra e no reconhecimento da terra como fonte de todas as necessidades básicas para uma vida honrada e feliz.

hoje eu penso em como agradecer tudo que a terra me dá — eu faço arte, eu canto, eu danço, eu pinto, eu vivo com vigor — eu pulso forte, pulso inspirando e expirando pra que meu sopro chegue como um acalanto nas almas que sou eu mesmo, dentro de cada outra pessoa que me é querida — e me é querida simplesmente por existir e ser.

a lua, a serpente e tudo que estava escondido — busca revelar ao mundo a arte dentro de toda pessoa — a possibilidade de sempre ser além.

A MAGIA QUE AS PLANTAS CANTAN…

poesia, musica, dança y cinema.

• HARE HAUX