quien éres tu?
tudo que eu sou… não cabe nas minhas palavras.
mas fico feliz e honrado de partilhar um pouco da minha história.
eu nasci no dia 22 de abril de 1994, em são josé dos campos. minha mãe, Elaine, tinha 18 anos e meu pai, Gê, 17 anos. minha infância foi quase que integralmente nos braços e cuidados dos meus avós maternos, enquanto minha mama trabalhava. isso me ensinou muito sobre a vida, vendo cada passo dos membros da família perpetuando a vida. minha avó, maria do carmo, sempre teve um espaço onde plantava feijão, abóboras-morangas, milhos, batatas, temperos, folhagens e remédios. na sua simplicidade de ser e na humildade dos bens materiais ela, ainda hoje, segue dedicando sua vida a essa terra, a nutrir a vida dos que vem do seu sangue, e auxiliar a qualquer pessoa no seu circulo na comunidade. com ela aprendi que não existe dinheiro no tratar das relações pelo bem humano. se alguém precisa e você pode. faz.
foto de guilherme meneghelli
depois de caminhar alguns anos aprendendo com as plantas da Amazônia, reconheci muito dos princípios que recebi da minha família, expressa nessa cultura da selva.
meu avô, João, sempre foi apaixonado por musica caipira e violões y violas. embora nunca tenha aprendido a tocar. me incentivou sempre em tudo.
desde os 14 anos realmente me dediquei a aprender um instrumento, o violão. hoje lembro que desde criança sempre escrevi histórias, poesias, e afins. era como se o violão fosse um barquinho num rio no qual eu ja nadava. e hoje eu navego levado pelo vento.
tive diversas experiências tocando minhas musicas em feiras e festivas da região do vale do paraiba.
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la em 2013 iniciei uma banda com alguns amigos, banda que segue até hoje — Dom Pescoço
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nesse mesmo ano vivi experiências que mudaram totalmente minha percepção de mundo. o que inspirou meu ser numa eterna viagem que dura até hoje. viagem que se manifestou inicialmente como uma trip de bike com mais dois amigos entre são paulo, goias y minas gerais, no de 2014.
nessa viagem tive oportunidade de conhecer realidades muito diversas.
aprendendo uma humildade e comunidade únicas, só passível de ser compreendida na prática. e diria que talvez somente na vulnerabilidade da rua. do sem terra. sem teto.
isso modificou totalmente o potencial que eu via na arte. e na qualidade dos sentimentos possíveis de se compartilhar. essa vulnerabilidade abriu meu coração pro mundo, pro outro. pra buscar compreender as alegrias y dores de outras pessoas.
foto de hugo takemoto
isso se reflete em mim, numa arte que busca tocar carinhosamente a alma, o corpo y a mente.
em 2016, passei um ano morando numa casa sem energia eletrica, numa rua sem saida, sem vizinhos, passando por diversas vezes no ano periodos de semanas sem encontrar alguma pessoa. isso no vale do capão, bahia.
la compus e gravei o album sol rouxinol e o infinito revelar.
durtante toda essa viagem externa, estive sempre inspirado por uma viagem em mim mesmo, guiado pelas plantas. os cantos amazonicos, me guiando cada vez a uma arte que me expressava mais profundamente como quem sou.
selvagem. infinitx.
tive diversas oportunidades de me expressar artisticamente alem da musica.
trabalhei em espetaculos circenses em brasilia entre 2017 e 2019, através da criação de trilhas sonoras, performances em festivais como universo paralello.
foto de ruben luz
durante os ultimos 8 anos até hoje, sempre estive desenvolvendo, realizando e compartilhando um trabalho de musica aliado com plantas psicoativas da floresta amazônica e tradições originárias.
foto de guilherme meneghelli
o que se manifesta nitidamente no filme e álbum : a lua a serpente e tudo que estava escondido, que lancei em 2020, uma parceria com o cineasta guilherme meneghelli, da gravadora e distribuidora recnplay.
no ano de 2021, presente data, tenho vivido experiências muito profundas no grau de vulnerabilidade entre as relações humanas. tanto por me permitir quanto por ser permitido pelo outro e pelo mundo. agradeço profundamente a familia que me cerca e tudo que a gente vem criando.
PACHA.TV — quando eu falo de familia eu falo do meu sangue y eu falo da pacha tv, de todas as pessoas envolvidas em nossos projetos. pessoas que amo.
foto de hugo takemoto
nesse ano, no dia 22 de abril meu aniversário e também do meneghelli, lançamos em parceria mais um filme y album.
— H U M A N X S. ( logo faço um artigo falando mais profundamente sobre a experiencia y a proposta profunda que é esse filme)
o que ja posso dizer é que a intenção é unir, sentir e viver a vida juntes.
hoje, o que eu sou — é a soma de todas minhas relações, e de como eu trato elas.
me vejo mais um humanxs que quer o bem de todes humanxs.
os outres que soy.
